Após a Justiça aceitar o pedido de recuperação judicial da Americanas (AMER3), as ações da varejista caíram abaixo de R$ 1 nesta sexta-feira (20), último dia em que o papel será negociado dentro do Ibovespa. Os papéis fecharam o dia em queda de 29%, a R$ 0,71. Na mínima do dia, chegaram a R$ 0,69.
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Exclusão do Ibovespa
Na véspera, a bolsa de valores brasileira (B3) anunciou a exclusão das ações da varejista de pelo menos 14 índices, dentre eles, o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE). A medida foi tomada depois que a varejista entrou com o pedido de recuperação judicial na 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro.
Além do Ibovespa, as ações da Americanas deixaram os índices IGCX (Governança), ICO2 (Carbono eficiente), ICON (Consumo), IBXX (Brasil 100), IGCT (Governança Corporativa Trade), IGNM (Novo Mercado), IBRA (Brasil Amplo), IVBX (Valor), ITAG (Tag Along Diferenciado), SMLL (Small Caps), IBXL (Brasil 50) e GPTW (Melhores Empresas para Trabalhar).
De acordo com a B3, a exclusão será feita após o encerramento do pregão desta sexta-feira (20). A participação da companhia nos índices será redistribuída proporcionalmente entre os outros integrantes das carteiras, com o pertinente ajuste nos redutores dos índices.
As ações AMER3 vão continuar sendo negociadas normalmente na B3, mas sob o título de Recuperação Judicial- segmento especial no qual a companhia passará a ter suas informações publicadas.
Relembre o caso Americanas
No dia 11 de janeiro, a companhia anunciou inconsistências contábeis da ordem de R$ 20 bilhões, o que resultou na renúncia dos então CEO e CFO da empresa.
Dois dias depois, credores pediram o vencimento antecipado das dívidas da companhia e notícias indicaram que os acionistas de referência propuseram um aumento de capital de R$ 6 bilhões, enquanto bancos credores exigiram um mínimo de R$ 10 bilhões.
Na mesma data, a companhia conseguiu uma tutela de urgência na justiça, suspendendo por 30 dias o vencimento antecipado das dívidas e quaisquer obrigações.
Posteriormente, o BTG Pacutal realizou um pedido para derrubar a medida, que foi indeferido pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
Em meio aos desdobramentos, a companhia, que teve sua nota de crédito rebaixada por agências de classificação de risco, chegou a anunciar a contratação do Rothschild & Co como seu representante no processo de reestruturação com credores e a nova CFO Camille Faria, uma executiva com experiência em processos de recuperação judicial, foi anunciada.
A Justiça aceitou no dia 19 de janeiro o pedido de recuperação judicial feito horas antes pelas Lojas Americanas. A decisão é da da 4ª Vara Empresarial da Comarca do Rio de Janeiro.
Mais cedo, a Americanas divulgou um comunicado informando que entrou com o pedido. Após a notícia, a B3 informou que excluiu a varejista de todos os seus índices de referência. A varejista informou uma dívida junto aos credores que soma R$ 43 bilhões.
No mesmo dia, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) anunciou a criação de uma força-tarefa com várias superintendências para analisar o caso. O órgão disse que buscava cooperação com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal.
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