Depois de não conseguirem se manter em terreno positivo na terça feira (28), os mercados globais continuam recuar hoje. Na Ásia a maior queda do dia foi do índice de Hang Seng com recuo de 3,41% que teve sua menor pontuação em 11 anos aos 17.250,88 pontos pela combinação de juros globais altos e potencial desaceleração econômica chinesa. O Nikkei encerrou o dia com queda de 1,50%, Shanghai com perdas de 1,58%, o Taiex com desvalorização de 2,61% e o KOSPI com baixa de 2,45%.
Na Europa os investidores reagem ao indicador de Clima do Consumidor Gfk da Alemanha referente a outubro que teve uma piora dos -36,8 pontos para -42,5 pontos, resultado pior do que a expectativa de -39 pontos. Outros fatores de risco que aumentam a aversão ao risco são a recente notícia do vazamento no sistema do gasoduto Nord Stream e que, de acordo com a primeira ministra da Dinamarca, não teria sido causado por um acidente após sismólogos suecos detectarem explosões perto área do Nord Stream.
Além do aumento nas tensões geopolíticas envolvendo a Rússia e o fornecimento de commodities energéticas, as recentes notícias de tentativas de barrar a alta dos preços de energia colocam mais pressão sobre o Banco Central Europeu. Um dos exemplos é o Reino Unido que planeja impor um teto no preço da energia elétrica que poderia piorar o cenário fiscal do país já que a diferença entre o preço real e o limite do teto seria subsidiado pelo governo. A Alemanha também preparar uma medida parecida caso a União Europeia não apresente um plano similar para baratear a energia.
Os principais índices europeus registravam queda no começo do dia, como o DAX com recuo de 1,33%, o FTSE com queda de 0,51%, o CAC com perdas de 1,15% e o Euro Stoxx em baixa de 1,36%.
Dia marcado por discursos de autoridades de bancos centrais
Apesar da agenda de indicadores do dia ser relativamente vazia, os destaques vão para a divulgação de dados do setor imobiliário dos EUA como vendas pendentes de moradias e para os discursos de 9 autoridades dos bancos centrais dos EUA e Europa:
- 04:15 – Discurso da presidente do BCE, Christine Lagarde;
- 05:15 – Dicurso do membro do comitê de política monetária do Reino Unido, Cunliffe;
- 06:00 – Dicurso do integrante do Banco Central Alemão, Wuermeling;
- 09:35 – Discurso do membro do FOMC (EUA), Bostic;
- 11:10 – Discurso do membro do FOMC (EUA), Bullard;
- 11:15 – Discurso do presidente do Fed (EUA), Powell;
- 12:00 – Discurso do membro do FOMC (EUA), Bowman;
- 12:00 – Discurso do membro do BCE, Elderson;
- 15:00 – Discurso do presidente do Fed de Chigado, Evans;
Os discursos têm sido usados pelos bancos centrais para dar sinais para os mercados sobre a direção e intensidade do aumento dos juros e interpretações sobre os novos dados econômicos, como o discurso da presidente do BCE, Christine Lagarde hoje quando afirmou que os juros aumentarçao no bloco europeu nas próximas reuniões e que a primeira missão é de atingir a taxa neutra de juros entre 1% e 2%, algo que poderia ser atingido “antes do natal” de acordo com o presidente do banco central finlandês em uma fala na quarta feira (28). Os mercados podem apresentar volatilidade em reação à falas mais duras de integrantes dos bancos centrais.
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