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Raio-X do SVB: a trajetória do banco, números e o que causou sua quebra

Fundada em 1983, instituição financeira que tinha Greg Becker como CEO era a 16º maior dos EUA, com mais de US$ 200 bi em ativos e US$ 175 bi em depósitos.

Raio-X do SVB: a trajetória do banco, números e o que causou sua quebra

O banco americano Silicon Valley Bank (SVB) teve sua falência decretada na última semana após não conseguir mais saldar dívidas em meio ao aumento da taxa de juros nos Estados Unidos.

Fundada em 1983, na Califórnia, a instituição financeira, que tinha Greg Becker como CEO, era a 16º maior dos EUA, com mais de US$ 200 bilhões em ativos e US$ 175 bilhões em depósitos.

O banco tinha exposição a startups – seus principais clientes – apoiadas por venture capital (capital de risco), modalidade de investimento em empresas com expectativa de crescimento rápido.

A falência

Entre 2021 e 2022, com a taxa de juros dos Estados Unidos próximo de zero e os investidores mais propensos as aplicações de riscos – como os próprios ventures capital – as startups receberam uma maior injeção de dinheiro e aumentaram os depósitos no banco.

O SVB usou esses depósitos para comprar títulos do governo e títulos privados de hipotecas, em especial com vencimentos mais longos para resgate e que deveriam ser mantidos até o vencimento. Segundo a XP Investimentos, a fatia na modalidade chegava a 76%, com o restante disponível para venda imediato, em caso de necessidade de liquidez.

Os problemas vieram quando o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, começou a aumentar juros para conter inflação, situação que minou os investimentos em startups.

Com investidores voltando para opções de renda fixa, as startups passaram a receber menos recursos e, por isso, tiveram que resgatar recursos do banco, que se viu obrigado a vender títulos antes do prazo, com prejuízos.

Saúde financeira do banco

No ano de 2022, o banco registrou queda em diversos de seus indicadores. O lucro líquido recuou 23,8%, enquanto o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), que é basicamente o retorno em relação ao capital, caiu de 17,10% para 12,14%.

Já a provisão para devedores – colchão que o banco tem para inadimplência – aumentou de US$ 123 milhões para R$ 420 milhões, entre 2021 e 2022.

No ultimo balanço trimestral, Greg Becker, CEO da empresa, chegou a dizer que no último trimestre do ano passado o consumo de caixa de seus clientes e o ritmo do declínio de investimentos em venture capital diminuíram.

“Vimos um crescimento sólido em empréstimos e taxas principais; receita líquida de juros melhor do que o esperado e uma atividade bancária de investimento saudável impulsionada por negócios da Biopharma”.

O executivo também afirmou que, embora as condições de mercado mais amplas
estivessem limitando o crescimento e gerando custos de crédito um pouco mais altos, a empresa continuava a ver força em seus negócios subjacentes.

Ações

As ações tiveram uma queda de 53% entre o fim de 2022 até o último dia de negociações na bolsa no dia 09 de março.

No último dia 9, a SVB vendeu US$ 1,75 bilhão de suas ações para amenizar os efeitos da fuga de depósitos de seus clientes – neste dia, o papel recuou 60%.

O banco chegou a garantir aos seus clientes que os depósitos estavam seguros depois que a instituição anunciou o aumento de capital via venda de ações um dia antes.

Comparativo com outros bancos

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