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Economia

Aprovação de Paes de Andrade para Petrobras é dada como certa, dizem fontes

Indicado ao cargo deve ser eleito pelo conselho de Administração na próxima segunda-feira (27).

Caio Mário Paes de Andrade
Caio Paes de Andrade, da Petrobras, participa do programa Brasil em Pauta da TV Brasil

Um clima de otimismo em relação à aprovação de Caio Paes de Andrade como presidente da Petrobras (PETR3; PETR4) tomou conta de pessoas próximas a estatal apesar de questionamentos sobre o currículo do executivo indicado pelo governo.

Quatro fontes ouvidas pela “Reuters” acreditam que até a semana que vem Andrade já estará na função de novo presidente da empresa, após ser eleito pelo conselho de Administração da Petrobras, provavelmente na próxima segunda-feira (27).

Troca de comando

O governo, acionista majoritário da estatal, pretende com a troca de comando da Petrobras uma abordagem diferente da política de paridade de preços de combustíveis da empresa, que vem causando protestos do presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição. José Mauro Coelho, que ficou no cargo de CEO apenas cerca de dois meses, deixou a companhia no início da semana.

“Vai dar tudo certo, e na semana que vem começa a gestão dele (Andrade)”, disse à Reuters uma alta fonte do governo na condição de anonimato.

Antes disso, o nome do atual secretário de Desburocratização, do Ministério da Economia, ainda precisa ser apreciado pelo Comitê de Elegibilidade (Celeg) da estatal –trata-se de um órgão consultivo que analisa se o indicado está apto para função.

O comitê se reúne nesta sexta-feira (24) e o parecer será dado por quatro integrantes, dois deles participantes do atual conselho da Petrobras. Em caso de empate, o voto de minerva será dado por um quinto membro, também conselheiro.

“A expectativa é de aprovação no comitê e depois no CA (Conselho de Administração)”, disse uma segunda fonte.

Entidades criticaram escolha

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobras (Anapetro) encaminharam ao Celeg e ao conselho um documento alertando que Andrade não se enquadraria nos pré-requisitos previstos na Lei das Estatais e no estatuto da empresa.

Na véspera, a conselheira Rosângela Buzanelli chamou de “acinte” ao país a indicação de um executivo sem experiência comprovada na indústria de petróleo.

Inicialmente, a reunião do conselho para votar a indicação de Andrade estava marcada para esta sexta-feira, mas a tendência é que ela fique para o começo da próxima semana.

“Ainda não há convocação formal, mas seria impossível realizar hoje (sexta-feira). Devemos analisar o material”, afirmou uma terceira fonte.

“Deve ser na segunda-feira”, acrescentou uma quarta fonte, que também falou em condição de sigilo.

“Nós o indicamos porque temos a certeza de ser um nome preparado e dentro das normais legais”, afirmou uma fonte do governo.

Votação

A aprovação de Andrade como membro do conselho e a posterior nomeação como presidente da empresa precisa apenas de maioria simples, de acordo com as fontes, após o pedido de demissão de Coelho ter aberto esta possibilidade.

“Não é unanimidade. (Mas) basta maioria simples para aprovar (no conselho)”, afirmou uma fonte.

“Às vezes, somente às vezes, nos surpreendemos com o CA”, disse uma das fontes, praticamente descartando que Andrade não venha a ser aprovado.

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