A quinta-feira foi marcada pela divulgação de dados dos EUA indicando uma atividade econômica superior ao esperado pelo mercado como o Índice de Preços ao Produtor, que subiu mais do que as projeções com crescimento de 0,7% em janeiro, os pedidos iniciais por seguro desemprego, contrariando as expectativas de subirem aos 200 mil, tiveram uma queda dos 195 mil da semana anterior para 194 mil nesta divulgação.
E além dos dados econômicos, as falas de autoridades do Fed preocuparam ainda mais os investidores invertendo o sentido dos índices registrando quedas no fechamento de 1,38% do S&P 500, 1,26% do Dow Jones e 1,78% do índice Nasdaq. O presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, disse que a economia dos EUA está crescendo mais rápido do que o esperado e o nível de desemprego está abaixo do natural de longo prazo. Outra declaração marcante foi a de Loretta Mester, presidente do Fed de Cleveland, que declarou que há a possibilidade de uma elevação de juros diferente de 0,25 p.p. como precificado pelo mercado, reforçou que aumentos maiores podem acontecer em qualquer reunião específica.
Na contramão dos índices globais, o Ibovespa encerrou a quinta-feira com alta de 0,31% aos 109.941,46 pontos enquanto o dólar teve queda de 0,18% aos R$ 5,211 pela sinalização positiva do presidente Lula ao declarar que não tem interesse em brigar com o presidente do Banco Central.
Mercados hoje
- Ásia: Influenciados pelo tom pessimista de ontem por conta dos dados econômicos dos EUA, os índice asiáticos têm baixa generalizada com as quedas de 0,66% do Nikkei, 0,77% em Shanghai, 0,46% no Taiex, 0,98% no Kospi enquanto a queda mais forte foi de 1,28% em Hang Seng pelo aumento de tensões entre EUA e China com empresas de ambos países na lista de sanções.
- Europa: Os investidores reagem à mudança de tom entre as bolsas globais e aos dados econômicos divulgados hoje como as vendas no varejo no Reino Unido que contrariam as expectativas de queda de 0,3% e subiram 0,5% no mês enquanto o Índice de Preços ao Produtor da Alemanha teve uma queda de 1%, resultado melhor que a queda esperada de 1,6% pelos investidores. Mesmo assim, os índices europeus registravam quedas de 0,82% do DAX, 0,19% do FTSE, 0,66% do CAC, 0,23% do IBEX e 0,90% do Euro Stoxx.
- EUA: Sem grandes dados econômicos no dia, os investidores acompanham o discurso de Michelle Bowman, membro do FOMC. O desempenho dos contratos futuros de índices negociados no pré-mercado indicam um começo de sexta-feira de quedas com as perdas de 0,55% do Dow Jones, 0,79% do S&P 500 e 1,03% do Nasdaq.
- Commodities: Com as quedas dos índices globais e a chance de uma desaceleração econômica por juros mais altos nos EUA e Europa, a maioria das commodities tem perdas como as quedas de 2,41% do barril do Petróleo Brent, 2,51% do barril do WTI e 3,06% do Óleo de Aquecimento.
Com agenda vazia, Ibovespa se prepara para feriado
Com a agenda econômica vazia nesta sexta, o Ibovespa pode sentir a pressão negativa do exercicio de opções e das quedas das commodities que influenciam o preço de empresas com grande participação no índice como Petrobras e Vale. E por conta do Carnaval, o pregão na B3 retorna na quarta-feira (22) às 13:00.
No destaque corporativo, o lucro líquido atribuível aos sócios controladores da Vale caiu 31,4% no quarto trimestre de 2022, ante o mesmo intervalo de 2021, para R$ 3,72 bilhões. Já no acumulado de 2022, o montante recuou 32,4%, para R$ 16,728 bilhões.
E a farmacêutica Hypera divulgou um lucro líquido de R$ 431,7 milhões de reais para o quarto trimestre de 2022, alta de 18% ante igual período do ano anterior. Esse resultado considera apenas as operações continuadas. O lucro líquido total foi de 429,6 milhões de reais.
A Hypera ainda anunciou também a projeção de lucro líquido das operações continuadas em 2023 ao redor de 1,85 bilhão de reais, receita líquida de 8,6 bilhões de reais e Ebitda das operações continuadas de cerca de 3,05 bilhões de reais.
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