Volkswagen testa caminhão autônomo
A Volkswagen Caminhões e Ônibus, empresa do grupo de veículos pesados Traton na América Latina, anunciou nesta terça-feira que está fazendo testes com um caminhão autônomo no Brasil para aplicação na agricultura e relançou toda a linha para se adequar às novas regras mais exigentes de emissão de poluentes, que entram em vigor no país no início de 2023.
O teste com o caminhão autônomo está sendo feito em parceria com a empresa de açúcar e etanol Raízen, na colheita de cana-de-açúcar no interior de São Paulo, afirmou o presidente da montadora, Roberto Cortes.
O modelo é um primeiro protótipo e representa um dos primeiros testes da tecnologia no país. O veículo tem ajudado no transporte de cana recém colhida para envio a usinas. O caminhão é um modelo de grande porte da marca, um Constellation, equipado com motor a diesel e tecnologia de direção sem motorista da norte-americana Raven, disse o executivo.
“Estamos experimentando e vendo custo, autonomia, aplicações…Acreditamos que os caminhões elétricos são mais adequados para a ‘última milha’ nas cidades enquanto o autônomo, no Brasil, para recintos confinados, para aplicações em agricultura e mineração, por exemplo”, disse Cortes.
Segundo ele, os primeiros modelos de caminhões totalmente autônomos ainda são uma realidade distante de aplicação no Brasil por vários fatores, incluindo as condições das rodovias. “Nível 5, sem motorista é bem a longo prazo. Um dia teremos, talvez no final da década no Brasil”, afirmou.
A companhia iniciou a produção de seu primeiro caminhão elétrico no Brasil, voltado a entregas urbanas, há cerca de um ano e iniciou recentemente exportações do modelo, chamado de e-Delivery, para o México. Um dos principais clientes é a Ambev que também tem forte presença no mercado mexicano. O objetivo é alcançar toda a América Latina com o produto, disse o executivo, sem citar prazos.
Os esforços fazem parte de um plano para internacionalizar a empresa até 2030 sob os pilares de redução de emissões e eletrificação, conexão dos veículos com a internet e capacidade de direção autônoma.
O investimento para isso, disse Cortes, está em parte dentro de um plano de 2 bilhões de reais entre 2021 e 2025, dos quais metade já foi desembolsado com tecnologias que incluem a adaptação dos modelos da marca à nova legislação brasileira de emissões de poluentes Proconve P-8, que entra em vigor em janeiro de 2023 e é equivalente às normas europeias Euro 6.
“Boa parte do investimento, 70% do um bilhão de reais, foi para (as regras de) emissões e melhora da produtividade (dos caminhões)”, disse o presidente da Volkswagen Caminhões e Ônibus. Segundo ele, os novos modelos da marca que começam a ser produzidos para atender às novas regras brasileiras serão 10% mais eficientes que modelos atuais.
“Vamos substituir os nossos 30 modelos de caminhões por uma linha Euro 6”, afirmou o executivo citando os lançamentos desta terça que cumprem a nova legislação ambiental mais restritiva.
Sobre a metade restante do plano de investimento, Cortes comentou que a companhia vai continuar dedicando recursos aos modelos eletrificados e melhoria de performance e conectividade, incluindo novos caminhões e ônibus elétricos, além da tecnologia de direção autônoma.
Questionado sobre as expectativas para 2023, Cortes afirmou que o ano não deve ser marcado por impactos de antecipação de compras de veículos ocorrida em anos anteriores, marcados por mudanças na legislação de emissões de poluentes.
Isso por causa da escassez de componentes que tem restringido a produção, disse o executivo. “Diferente de outros ‘euros’, o próximo ano deve ser um ano normal de pedidos”, disse. Ele lembrou ainda o programa de renovação de frota de caminhões sancionado pelo governo federal neste mês, que pode dar um ânimo maior para as vendas de novos no próximo ano.
Segundo Cortes, a oferta de componentes e mesmo de transporte de suprimentos “melhorou consideravelmente” nos últimos meses, mas esse quadro ainda não está estabilizado.
