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Economia

5 fatos para hoje: desemprego no Reino Unido recua; JPMorgan compra Renovite

JPMorgan fechou acordo para comprar a empresa norte-americana Renovite para expandir negócios de processamento de pagamentos.

1 – Petrobras turbina números de investimento privado celebrados pelo governo

Celebrados pela equipe econômica como sinal de força do setor privado, números referentes aos compromissos de investimentos em projetos de infraestrutura no Brasil por meio de concessões organizadas pela gestão Jair Bolsonaro foram turbinados pela Petrobras (PETR3 PETR4), estatal controlada pelo governo federal, dono de 50,26% das ações ordinárias da companhia. Levantamento interno do Ministério da Economia mostra que mais da metade da promessa de investimentos no país nos próximos dez anos foi feita pelo setor de óleo e gás, que tem presença maciça da Petrobras.

Dos R$ 925 bilhões em investimentos previstos em todas as áreas, aproximadamente R$ 487 bilhões são referentes ao setor de petróleo –52,7% do total. Os dados, compilados do Monitor de Investimentos do Ministério da Economia, foram confirmados por duas fontes da pasta sob condição de anonimato por conta do período de defeso eleitoral no governo.

Duas operações em especial têm valores vultosos, respondendo pela maior parte dos R$ 487 bilhões em investimentos prometidos pelo setor: o bloco de Búzios, de R$ 230 bilhões, que tem 90% de participação da Petrobras; e a sexta rodada de licitações sob o regime de partilha de produção no pré-sal, de R$ 146 bilhões, com 80% de participação da estatal.

Segundo uma das fontes, o setor de petróleo é historicamente expressivo na fatia de investimentos privados no país. Nos anos recentes, essas despesas têm se concentrado nos empreendimentos de exploração do pré-sal. Procurado pela Reuters, o Ministério da Economia disse que os dados se referem aos valores de investimentos dos contratos estruturados e autorizados pelo governo federal, incluindo concessões, parcerias público-privadas (PPPs) e arrendamentos, entre outros.

A pasta justificou a presença da Petrobras no levantamento. “Se considerássemos a participação da Petrobras como investimento público estaríamos desalinhados com as estatísticas fiscais, produzidas por Tesouro Nacional e Banco Central, que não consideram a estatal dentro dos conceitos de Governo Geral e Setor Público não-financeiro”, disse.

A Petrobras afirmou que investe com responsabilidade, alocando recursos em “projetos com pleno potencial de gerar valor” e contribuições para seus públicos de interesse. Segundo a estatal, o plano para os próximos cinco anos prevê investimentos de US$ 68 bilhões (R$ 356 bilhões), “confirmando a companhia como uma das maiores investidoras do país”. Embora seja controlada pelo governo, a Petrobras é listada em bolsa, tem códigos de governança e segue políticas de mercado, o que a levou a ser alvo de críticas do presidente Jair Bolsonaro, que forçou trocas no comando da companhia ao longo da atual gestão. As reclamações normalmente focavam no nível de lucro da estatal e na política de preços de combustíveis.

2 – JPMorgan impulsionará negócios de pagamentos com compra da Renovite

O JPMorgan (JPMC34) fechou acordo para comprar a empresa norte-americana Renovite para expandir negócios de processamento de pagamentos e ganhar participação em um setor lucrativo em que os grandes bancos enfrentam forte concorrência das fintechs.

Os termos financeiros da transação não foram divulgados.

A Renovite, que está presente na Índia e no Reino Unido, fornece tecnologia nativa da nuvem para otimizar o processamento de pagamentos por meio de uma ampla gama de produtos e tem cerca de 140 funcionários, dos quais cerca de 125 são engenheiros.

“Esta aquisição nos ajudará a atingir nosso objetivo de desenvolver a plataforma de processamento de pagamentos de próxima geração globalmente”, disse Max Neukirchen, chefe global de soluções de pagamentos e comércio do JPMorgan.

O fundador e presidente-executivo da Renovite, Viren Rana, chamou a divisão de pagamentos do JPMorgan de “lar natural” para o pessoal e a tecnologia da empresa.

O acordo dará ao JPMorgan uma plataforma de pagamentos mais ampla e eficiente que oferecerá mais métodos de pagamento. Também a ajudará a competir com fintechs como Stripe e Adyen, de pagamentos digitais.

A investida segue um movimento neste ano para comprar 49% da fintech de pagamentos Viva Wallet, de Atenas, e uma fatia majoritária no negócio de pagamentos da Volkswagen, antes do lançamento de tecnologia no carro que permite que motoristas paguem automaticamente por combustível ou pedágio.

3 – Desemprego no Reino Unido atinge menor nível desde 1974, mas boom de empregos perde força

A taxa de desemprego do Reino Unido atingiu o menor nível desde 1974, mas a queda se deveu principalmente a uma redução da força de trabalho e há outros sinais de que o boom de empregos no país está se esgotando, em mais uma dor de cabeça para o Banco da Inglaterra.

A taxa de desemprego caiu para 3,6% nos três meses até julho, disse o Escritório de Estatísticas Nacionais. Economistas consultados pela Reuters esperavam que ela se mantivesse em 3,8%.

