1 – MPF pede suspensão de perfuração marítima da Petrobras na foz do rio Amazonas
O Ministério Público Federal (MPF), por meio de suas unidades no Pará e no Amapá, recomendou ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e à Petrobras (PETR3;PETR4) para que suspendam a atividade de perfuração marítima programada para a bacia da foz do Amazonas, segundo comunicado divulgado nesta segunda-feira.
O MPF afirmou que a atividade vai atingir quatro comunidades indígenas no Amapá, comunidades quilombolas e ribeirinhas no Pará e que não houve consulta prévia, um direito desses povos.
O impacto sobre os indígenas será decorrente da construção de uma base aérea com previsão de aumento de 3.000% no tráfego aéreo e pressão por infraestrutura e serviços.
Já as comunidades quilombolas de Abacatal e Aurá, em Ananindeua (PA), serão afetadas pelo recebimento de resíduos da atividade, enquanto a comunidade ribeirinha de Pirocaba, em Abaetetuba (PA), deve sofrer interferência nas atividades pesqueiras.
Segundo o ministério, também há “enorme potencial de danos ambientais sobre a costa da Amazônia Atlântica” porque até agora não houve, segundo os promotores, um “estudo competente” de modelagem mostrando a dispersão do óleo da costa em caso de acidentes.
“Para o MPF, há elevada probabilidade do óleo avançar sobre território internacional, sobretudo no mar territorial da Guiana Francesa e sobre a costa de países caribenhos, podendo chegar à fronteira em questão de horas”, afirmou em nota.
Ainda de acordo com o MPF, tanto a Petrobras quanto o Ibama devem suspender o avanço do projeto de exploração enquanto não for respeitado o direito de consulta prévia dos povos afetados. A empresa e a autarquia ambiental têm prazo de dez dias para responderem aos pedidos.
Procurada, a Petrobras não respondeu imediatamente a um pedido de comentários.
2 – Não pensamos em queda de juros neste momento, pensamos em convergir a inflação, diz Campos Neto
O Banco Central não pensa em queda de juros neste momento, pensa em convergir a inflação, disse nesta segunda-feira (5) o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, ressaltando que situação inspira cuidados e que a batalha contra a alta de preços no país não está ganha.
Campos Neto destacou que grande parte do efeito positivo observado recentemente nos dados de inflação é fruto de medidas do governo, reforçando que a atual estratégia do Banco Central permanece igual à apresentada em agosto pelo Comitê de Política Monetária (Copom), de que seguirá vigilante e analisará um possível ajuste final na taxa Selic neste mês.
Segundo ele, o BC “continua navegando em um ambiente de alta incerteza”, citando questões ainda em aberto envolvendo políticas do governo, como a fonte de financiamento para o Auxílio Brasil turbinado em 2023 e a continuidade das desonerações sobre combustíveis.
“A gente tem comunicado que a gente não olha, não pensa em queda de juros neste momento. A gente pensa em finalizar o trabalho. Finalizar o trabalho significa convergir a inflação”, disse em evento promovido pelo jornal Valor Econômico.
O presidente do BC afirmou que a inflação acumulada em 12 meses atingiu o pico no Brasil e começou a melhorar, impactada pelas medidas de cortes de tributos, acrescentando que o recuo de preços também gera efeito benigno na inércia para 2023. Ele ponderou que ainda não é possível comemorar e mencionou preocupação com a inflação relacionada ao setor de serviços.
“Ainda tem elementos de preocupação grande e a mensagem é que a gente precisa combater esse processo entendendo que a gente vai passar por três meses de deflação, muito provavelmente, mas que a batalha não está ganha”, afirmou.
Em agosto, o BC aumentou a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, a 13,75% ao ano, e indicou estar perto do fim do agressivo ciclo de aperto monetário para controlar a inflação no país.
Campos Neto ainda disse que o Copom precisará se debruçar sobre dados do mercado de trabalho no país, que tem registrado surpresas positivas, com possível redução do espaço para expansão sem gerar pressões inflacionárias. Ele afirmou que há mudanças estruturais em relação à mão de obra no mundo e que há preocupação em saber se esse movimento está ocorrendo no Brasil.
Na apresentação, o presidente do BC voltou a dizer que mercado tem entendimento de que o trabalho da autoridade monetária no manejo da taxa de juros para controlar a inflação “basicamente já está feito”, já esperando uma queda de juros à frente.
PIB em alta
Em sua primeira declaração pública após a divulgação do resultado do PIB do segundo trimestre, Campos Neto disse que a alta de 1,2% na atividade em relação aos três meses anteriores foi uma surpresa, com dados fortes em investimentos e consumo das famílias “que a gente não imaginava”.
O presidente do BC afirmou que apenas com o efeito carregamento do primeiro semestre, o PIB brasileiro terá alta de 2,6% neste ano mesmo se a atividade não crescer nos dois últimos trimestres. “A gente ainda acredita que vamos ver revisões para cima de crescimento”, disse.
Na semana passada, antes do resultado do segundo trimestre, ele já havia afirmado que a autoridade monetária revisará sua projeção de crescimento do PIB em 2022 para “um pouco acima de 2%”. A estimativa atual do órgão, divulgada em junho, aponta alta de 1,7%.
Campos Neto ressaltou que o Brasil é exceção em um mundo com países revisando suas projeções de crescimento para baixo.
O presidente do BC voltou a demonstrar preocupação com um possível cenário em que o mundo entra em desaceleração econômica e a inflação global demora a ceder. Segungo ele, esse cenário provocaria uma reprecificação de ativos globais.
