Siga nossas redes

Finanças

Lucro das empresas de capital aberto subiu 55% no 1º tri, aponta Economatica

Sem levar em conta Petrobras, Vale e Suzano, estudo mostra que o Bradesco teve o maior lucro do período. A BRF registrou o maior prejuízo.

Balanços do 4º trimestre (foto:Pixabay)
Balanços do 4º trimestre (foto:Pixabay)

Pesquisa divulgada nesta quarta-feira (25) pela Economatica apontou que o lucro líquido das empresas de capital aberto, não atuantes no segmento financeiro, subiu mais de 55% no primeiro trimestre de 2022, em relação ao mesmo período de 2021, de R$ 39,2 bilhões para R$ 60,9 bilhões.

A receita líquida dessas companhias somou R$ 889,6 bilhões, valor 34,6% maior ante os três primeiros meses de 22021.

Já o lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 102,7 bilhões no período, quantia 18,3% superior ao reportado no mesmo intervalo de 2021.

O levantamento que considera os dados de 324 empresas não financeiras (sem considerar Vale, Petrobras e Suzano que podem distorcer os números em razão do peso dos seus negócios) leva em conta os demonstrativos financeiros entregues à CVM até o dia 24 de maio de 2022. De acordo com a Economatica, os valores são todos no padrão contábil, sem ajustes extraordinários ou inflação.

Ao adicionar as empresas do setor financeiro, o que leva a uma análise de 356 companhias no total, o lucro referente ao primeiro trimestre de 2022 atingiu R$ 91,8 bilhões, desempenho 44,5% superior aos R$ 63,5 bilhões registrados no mesmo intervalo do ano passado.

Ao levar em conta os balanços de Petrobras (PETR3 PETR4), Vale (VALE3) e Suzano (SUZB3), o lucro chega a R$ 169,8 bilhões, quantia 83,5% superior ao mesmo período de 2021.

Maiores lucros

Na tabela abaixo, a Economatica listou as 20 empresas mais lucrativas no primeiro trimestre de 2022, que é liderada pela Petrobras. A petroleira registrou ganhos de R$ 44,5 bilhões no primeiro trimestre, o maior já registrado por uma empresa de capital aberto brasileira para o período, segundo a Economatica. A estatal é seguida pela Vale, que reportou ganhos de R$ 23 bilhões e Suzano, com R$ 10,3 bilhões. Ao desconsiderar as três gigantes do cálculo, o Bradesco (BBDC3 BBDC4) foi quem liderou a disputa.

Entre as 20 mais lucrativas estão cinco bancos e três empresas de transporte serviços. Já os setores de alimentos & bebidas e energia elétrica participam com duas empresas cada um.

Maiores prejuízos

Em compensação, quatro empresas do setor varejista ficaram com os maiores prejuízos do período. Já o setor de petróleo e gás contabilizou três companhias, enquanto os setores de construção, energia elétrica, transportes e serviços registraram duas empresas cada um.

A empresa de alimentos BRF (BRFS3) ficou com o maior prejuízo ao reportar uma perda de R$ 1,57 bilhão no período, revertendo lucro de R$ 24 milhões registros no mesmo intervalo do ano passado. Veja mais informações abaixo:

Dados por setor

Dos 25 setores não financeiros analisados pela pesquisa, somente o setor de educação registrou prejuízo no primeiro trimestre de 2022.

O setor de energia elétrica, com 34 empresas, ficou com o maior lucro acumulado no período ao alcançar um total de R$ 13,7 bilhões, valor 20,2% superior ao do mesmo período de 2021.

Confira outros números apontados pela pesquisa

Resultado financeiro: negativo em R$ 20,7 bilhões, mas 27,7% inferior ao de 2021. A Economatica frisou que a queda auxilia no resultado antes de imposto de renda e portanto turbina o lucro líquido das empresas não financeiras.

Dívida: O estoque de dívida foi 16,6% superior ao do mesmo período em 2021

Caixa: Somou R$ 481,4 bilhões, avanço de 4,7% ao do mesmo período de 2021.

Margem líquida trimestral: 6,85%, contra 5,94% no mesmo período de 2021, crescimento de 0,91 pontos percentuais.

ROE: O ROE anualizado atingiu 20,59%, contra 13,25% no mesmo período de 2021, crescimento de 7,33 pontos percentuais.

Outros estudos

Levantamento feito pela Guide, levando em conta as empresas que compõem o Ibovespa, apontou que o lucro líquido dessa companhias avançou 109% no comparativo com o mesmo trimestre do ano passado, para R$ 7,2 bilhões. Já a receita líquida subiu 28% no mesmo intervalo de análise, para R$ 31,5 bilhões, enquanto o Ebtida cresceu 22%, para R$ 10,3 bilhões.

O Ebitda veio 44% acima das estimativas da casa, enquanto o lucro surpreendeu em 54% o previsto. Para o cálculo foram excluídas as empresas do setor financeiro.

“Apesar do cenário macroeconômico global bastante desafiador, do lado micro, vimos as empresas do Ibovespa reportarem, em sua maioria, números robustos, com crescimento elevado em relação ao primeiro trimestre de 2021. O motivo se deve principalmente por conta das empresas do setor de commodities, com destaque para Energia (Óleo & Gás), e Alimentos, além de Financeiro, Elétricas, Shoppings, entre outros”, pontuaram os analistas Fernando Siqueira, Rodrigo Crespi e Gabriel Gracia.

O BTG, que também levou em conta as companhias atreladas ao Ibovespa, mostrou que a receita consolidada das empresas (sem considerar Petrobras e Vale) cresceu 23% ante janeiro e março do ano passado, o Ebitda avançou 9,2% e o lucro líquido subiu 38%.

A margem Ebitda, por sua vez, caiu 200 pontos, “devido às margens mais baixas dos exportadores de commodities, enquanto as margens das empresas domésticas ficaram estáveis”, pontuou o BTG.

No recorte entre empresas nacionais e internacionais, as receitas, o Ebitda e os lucros das empresas domésticas cresceram 17%, 15% e 24%, respectivamente. Os exportadores de commodities, por sua vez, se saíram ainda melhor, com crescimento na receita em 32% no comparativo anual, lucro 104,7% maior, enquanto o Ebitda cresceu 12,6%.

Ao analisar os resultados com a participação da Petrobras, a receita das empresas cresceu em R$ 100 bilhões no comparativo anual, o Ebitda avançou R$ 29 bilhões e o lucro R$ 45 bilhões. Por outro lado, os indicadores do setor de Metais e Mineração (incluindo a Vale) caíram.

Abra sua conta! É Grátis

Já comecei o meu cadastro e quero continuar.