No entanto, a queda não foi um sinal de saúde na economia britânica, que corre o risco de entrar em recessão.

O número de pessoas empregadas cresceu em 40 mil, menos de um terço do aumento previsto na pesquisa da Reuters.

“Agora estamos começando a ver sinais de que o mercado de trabalho está perdendo força”, disse Jack Kennedy, economista britânico do site de empregos global Indeed.

A taxa de inatividade econômica –que mede a parcela da população que não está trabalhando e não procura trabalho– aumentou 0,4 ponto percentual no trimestre para 21,7%, a maior desde os três meses até janeiro de 2017.

O ONS disse que o aumento foi impulsionado por mais pessoas classificadas como doentes de longa duração e por menos estudantes em tempo integral que começam a trabalhar do que o normal para a época do ano.

Ao mesmo tempo, o crescimento salarial aumentou mais do que o esperado, refletindo a escassez de candidatos a empregos, embora ainda esteja muito atrás da inflação, que deve atingir 10,2% nos 12 meses até agosto, quando os números forem publicados na quarta-feira.

O Banco da Inglaterra está preocupado que o aperto no mercado de trabalho vai aumentar as pressões sobre os preços.

4 – Soja e milho atingem máximas desde junho após corte de estimativas de safra dos EUA

Soja 11/04/2007 REUTERS/Stringer

Os contratos futuros de soja na bolsa de Chicago atingiram, nesta segunda-feira (12), o maior preço desde junho e fecharam perto de suas máximas depois que o governo dos EUA fez cortes acima do esperado em sua estimativa da colheita norte-americana.

Os futuros de milho também atingiram seu nível mais alto em mais de dois meses, após uma perspectiva de produção reduzida do Departamento de Agricultura dos EUA.

O USDA, em um relatório mensal, fixou a colheita de soja nos EUA em 4,378 bilhões de bushels, abaixo das estimativas dos analistas de 4,496 bilhões de bushels.

“A soja surpreendeu o mercado”, disse Don Roose, presidente da corretora US Commodities, com sede em Iowa.

O contrato de soja mais ativo subiu 76 centavos, para terminar em US$ 14,8825 por bushel, o preço mais alto desde 30 de junho.

O milho fechou com alta de 11 centavos, a US$ 6,96 por bushel, atingindo o maior valor desde 27 de junho.

Os contratos futuros de trigo, enquanto isso, encerraram em baixa, depois de atingirem uma máxima de dois meses. O contrato mais ativo caiu 10,75 centavos, para US$ 8,5875 por bushel.

5 – Antaq aprova processo de desestatização de Porto de Santos

A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) aprovou nesta segunda-feira (12) o processo de desestatização do Porto de Santos. O aval foi assinado pelo diretor-geral do órgão, Eduardo Nery, e ainda será referendado pelo colegiado da Antaq. Contudo, a proposta poderá desde já seguir para o Ministério da Infraestrutura. É a pasta quem irá apresentar o projeto para o Tribunal de Contas da União (TCU), que precisa avalizar a modelagem. Outros ritos ainda devem ser cumpridos anteriormente, envolvendo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).

Apesar de, recentemente, o ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, ter afirmado que o prazo de concessão do Porto havia passado para 50 anos, a documentação aprovada pela Antaq, de acordo com a agência, prevê um contrato estipulado em 35 anos, com possibilidade de ser prorrogado por mais cinco, como projetado inicialmente. A extensão do prazo, segundo fontes, poderia atrasar ainda mais o processo de privatização do Porto, já que exigiria alterações no projeto.

O porto será leiloado com o critério de maior valor de outorga, estipulado pela Antaq em R$ 3,015 bilhões. A modelagem também prevê R$ 6,3 bilhões em novos investimentos, dos quais R$ 2,1 bilhões serão destinados à infraestrutura portuária e R$ 4,2 bilhões de reais para execução do túnel seco que ligará Santos e Guarujá. A responsabilidade pelo projeto do túnel será do concessionário do porto. Apesar dos valores obrigatórios estarem estimados em R$ 6,3 bilhões, o governo tem afirmado que a desestatização deverá movimentar um volume de R$ 18 bilhões.

O Ministério da Infraestrutura ainda acredita ser possível fazer o leilão de Santos em 2022, último ano de mandato de Jair Bolsonaro (PL), que tenta a reeleição. O projeto poderá ter uma tramitação mais célere no TCU, se comparado a outros processos de desestatização, mas o tempo levado pelo governo para enviar a proposta à Corte colocou a realização do certame em 2022 num patamar considerado de baixa viabilidade.

De acordo com o Plano de Desenvolvimento e Zoneamento do Porto de Santos (PDZ), apresentado em 2020, até 2040, há uma perspectiva de crescimento de quase 50% na capacidade total do porto e de 58% na demanda atendida, em relação à 2020. Estima-se ainda um aumento na movimentação de 45 Mton para 86 Mton no modal ferroviário e de 73,3 Mton para 101 Mton, para o mesmo período.

*Com Estadão Conteúdo, Reuters e Agência Brasil

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