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Finanças

Ibovespa fecha semana em alta, com cenário político e Americanas em destaque

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva manteve um discurso ‘amedrontador’, do ponto de vista econômico, segundo especialista.

O Ibovespa recuou nesta sexta-feira (20), após três altas seguidas, mas teve alta na semana, que foi marcada por declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e por agentes financeiros digerindo o pedido de recuperação da Americanas, que teve os papéis excluídos dos índices da B3.

Já o dólar fechou com avanço frente ao real tanto no dia quanto na semana — apesar de, no exterior, ter recuado frente à maioria das divisas.

No dia, o principal índice acionário da B3 caiu 0,78%, a 112.040 pontos. Na semana, o indicador acumulou alta de mais de 1,01%. Já o dólar fechou em alta de 0,71%, negociado a R$ 5,2071, neste pregão. Na semana, a moeda norte-americana subiu 1,97%.

Cenário interno

Fluxo estrangeiro ajuda bolsa brasileira

De acordo com Dan Kawa, diretor de Investimentos da TAG Investimentos, os ativos locais continuam se favorecendo de um fluxo relevante e de um otimismo evidente dos estrangeiros com os países e os ativos emergentes.

Segundo com a B3, até o dia 18, as compras de estrangeiros no mercado secundário de ações brasileiros superavam as vendas em cerca de R$ 6 bilhões em 2023.

“A reabertura da China, com a queda nas taxas de juros dos EUA, em meio a ‘valuations’ atrativos e uma posição técnica saudável, vem sendo um pano de fundo evidentemente positivo para o Brasil e seus ativos”, afirmou Kawa em nota a clientes.

Cenário político

No Brasil, acrescentou Kawa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva continuou com um discurso “amedrontador do ponto de vista econômico, mas sua equipe vem mostrando maior racionalidade e tentando apontar à sociedade que o caminho, em algumas esferas, como a econômica, é manter parte das conquistas do passado”.

Uma dessas conquistas, conforme citou Kawa, é a independência do Banco Central, que foi classificada como “bobagem” nessa semana por Lula.

Destaques da bolsa

Após a Justiça aceitar o pedido de recuperação judicial da Americanas, a ação AMER3 chegou a ser negociadas abaixo de R$ 1. O papel recuou na bolsa nesta sessão, encerrando com queda de 29%, negociada a R$ 0,71. A oscilação fez as ações irem à leilão.

Klabin Unit (KLBN11) caiu 3,19%, negociada a R$ 19,45, em sessão mais negativa para o setor de papel e celulose, com Suzano (SUZB3) também em baixa de 4,46%, negociada a R$ R$ 47,14. De acordo com analistas, os preços de celulose recuaram na semana na China.

Itaú Unibanco (ITUB4) recuou 1,77%, em R$ 26,10, assim como Bradesco (BBDC4) teve queda de 1,41%, em R$ 14,67, enquanto Banco do Brasil (BBAS3) valorizou 2,45, em R$ 40,07. As units do BTG Pactual (BPAC11), que tem ocupado o noticiário em razão dos problemas envolvendo a Americanas, da qual é um dos principais credores, mostrou declínio de 3,31%, negociadas a R$ 21,30.

Petrobras (PETR4) avançou 2,09%, negociada a R$ 26,37, em meio a movimentos de ajustes, após alta de mais de 5% acumulada na semana até a véspera. No exterior, o contrato de petróleo Brent registrava variação positiva.

Vale (VALE3) subiu 0,27%, negociada a R$ 93,99, em sessão com alta dos contratos futuros de minério de ferro, com o contínuo otimismo sobre uma recuperação econômica na China, maior produtora mundial de aço, elevando o ânimo da demanda. O contrato mais negociado na Dalian Commodity Exchange da China encerrou as negociações diurnas com alta de 1,8%.

Rede D’Or (RDOR3) caiu 4,37%, negociada a R$ 28,23, após subir mais de 12% nos últimos quatro pregões. Analistas do Citi cortaram nesta sexta-feira a recomendação para os papéis para “neutra”, bem como reduziram o preço-alvo de R$ 39 para 33, enxergando uma relação risco versus retorno mais equilibrada neste momento.

Gafisa (GFSA3) avançou 12,14%, em R$ 12,75. A construtora divulgou prévia de resultados operacionais referente ao 4º trimestre de 2022, que mostrou que as vendas líquidas da empresa atingiram R$ 268,9 milhões no período, um aumento de 36% em relação ao mesmo trimestre de 2021.

Fatos corporativos

Embraer

A Superintendência Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições a constituição de joint venture entre a Embraer Netherlands B.V (Embraer NL) e a CAE Aviation Training & Services UK Ltd. (CAE UK). O despacho está publicado no Diário Oficial da União desta sexta-feira.

Segundo o parecer do Cade, a operação consiste na formação de joint venture entre a Embraer NL e a CAE UK, denominada Embraer CAE Training Services (UK) Limited. O objetivo será o fornecimento de serviços de treinamento para jatos executivos Phenom-100 e 300. O valor da operação não foi divulgado por ter acesso restrito.

No dia, a EMBR3 caiu 0,92%, negociada a R$ 16,22.