Ao mencionar a oportunidade para o Brasil diante da reconfiguração das cadeias globais de valor, Campos Neto disse que “é importante a gente ter uma estabilização política e institucional” para que os fluxos de capital cheguem ao país.
3 – Campos Neto: ‘Vamos avaliar um possível ajuste final em setembro’
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sinalizou há pouco que a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) deste mês está em aberto e que o colegiado vai avaliar “um possível ajuste final” da taxa Selic, atualmente em 13,75%. Hoje, o Boletim Focus mostrou manutenção da expectativa do mercado financeiro em 13,75% no fim deste ano e aumento da expectativa no fim de 2023 a 11,25%.
“A gente entende que tem que passar mensagem dura. A mensagem de hoje é a mesma do último Copom. Aproveitamos eventos como esse para nos manifestar e a mensagem que continua valendo hoje é a do último Copom, que a gente disse que avaliaria um possível ajuste final”, disse, no evento “Prêmio Valor 1000”, promovido pelo Jornal Valor Econômico, em São Paulo.
“Vamos avaliar um possível ajuste final em setembro”, reforçou, em outro momento quando perguntado se ainda existe a possibilidade de aumento de 0,25 ponto porcentual da Selic este mês. No Copom de agosto, o BC disse que avaliaria “a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude, em sua próxima reunião”.
Como em sua última apresentação, Campos Neto disse que a batalha da inflação não está ganha e que “não é para comemorar”, apesar da melhora recente do IPCA – índice oficial de inflação – e das expectativas de 2022. O presidente do BC voltou a destacar que o principal motivo para melhora no curto prazo são as medidas de desoneração tributária do governo, mas citou que há notícias mais favoráveis em “outros índices” na margem. Campos Neto ainda avaliou que há uma reprecificação da inércia para 2023, que fica menor com as expectativas cadentes para este ano.
Segundo ele, a comunicação é muito importante para terminar o trabalho do ciclo de aperto monetário e o BC vai comunicar passo a passo o que pretende fazer, mas, em momentos de maior incerteza, tende a falar menos. Ele lembrou que há muita incerteza sobre o retorno da cobrança de impostos federais sobre combustíveis em 2023, assim como sobre o financiamento do Auxílio Brasil.
Campos Neto ainda disse que há muito do processo já realizado de alta de juros que ainda não fez efeito. “Entendemos que, em algum momento para e espera o efeito. Mas entendemos que temos meta e queremos fazer a convergência para meta”, frisou. Ele ainda destacou que, com o histórico de indexação no Brasil, o BC sempre tenta navegar evitando “fazer de menos” nos juros.
4 – Preços sobem quase 3% com pequeno corte na produção pela Opep+
Os preços do petróleo subiram cerca de 3% nesta segunda-feira (5), quando os membros da Opep+ concordaram com um pequeno corte de produção de 100.000 barris por dia para reforçar os preços.
Os contratos futuros de petróleo Brent para entrega em novembro fecharam em alta de US$ 2,72, para US$ 95,74 por barril, um ganho de 2,92%.
Os preços subiram quase 4 dólares no início da sessão, mas foram domados por comentários da Casa Branca de que o presidente dos EUA, Joe Biden, estava comprometido a tomar todas as medidas necessárias para reforçar o fornecimento de energia e baixar os preços.
O petróleo dos EUA, WTI, subiu US$ 2 para US$ 88,85 por barril, um aumento de 2,3% após um ganho de 0,3% na sessão anterior, em sessão de baixo volume durante o feriado do Dia do Trabalho dos EUA.
A redução de 100.000 barris por dia (bpd) pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e seus aliados, um grupo conhecido como OPEP+, equivale a apenas 0,1% da demanda global. O grupo também concordou que poderia se reunir a qualquer momento para ajustar a produção antes da próxima reunião agendada em 5 de outubro.
“É a mensagem simbólica que o grupo quer enviar aos mercados mais do que qualquer coisa”, disse o analista Craig Erlam da Oanda, acrescentando que o aumento de 100.000 bpd no mês passado pela Opep+ não foi visto como um grande negócio.
5 – Brasil ganha material biológico para vacina contra varíola dos macacos
O Brasil recebeu nesta segunda-feira (5) o material biológico necessário para iniciar o desenvolvimento de uma vacina contra a varíola dos macacos, ou monkeypox. O material conhecido tecnicamente como sementes do vírus vacinal foi doado pelo Instituto Nacional de Saúde (National Institutes of Health – NHI), agência de pesquisa médica dos Estados Unidos, para Centro de Tecnologia de Vacinas (CT Vacinas) na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Esse é o primeiro passo para o desenvolvimento de uma vacina nacional contra a doença. Com esse material, é possível desenvolver o Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), que é a matéria-prima para a produção vacinas. O CTVacinas receberá o lote e trabalhará em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Biomanguinhos).
A iniciativa é uma das ações definidas como prioritária pelos pesquisadores brasileiros que integram a CâmaraPOX Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Constituída em maio deste ano, o grupo formado por oito pesquisadores brasileiros especialistas em varíola e outros poxvírus assessora o MCTI sobre o assunto em relação à pesquisa, desenvolvimento e inovação.
A varíola dos macacos é uma doença causada por vírus e transmitida pelo contato próximo ou íntimo com uma pessoa infectada e com lesões de pele. O contato pode se dar por meio de um abraço, beijo, massagens, relações sexuais ou secreções respiratórias. A transmissão também ocorre por contato com objetos, tecidos (roupas, roupas de cama ou toalhas) e superfícies que foram utilizadas pelo doente.
*Com informações da Reuters, Estadão conteúdo e Agência Brasil
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