O Brasil registrou déficit em transações correntes de US$ 5,678 bilhões em setembro, impactado por um aumento das remessas de lucros e dividendos ao exterior frente ao mesmo mês do ano passado, informou o Banco Central nesta segunda-feira.
Com o resultado, o déficit acumulado em 12 meses na conta corrente do país totalizou o equivalente a 2,56% do Produto Interno Bruto (PIB).
Houve um avanço nos investimentos diretos no país no período, que alcançaram US$ 9,185 bilhões em setembro, contra US$ 4,6 bilhões observados no mesmo mês de 2021.
No mês passado, o superávit da balança comercial foi de US$ 2,356 bilhões, ligeiramente inferior ao saldo positivo de US$ 2,551 bilhões em setembro de 2021.
O movimento foi explicado por um crescimento de 24,5% nas exportações, enquanto as importações tiveram alta de 28,2% no período.
O dado do mês mostrou déficit na conta de renda primária, de US$ 6,534 bilhões, ante rombo de US$ 3,391 bilhões em setembro de 2021.
Nesse segmento, as remessas líquidas de lucros e dividendos aumentaram para US$ 5,326 bilhões, ante US$ 2,508 bilhões em mês equivalente do ano passado. A despesa líquida com juros, por sua vez, somou US$ 1,225 bilhão no mês, contra US$ 899 milhões em setembro de 2021.
Já o rombo na conta de serviços ficou em US$ 1,887 bilhão, contra US$ 1,352 bilhão no mesmo mês do ano passado.
Os gastos líquidos com viagens internacionais subiram a US$ 491 milhões, de US$ 237 milhões um ano antes.
Em dado parcial captado até o dia 19 deste mês, o fluxo cambial ficou negativo em US$ 2,406 bilhões, disse ainda o BC.
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