“Se estou falando de um jogo que mudou o PIB da Filipinas e tinha fazendeiro, mãe solo e motorista de Uber jogando, eu precisava construir algo tão grande quanto”, disse a empreendedora durante o Fórum CEO, evento realizado na última semana pelo Experience Club no Guarujá, na baixada Santista.
A Sp4ce Games, criada em 2021, se tornou dona da maior comunidade da América Latina dedicada ao Axie Infinity. Neste ano, porém, a empreendedora vendeu o negócio para os sócios do grupo Select Investimentos.
Na Trexx, a empresária passou a se dedicar ao desenvolvimento do Boom Boogers, um game de ação que tem o propósito de conectar mais brasileiros ao mercado de criptoativos. O jogo, assim como o Axie, ocorre por meio do uso de blockchain, que é a troca de informações processadas por usuários de uma rede descentralizada de computadores e que foi criada para garantir segurança e transparência em negociações digitais.
Mercado potencial
Ao questionar aos participantes da plateia se acreditavam que seus filhos poderiam pagar sua faculdade no futuro jogando videogame, Heloísa Passos falou sobre como a blockchain games vem transformando o mercado.
De acordo com a empreendedora, em 2021, os fundos de venture capital (que apostam em empresas com alto potencial de crescimento) investiram US$ 2,8 bilhões na tecnologia.
Heloísa reiterou que os games já passaram por três momentos econômicos. O primeiro deles foi o “play to play”, quando era necessário comprar cartuchos para ter acesso aos jogos, e depois o “free to pay”, etapa que permitiu o ingresso gratuito aos games por meio do computador. Também passou a ser possível comprar roupas e acessórios para turbinar os personagens e até mesmo negociar avatares mais completos de outros jogadores.
Mais recentemente, porém, o que tem tomado conta do segmento é o blockchain games, que é a transação financeira por meio dos jogos virtuais. A operação ocorre por meio dos NFTs (tokens não fungíveis, em português), que são a representação de um bem no ambiente virtual.
“Antes existia a problemática de que quem vendia um personagem não sabia se ia receber o dinheiro. E quem comprava, não sabia se receberia o personagem. Agora, é possível fazer essas transações de forma inteligente. Todo mundo sabe que vai receber e o desenvolvedor também ganha uma percentagem”, explicou a empreendedora.