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Finanças

Ibovespa fecha em queda, mas assegura alta de 2% na semana; dólar sobe na sessão

Aumento da taxa de juros pelos principais bancos centrais provocou maior aversão ao risco.

O Ibovespa fechou em forte queda nesta sexta-feira (23), impulsionado pelo movimento global de aversão ao risco à medida que os principais bancos centrais aumentaram os juros de maneira agressiva, tornando uma recessão cada vez mais provável. Por outro lado, o indicador assegurou alta na semana. O dólar, por sua vez, encerrou a sessão em alta e a semana em queda.

No dia, o Ibovespa recuou 2,06%, aos 111.716 pontos. Na semana, o indicador subiu 2,23%. O dólar subiu 2,61%, a R$ 5,2480, nesta sessão. Na semana, a moeda teve queda de 0,20%.

A alta do dólar foi generalizada nesta sexta-feira. Ao mesmo tempo, as ações listadas nas principais bolsas de valores do mundo tiveram queda acentuada, enquanto os rendimentos dos títulos de dez anos do governo norte-americano davam sequência a sua trajetória ascendente.

“O Ibovespa é fortemente pressionado pela queda das commodities hoje, principalmente petróleo, que recua com os temores de recessão e desaceleração da economia global. Com as treasuries nos EUA renovando as máximas, tivemos um dia de juros futuros subindo no Brasil acompanhando o cenário internacional de alta de juros”

Fabio Louzada, economista, analista e fundador da Eu me banco.

Miniaturas de barris de petróleo em 3D. REUTERS/Dado Ruvic/Illustration/File Photo

O clima nos mercados internacionais se mostrou negativo durante toda a semana, depois que vários bancos centrais importantes entregaram mais aumentos de juros para combater a inflação, mas piorou ainda mais nesta sexta-feira após dados de PMI da Europa fornecerem novas evidências de que os países da região podem estar entrando em recessão.

“Mercados globais refletem temor de recessão e operam em baixa… em uma semana que a aversão ao risco foi intensificada após alta de juros nos Estados Unidos e resultados mais fracos de atividade no mundo”, disse o departamento de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco em relatório.

Na quarta-feira, o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, elevou sua taxa de juros em 0,75 ponto percentual pela terceira vez consecutiva, e indicou mais aumentos por vir à medida que tenta controlar uma inflação mais persistente do que o inicialmente previsto pelas autoridades.

Outros bancos centrais, como o Banco Central Europeu (BCE) e o Banco da Inglaterra, também têm se mostrado resolutos em apertar as condições financeiras e frear gastos, mesmo que isso custe uma desaceleração da economia, o que tem aumentado a demanda por ativos considerados apostas seguras em tempos de turbulência.

“Até então ficamos imunes ao mau humor. Os três mercados aqui (de câmbio, ações e juros) atingiram novos patamares de bom humor ontem, na contramão de tudo e de todos”, comentou em publicação no Twitter Sergio Machado, sócio e gestor da Trópico.

“Que há algum motivo para tal é fato, pois atingimos níveis estratosféricos de juros, bem como atividade, e inflação tem surpreendido para o bem”, disse ele, embora tenha ponderado que o mercado local não é uma “ilha” em comparação com o resto do mundo.

A taxa Selic está atualmente em 13,75%, o que é visto como colchão para o real, já que torna os retornos da moeda mais atraentes para investidores estrangeiros.

Bolsas mundiais

Wall Street

Os principais índices de Wall Street fecharam em queda acentuada nesta sexta-feira.

O Dow Jones evitou por pouco fechar 20% abaixo de seu pico recorde de 4 de janeiro, de 36.799,64 pontos, o que significa que o índice blue-chip não confirmou um mercado em baixa (“bear market”, em inglês) de acordo com uma definição amplamente utilizada.

Segundo dados preliminares, o S&P 500 perdeu 1,69%, para 3.694,32 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq recuou 1,75%, para 10.873,10 pontos. O Dow Jones caiu 1,57%, para 29.603,13 pontos.

Europa

As ações de energia e materiais básicos na Europa despencaram quase 6% nesta sexta-feira e empurraram um índice acionário geral da região para uma mínima em quase dois anos, após a divulgação de dados preocupantes da zona do euro.

O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 2,34%, a 390,40 pontos, o que levou suas perdas semanais para 4,4% – pior semana desde meados de junho.

Uma pesquisa mostrou que a desaceleração da atividade empresarial na zona do euro se intensificou neste mês, com a economia provavelmente entrando em recessão à medida que os consumidores controlam gastos em meio a uma crise de custo de vida.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 1,97%, a 7.018,60 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 1,97%, a 12.284,19 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 2,28%, a 5.783,41 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 3,36%, a 21.066,55 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 2,46%, a 7.583,50 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 3,37%, a 5.487,44 pontos.

Ásia e Pacífico

As ações da China estenderam as perdas, pressionadas por temores com a saída de fundos estrangeiros devido aos aumentos de taxas de juros no exterior, problemas da covid-19 e tensões geopolíticas elevadas, enquanto as ações de Hong Kong caíram para uma mínima de 11 anos.

  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 1,18%, a 17.933 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,66%, a 3.088 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,34%, a 3.856 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 1,81%, a 2.290 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 1,16%, a 14.118 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 1,10%, a 3.227 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 1,87%, a 6.574 pontos.

*Com informações da Reuters.

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