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Economia

Protestos bolsonaristas em rodovias perdem força e recuam em todo país

Pontos de manifestações recuaram para 32 em sete Estados do país, segundo balanço da PRF.

O número de pontos de interdição ou bloqueio de rodovias no país decorrente de ações de manifestantes bolsonaristas descontentes com o resultado da eleição do domingo caiu para menos que a metade em relação ao início do dia, segundo dados divulgados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na tarde desta quinta-feira (3).

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro na rodovia Castelo Branco, em Barueri (SP) 02/11/2022 REUTERS/Amanda Perobelli/File Photo

Os pontos de manifestações de cunho golpista recuaram para 32 em sete Estados do país, segundo balanço da PRF divulgado por volta das 16h. Ao redor das 10h, o número de bloqueios e interdições somava 73.

Os manifestantes perderam ânimo depois que o presidente Jair Bolsonaro fez pronunciamento na noite da quarta-feira pedindo o desbloqueio das rodovias, apesar de afirmar que outros protestos contra o resultado da eleição são “do jogo democrático”.

Bolsonaro esperou três dias para fazer o pedido enquanto o país teve que lidar com centenas de pontos de interdição organizados por bolsonaristas após a confirmação da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no pleito de domingo.

Derrota nas eleições

Bolsonaro não reconheceu textualmente sua derrota eleitoral para Lula e fez seu primeiro pronunciamento sobre a eleição 44 horas após a definição da eleição do petista para um terceiro mandato na Presidência da República.

Apesar da postura de Bolsonaro, que disse que os movimentos de cunho golpista de seus apoiadores são resultado de indignação e sentimento de injustiça com a forma como se deu o processo eleitoral, os trabalhos de transição de governo começaram nesta quinta-feira.

Protesto após o segundo turno da eleição presidencial brasileira
Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro bloqueiam parcialmente a rodovia Castelo Branco durante um protesto pela derrota de Bolsonaro no segundo turno da eleição presidencial, em Barueri, Brasil. 2 de novembro de 2022. REUTERS/Amanda Perobelli

Apesar da sensível queda nas manifestações, Mato Grosso, um dos principais focos do movimento que defende um golpe militar, tinha o maior número de pontos de interdição, com 9, segundo os dados da PRF. Mas o volume de atos era muito menor que os 24 reportados mais cedo.

Santa Catarina, outro importante reduto bolsonarista e que registrava mais cedo 16 interdições e 11 bloqueios, mostrava no novo balanço da PRF 5 pontos de transtornos nas estradas do Estado. Pelos critérios adotados pela PRF, bloqueios ocorrem quando o tráfego é completamente impedido, e as interdições são quando há interrupção parcial no fluxo de veículos.

Em despacho nesta quinta, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu prazo de 48 horas para que o diretor-geral da PRF, Silvinei Vasquez, apresente um relatório circunstanciado de todas as multas aplicadas pelo órgão, identificando os veículos e pessoas autuadas.

A decisão foi tomada no âmbito da ação que havia pedido ao STF a desobstrução de todas as rodovias federais tomadas por apoiadores de Bolsonaro.

Até a véspera, segundo informações da imprensa, o volume de autuações somava 1.992, com valor de 18 milhões de reais em multas.

Além de Mato Grosso e Santa Catarina, Rondônia (8) e Pará (6) registravam os maiores números de pontos de bloqueio e interdição de rodovias, segundos os números da PRF.

Além dos atos golpistas nas estradas, apoiadores de Bolsonaro foram na quarta-feira, feriado do Dia de Finados, para portas de unidades do Exército em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo para pedir intervenção das Forças Armadas, o que é ilegal.

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