1 – Justiça do RJ aprova pedido de recuperação judicial do Grupo Petrópolis
A Justiça do Rio de Janeiro aprovou na quinta-feira o pedido de recuperação judicial apresentado pela cervejaria Petrópolis no final de março, segundo decisão vista pela Reuters.
A decisão foi emitida pela juíza Elisabete Longobard, da 5ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, com a Petrópolis sendo representada pelo escritório Salomão, Kaiuca, Abrahão, Raposo e Cotta Advogados.
A Petrópolis citou “redução do volume de vendas, da receita e das margens veio acompanhada do aumento incessante da taxa Selic” que “gera um impacto de aproximadamente 395 milhões de reais por ano no fluxo de caixa” do grupo.
“Determino a suspensão de todas as ações ou execuções contra as requerentes”, afirmou a juíza na decisão, estabelecendo prazo de 60 dias para apresentação do plano de recuperação.
2 – Eletrobras compra fatias da Cemig nas hidrelétricas Retiro Baixo e Baguari por R$593 mi
A Eletrobras (ELET3) informou nesta sexta-feira que adquiriu as participações da Cemig nas hidrelétricas Retiro Baixo e Baguari pelo valor total de 593 milhões de reais.
As aquisições, feitas através de sua controlada Furnas, aumentarão a capacidade instalada operacional da Eletrobras em 88,5 megawatts (MW).
A elétrica também passará a deter o controle acionário dos ativos e consolidá-los em seu portfólio, adicionando 202 milhões de reais de Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização).
“Essa transação representa mais um passo importante na simplificação da Eletrobras, reduzindo o número de SPEs conforme planejamos, reforçando nossa presença em energia renovável e confirmando nossa liderança em transição energética por meio da gestão eficiente de ativos estratégicos”, disse o CEO da Eletrobras, Wilson Ferreira, em comunicado.
As duas hidrelétricas estão localizadas em Minas Gerais e possuem contrato de longo prazo no mercado regulado de energia (ACR).
3 – Fed pode “atingir a marca e segurar” com mais um aumento de juros, diz Bostic
Mais um aumento de 0,25 ponto percentual na taxa de juros pode permitir que o Federal Reserve encerre seu ciclo de aperto monetário com alguma confiança de que a inflação retornará firmemente à meta de 2% do banco central dos Estados Unidos, disse o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic.
Dados de inflação recentes, incluindo os relatórios desta semana de desaceleração dos aumentos de preços ao consumidor e queda da inflação de preços ao produtor, “são consistentes com nossa movimentação mais uma vez”, afirmou Bostic à Reuters em entrevista na quinta-feira. “Conseguimos ímpeto sugerindo que estamos no caminho para 2%”.
Por enquanto, a expectativa é de que o Fed aumentará os juros em 0,25 ponto percentual em sua reunião de 2 e 3 de maio, levando a taxa de juros de referência para a faixa de 5,00% a 5,25%, um nível não visto desde pouco antes do início do recessão em 2007.
Em março, quando as autoridades do Fed atualizaram suas projeções mais recentemente, 10 autoridades concordaram com Bostic que mais um aumento provavelmente seria o último, um estava pronto para renunciar a isso e fazer uma pausa agora, e sete outros viam uma taxa ainda mais alta conforme necessário para conter a inflação.
Na situação atual, Bostic disse sentir que os aumentos agressivos dos juros do último ano, que impulsionaram a taxa básica de juros que estava perto de zero, só agora estão começando a afetar a economia. Esse é um bom motivo para fazer uma pausa após mais uma elevação de juros, disse ele, para estudar como a economia e a inflação evoluem e tentar limitar os danos ao crescimento e ao emprego.
“Há mais a fazer. Acredito que o próximo passo será descobrir quanto mais”, declarou Bostic, observando que a inflação permaneceu duas a três vezes acima da meta do Fed, dependendo da medida usada.
Mas “acredito que o ponto de ‘atingir a marca e segurar’ é ‘atingir a marca e segurar’, a menos que você veja uma tendência inequívoca, que esteja indo de uma maneira desconfortável”, disse ele, referindo-se ao plano do Fed de atingir um nível suficientemente apertado de taxas de juros e deixá-las inalteradas por um período de tempo potencialmente prolongado, enquanto a inflação diminui.
O chefe do Fed de Atlanta falou em detalhes sobre como a recente turbulência nos mercados bancários afetou suas opiniões sobre política monetária.
A princípio, a inflação alta o deixou aberto a um aumento de meio ponto percentual na reunião do Fed de 21 e 22 de março. Mas indo para a sessão, que terminou com as autoridades elevando os juros em 25 pontos-base, ele estava considerando abandonar completamente os aumentos de juros, um sentimento compartilhado por vários de seus colegas, de acordo com a ata da sessão divulgada recentemente.
Entre a falência do Silicon Valley Bank em 10 de março, o colapso do Signature Bank logo depois e a fusão forçada do Credit Suisse na véspera da reunião do Fed, “eu meio que tive que reduzir um pouco a marcha e dizer: ‘preciso ter na mesa manutenção ou pausa porque estamos no meio desse caos'”, afirmou Bostic.
No entanto, como muitos de seus colegas, Bostic disse que ficou convencido na reunião, e mais ainda desde então, de que o recente estresse bancário não causará um golpe dramático nos empréstimos ou uma desaceleração econômica mais profunda do que o previsto.
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