*ARTIGO
O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, tem sido uma das principais fontes de liquidez para os mercados financeiros globais desde a pandemia, e voltou a injetar dinheiro no mercado.
O que chamou atenção dessa vez foi o aumento de US$ 400 bilhões no balanço americano em apenas duas semanas, sendo inacreditáveis US$ 100 bilhões adicionados desde a semana passada.
Para ajudar a garantir que o sistema financeiro continue funcionando sem problemas — ou colapso bancário generalizado —, o Fed concedeu cerca de US$ 36 bilhões em empréstimos e US$ 60 bilhões em acordos de recompras.
Esse aumento no balanço do Fed é resultado do reflexo dos esforços que a instituição tem feito para gerar “estabilidade” ao mercado bancário devido aos colapsos de instituições como SVB, Silvergate, First Republic e Credit Suisse.
Porém, o fato é que esse novo movimento do Fed gera implicações tanto na economia americana como na de vários países, especialmente em relação à inflação e ao valor do dólar.
O lado bom é que foi para momentos como o atual, de “corrida aos bancos” e falência do sistema tradicional, que o bitcoin (BTC) foi criado. Ele é o oposto da política monetária expansionista do Fed e resistente a todos os empecilhos financeiros que os governos globais estão implementando.
O papel do Fed no controle da economia
O Fed tem várias funções, mas a principal é a de estabelecer a política monetária nos EUA, que inclui a definição da taxa de juros e a compra e venda de títulos do Tesouro americano.
- Quando falamos “comprar títulos”, isso significa que o Fed injeta dinheiro na economia.
- Já ao “vender títulos”, há retirada de dinheiro circulante na economia.
Essas políticas têm um impacto direto na inflação. O problema é que, muitas vezes, elas podem levar a um aumento da inflação e à perda do poder de compra do dólar com o decorrer do tempo, algo totalmente oposto da oferta limitada e caráter anti-inflacionário do bitcoin, o ouro 2.0.
Por que o bitcoin é o salvador da pátria?
O bitcoin tem sido cada vez mais visto como uma alternativa para a economia global devido às suas características únicas e à crescente instabilidade do sistema financeiro fiduciário.
Além de ter um limite máximo de 21 milhões de unidades, o que significa que é uma moeda deflacionária e ajuda a preservar o poder de compra ao longo do tempo, ele também consegue:
- Ser é uma moeda descentralizada, sem fronteiras e sem interferência de governos ou qualquer outro órgão regulador, o que significa que não é (diretamente) determinado por tais políticas monetárias que essas instituições possam implementar.
- Servir como alternativa eficiente e barata de realizar transações internacionais. As taxas de transação são baixas e as transações podem ser processadas rapidamente, sem a necessidade de intermediários.
- Conferir privacidade e segurança aos usuários, pois todos os registros feitos com a criptomoeda são criptografados e verificados uma rede globalmente distribuída, garantindo que os fundos não possam ser fraudados ou roubados.
É por esses e outros motivos que, com um mundo cada vez mais incerto e instável, o bitcoin realmente pode ser a solução para aqueles que buscam uma forma de proteger seu poder de compra no longo prazo e escapar da inflação.
Gostando ou não, o BTC tem se mostrado uma excelente alternativa para contornar as incertezas financeiras atuais. Não à toa, dia após dia ele tem ganhado espaço como uma forma de reserva de valor cada vez mais importante, seja por investidores ou por países.
Mayara é co-autora do livro “Trends – Mkt na Era Digital”, publicado pela editora Gente. Multidisciplinar, apaixonada por tecnologia, inovação, negócios e comportamento humano. |
*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.
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