Goldman Sachs capta US$ 9,7 bi para private equity, o maior desde 2007
O Goldman Sachs captou 9,7 bilhões de dólares para um fundo de private equity, o maior desde 2007, para investir em empresas avaliadas na faixa de 750 milhões a 2 bilhões de dólares, informou o banco nesta terça-feira.
O fundo fica sob o braço de gestão de ativos e é conhecido como “West Street Capital Partners VIII”. Ele deve investir uma média de 300 milhões de dólares para assumir o controle de empresas de serviços financeiros e empresariais, bem como em saúde, consumo, tecnologia e transição para mudanças climáticas.
A plataforma de private credit & equity da empresa tem 40 bilhões de dólares em ativos sob gestão, incluindo 25 bilhões de dólares em fundos, secundários e coinvestimentos.
Os investidores incluem fundos de pensão, fundos soberanos, instituições financeiras, escritórios familiares e indivíduos de alto patrimônio líquido.
O fundo já investiu na Norgine, uma empresa farmacêutica europeia; a Nippo, uma empresa de pavimentação de estradas no Japão; e a Parexel, uma organização de pesquisa clínica.
Nova fábrica da Weg em SC vai atender montadoras de veículos elétricos
A fabricante de motores elétricos e tintas industriais Weg (WEGE3) vai elevar sua capacidade de produção em Santa Catarina em até 25% nos próximos anos com a construção de uma nova fábrica no complexo industrial em Jaraguá do Sul (SC). A unidade terá como um dos focos o atendimento de montadoras de veículos elétricos no Brasil.
A nova instalação produzirá para caminhões, ônibus e vans de entregas. A empresa tem feito parcerias na área, fornecendo componentes para o caminhão elétrico e-Delivery montado pela Volkswagen Caminhões e Ônibus em Resende (RJ).
“A Weg está trabalhando no desenvolvimento de outros clientes e outras soluções para caminhões, ônibus e veículos comerciais leves”, afirmou a empresa à Reuters.
Atualmente a Weg tem capacidade instalada de motores de tração para veículos elétricos de 1.200 unidades por ano.
A companhia afirmou que sua capacidade de produção será ampliada com adição de 500 mil motores por ano até 2025, quando a empresa concluirá a expansão de suas unidades fabris.
A companhia não fez estimativas sobre o mercado brasileiro de veículos elétricos.
Segundo a associação de montadoras Anfavea, apesar do segmento ainda ser pequeno em relação aos modelos movidos a combustíveis fósseis, tem havido crescimento nos últimos meses. A fatia de caminhões e ônibus elétricos no acumulado de vendas de novos no país de janeiro ao fim de agosto deste ano foi de 0,5% – 504 unidades – ante 0,2% – 313 unidades – em todo 2021.
INVESTIMENTO
A Weg prevê investir na nova fábrica 660 milhões de reais nos próximos três anos. A expectativa é concluir a nova unidade no primeiro trimestre de 2024.
“Além da ampliação dos prédios de fabricação de componentes e de logística de exportação, também será construída uma nova fábrica dedicada a motores industriais e principalmente motores para atender o segmento de mobilidade elétrica”, afirmou a Weg.
A empresa afirmou que a construção será modular, para permitir aumento gradual da capacidade de produção conforme o crescimento do mercado nos próximos anos.
Analistas do Itaú BBA consideraram o anúncio da Weg como “positivo”, entendendo que reforça a avaliação de crescimento da empresa no médio e longo prazos.
“Nosso modelo precifica 20% de crescimento em equipamentos industriais eletroeletrônicos em 2022, 13% em 2023 e 12% depois disso. Instalações domésticas vão atender clientes locais e também gerar receitas com exportações”, afirmaram os analistas Daniel Gasparete, Gabriel Rezende e Luiz Capistrano.
As ações da Weg caíram 1,5% nesta terça-feira, enquanto o Ibovespa recuou 0,68%.
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