Santander Brasil

Santander Brasil (SANB3, SANB4, SANB11) anunciou o pagamento de R$ 1,7 bilhão em juros sobre capital próprio (JCP). O valor líquido já descontado Imposto de Renda será de R$ 1,44 bilhão – com exceção dos acionistas imunes e/ou isentos.

A data de corte será em 26 de janeiro deste ano; logo, os acionistas posicionados no papel até esta data terão direito ao provento. A partir de 27 do mesmo mês, as ações da companhia serão negociadas “Ex-Juros Sobre Capital Próprio”.

No acumulado do ano, os papeis SANB11 e SANB3 registram alta de 3,44% e 4,74%, respectivamente.

Lojas Renner

A varejista de moda Renner (LREN3) anunciou que foi aprovado um novo programa de recompra de ações.

Até 15 milhões de ações deverão ser recompradas, o que representa 1,55% dos papéis em circulação no mercado. O período para as aquisições podem ser feitos até 19 de julho de 2024.

No ano, os papeis LREN3 acumulam alta de 0,34%. Enquanto que nos últimos 12 meses o cenário é de queda de 19,48%.

Alphabet

A Alphabet, controladora do Google (GOGL34), anunciou nesta sexta-feira (20) que vai cortar cerca de 12 mil funcionários, ou 6% de sua força de trabalho, em meio ao foco cada vez maior do setor de tecnologia em sistemas de inteligência artificial (IA).

O anúncio fez as ações da Alphabet avançarem antes da abertura dos mercados e é o mais recente em uma grande onda de demissões que tem tomado conta do setor de tecnologia.

Dias atrás, a Microsoft anunciou 10 mil demissões.

Cenário externo

EUA

As ações dos Estados Unidos fecharam em alta nesta sexta-feira, com os índices S&P 500 e Dow Jones interrompendo uma sequência de três sessões consecutivas de perdas e o índice de tecnologia Nasdaq com um salto de mais de 2%.

O Dow Jones subiu 1%, para 33.375,49 pontos. O S&P 500 ganhou 1,89%, para 3.972,61 pontos. O Nasdaq avançou 2,66%, para 11.140,43 pontos. Na semana, o Dow Jones perdeu 2,7%, o S&P 500 caiu 0,66% e o Nasdaq ganhou 0,55%.

Europa

As ações europeias fecharam em alta nesta sexta-feira, mas marcaram perdas semanais com uma visão cautelosa de investidores sobre a temporada de balanços corporativos e das próximas decisões de bancos centrais, embora a reabertura dos bloqueios contra a covid-19 na China tenha oferecido algum alívio.

O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em alta de 0,37%, a 452,12 pontos, impulsionado por papéis de viagens e lazer e de varejo. No entanto, o STOXX 600 registrou baixa semanal de 0,1%, apesar de atingir uma máxima em nove meses nesta semana, pressionado por balanços decepcionantes, dados econômicos fracos dos Estados Unidos e comentários agressivos de autoridades de bancos centrais.

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, e seu colega Klaas Knot disseram na quinta-feira que investidores subestimavam a determinação do BCE em levar a inflação de volta à meta de 2%.

A expectativa é de que o Federal Reserve aumente a taxa de juros em 0,25 ponto percentual em sua reunião de política monetária em fevereiro, enquanto o BCE deve subir 0,50 ponto percentual.

A China disse que o pior já passou em sua batalha contra a covid-19, no que deve ser um dos dias de viagens mais movimentados em anos nesta sexta-feira –um deslocamento em massa de pessoas que alimentou temores de um novo salto nas infecções.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,30%, a 7.770,59 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,76%, a 15.033,56 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,63%, a 6.995,99 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,70%, a 25.775,52 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 1,42%, a 8.918,20 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,88%, a 5.913,81 pontos.

Ásia

As bolsas asiáticas encerram o pregão da sexta-feira (20) em alta na véspera da semana de feriados em países que comemoram o Ano Novo Lunar a partir de 22/01. As ações chinesas registram bom desempenho reagindo à declaração de autoridades da Comissão Nacional de Saúde de que o período de pico de pacientes que precisam de cuidados médicos pela covid foi atingido.

Em discurso no Encontro do Festival da Primavera de 2023, o presidente da China, Xi Jinping, disse que o país deverá “se esforçar para alcançar uma melhoria geral na recuperação econômica” e que não se concentrarão em “falsas alegações”. O discurso do presidente foi divulgado pela agência estatal de notícias Xinhua.

A China vem tomando um papel de destaque desde a sua reabertura com a abolição da política de “covid-zero”, porém em um momento no qual diversas outras nações do mundo enfrentam risco de recessão, o que reduz a demanda pela importação de produtos chineses.

Enquanto isso, a taxa anual do núcleo da inflação ao consumidor (CPI) do Japão atingiu 4% em dezembro, renovando máxima em 41 anos e ampliando a pressão para que o Banco do Japão (BoJ) reverta o relaxamento monetário iniciado há uma década.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,56%, a 26.553 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 1,82%, a 22.044 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,76%, a 3.264 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 0,61%, a 4.181 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 0,63%, a 2.395 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX permaneceu fechado
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,54%, a 3.293 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,23%, a 7.452 pontos.

*Com informações da Reuters.

Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.

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