Políticos aliados ao presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestaram em reconhecimento à vitória nas urnas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto o mandatário permaneceu em silêncio, não tendo se manifestado desde a confirmação do resultado do segundo turno na noite de domingo.
“Bolsonaro deixará a Presidência da República em janeiro de cabeça erguida, com a certeza de dever cumprido e amado por milhões de brasileiros”, disse em publicação em redes sociais a senadora eleita Damares Alves (Republicanos), ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos do atual governo.
Ex-ministra da Agricultura de Bolsonaro, a senadora eleita Tereza Cristina (PP) também reconheceu o resultado da eleição e afirmou que é preciso respeitar diferenças.
“Numa democracia, nem sempre a nossa escolha prevalece nas urnas. O resultado das eleições de hoje nos ensina a perseverar e a respeitar as diferenças. Presidente Jair Bolsonaro, seu governo fez história”, disse.
Durante meses Bolsonaro se recusou diretamente a responder se aceitaria o resultado em caso de derrota nas eleições, afirmando que só reconheceria eleições que considerasse “limpas”, após fazer acusações sem provas e já refutadas sobre a segurança das urnas eletrônicas.
Na véspera, da votação, no entanto, ele afirmou que o candidato que recebesse mais votos seria o ganhador.
Desde a confirmação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de que Lula voltará a governar o país a partir de janeiro, Bolsonaro permaneceu em silêncio. Até o início da manhã desta segunda-feira, ele seus filhos não haviam se manifestado publicamente.
A deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) afirmou pelas redes sociais que será “a maior oposição que Lula jamais imaginou ter”.
Ex-ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro, o deputado federal eleito Ricardo Salles (PL) pediu serenidade e avaliou o desfecho do pleito.
“O resultado da eleição mais polarizada da história do Brasil traz muitas reflexões e a necessidade de buscar caminhos de pacificação de um país literalmente dividido ao meio”, afirmou.
“Eles saberão o que é oposição, há uma longa estrada pela frente”, disse o deputado federal eleito Nikolas Ferreira (PL), que participou de atos de campanha em diversos Estados em busca de votos para Bolsonaro. “Hoje não elegemos um presidente de direita, talvez amanhã.”