Receber juros por ter investido em algum ativo pode ser interpretado como renda passiva. Porém, alguns investimentos não têm recorrência em gerar essa renda. Logo, escolher investimentos geradores de renda passiva necessita de estratégia para chegar neste objetivo, além de conhecimento.
Quando se fala sobre renda passiva, seja com o intuito de se aposentar como para complemento da renda, o portfólio pode ser alocado entre ações boas pagadoras de dividendos e fundos imobiliários reconhecidos por pagar bons rendimentos. Há também a possibilidade de investir via fundo de dividendos, onde um gestor profissional fica encarregado da estratégia de alocação de ativos na carteira.
Para quem gosta de fazer a escolha de ativo por ativo, considerando o investimento em ações, empresas maduras que não precisem de tantos reinvestimentos e cujos caixas estejam menos expostos a eventos que possam vir a reduzir a sua geração são consideradas boas candidatas ao pagamento de dividendos.
No caso dos fundos imobiliários que pagam rendimentos mensais, é preciso estar atento ao ciclo imobiliário e ao cenário macro, já que este último afeta o primeiro.
Um exemplo é quando a inflação aumenta; neste caso, os fundos imobiliários de papel – que são aqueles que investem em dívidas imobiliárias – tendem a se dar melhor por estarem atrelados ao IPCA, o índice da inflação oficial no país. Se o IPCA sobe, o título de dívida também – no entanto, a máxima risco retorno estão lado a lado – já que inflação em alta aumenta risco de calote em papéis de dívida por ela crescer. Já em período de inflação negativa – como registrado em três meses do ano passado – os fundos de papel são impactados, comprometendo a distribuição de rendimentos futuros.
Já quando se trata dos efeitos da inflação sobre o patrimônio dos fundos, o investidor precisa levar em conta que os rendimentos dos FIIs de tijolo tendem, em média, a serem corrigidos pela inflação. Isso porque os aluguéis dos imóveis que estão na carteira do fundo têm contratos corrigidos pelo IPCA, ou IGP-M. No caso das ações, os rendimentos também têm uma correção, já que deve-se levar em conta que elas refletem os lucros das empresas e estes dependem das receitas e vendas. Essas companhias tendem, em média, a repassar os aumentos dos seus custos para os seus produtos ou serviços. E isso aumenta a receita, lucros e dividendos.
O que mostra como o cenário macro pode favorecer ou não um determinado setor. Já outro ponto muito falado em renda passiva é o dividend yield projetado, seja para FIIs como para ações. Ele é a porcentagem do valor do dividendo pago por uma empresa (ou FII) em relação ao preço da sua ação (ou cota).
Veja neste Cafeína o montante necessário para ter uma renda passiva de R$ 5 mil ao mês e em quanto tempo é possível alcançar este objetivo.
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