O Ibovespa fechou com um acréscimo discreto nesta segunda-feira (5), enquanto o dólar caiu, com o mercado de olho nos preços do petróleo depois de mais um anúncio de corte da produção pelos países exportadores. Investidores também reagiram a expectativas sobre os juros nos Estados Unidos.
No dia, o Ibovespa subiu 0,12%, aos 112.696 pontos. O dólar recuou 0,46%, a R$ 4,9303.
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Petróleo
Os preços do petróleo oscilaram entre ganhos e perdas nesta segunda, mas fecharam em alta, depois que a Arábia Saudita, maior exportadora da commodity, prometeu cortar a produção em mais 1 milhão de barris por dia (bpd) a partir de julho para conter os ventos macroeconômicos contrários que deprimiram os mercados. No fim da tarde, o petróleo apresentava queda.
O Ministério da Energia saudita disse que a produção do reino cairia para 9 milhões de bpd em julho, de cerca de 10 milhões de bpd em maio. O corte é o maior da Arábia Saudita em anos.
O corte voluntário está no topo de um acordo mais amplo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados, incluindo a Rússia, para limitar a oferta até 2024, enquanto o grupo de produtores da Opep+ busca aumentar os preços do petróleo.
O petróleo Brent subiu US$ 0,58 a US$ 76,71 o barril, depois de atingir a máxima da sessão de US$ 78,73. O Petróleo dos EUA (WTI) subiu US$ 0,41 para US$ 72,15 depois de atingir uma máxima intradiária de US$ 75,06. Ambos os contratos estenderam ganhos de mais de 2% na sexta-feira.
A Opep+ bombeia cerca de 40% do petróleo mundial e cortou sua meta de produção em um total de 3,66 milhões de bpd, totalizando 3,6% da demanda global.
O analista do SEB, Bjarne Schieldrop, disse que a reação do mercado na segunda-feira foi relativamente silenciosa depois que o corte anterior da Opep+ não conseguiu sustentar os preços por muito tempo.
“O preço do petróleo está subindo cuidadosamente hoje, já que os investidores estão cautelosos depois de terem queimado os dedos no rali (anterior) para (quase) US$ 90 o barril, que mais tarde vacilou.”
Juros nos EUA
Enquanto isso, investidores avaliaram as chances de o Federal Reserve (Fed) subir os juros mais uma vez em sua reunião de política monetária da semana que vem. Nesta manhã, o mercado precificava cerca de 30% de chance de haver novo aperto de 0,25 ponto percentual na taxa básica do banco central norte-americano, com 70% de probabilidade de manutenção dos juros.
As expectativas de nova alta dos juros diminuíram acentuadamente depois da divulgação, na última sexta-feira, de um importante relatório de emprego do governo norte-americano. Embora tenham mostrado criação de vagas maior do que o esperado, os dados mostraram alta na taxa de desemprego e arrefecimento dos salários, o que corrobora cenário de pausa no aperto monetário.
Analistas acreditam que uma manutenção da taxa de juros nos EUA provavelmente levaria a um enfraquecimento generalizado do dólar, uma vez que pioraria as perspectivas de rentabilidade da moeda.
Economia brasileira
Investidores também monitoraram as expectativas para a economia brasileira, após a divulgação de dados mais fortes que o esperado do Produto Interno Bruto (PIB) do 1º trimestre, na semana passada. Nesta segunda, o relatório Focus mostrou melhora nas projeções do mercado.
Pela manhã, dados mostraram que a atividade de serviços do Brasil registrou crescimento em maio pelo terceiro mês seguido diante da força da demanda, embora a um ritmo um pouco mais lento, mas com fortes ganhos na atividade empresarial, novas encomendas e emprego, mostrou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).
O PMI do setor de serviços brasileiro compilado pela S&P Global ficou em 54,1 em maio depois de ter registrado em abril o pico em nove meses de 54,5, no terceiro mês seguido acima da marca de 50 que separa crescimento de contração.
“Os dados do PMI de serviços do Brasil mostram um setor próspero, em que surgiram novas oportunidades de negócios, o crescimento da produção continuou forte e a criação de empregos foi sustentada”, avaliou a diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence, Pollyanna De Lima.
Destaques da B3
Petrobras
As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) encerram com valorização de 0,62% e 1,07%, após oscilação de preço do barril de petróleo Brent depois da Arábia Saudita, maior exportadora da commodity, prometer cortar a produção em mais 1 milhão de barris por dia (bpd) a partir de julho.
Bancos
Os papéis do Banco do Brasil (BBAS3) subiram 0,33%, após o Credit Suisse rebaixar a recomendação do banco para neutra, enquanto os do Bradesco (BBDC3; BBDC4) subiram 1,24% e 1,81% em meio a elevação de recomendação do papel para “neutra” pelo banco suíço.
Eneva
A Eneva (ENEV3) teve baixa de 4,01% após a Fitch Ratings rebaixar a nota nacional de longo prazo da empresa para ‘AA+(bra)’, citando investimentos significativos, maiores desembolsos com pagamentos de juros e expectativa de menor nível de despacho das usinas geradoras de energia. O UBS BB cortou a recomendação das ações para “venda” e reduziu o preço-alvo de R$ 15 para R$ 10,50.
CVC
A CVC (CVCB3) teve forte elevação de 10,83%, após a operador de turismo eleger na última sexta-feira Fabio Godinho como seu novo presidente-executivo, além de anunciar um acordo com Guilherme Paulus, fundador da empresa, para um potencial aporte de R$ 75 milhões.
Bolsas mundiais
Wall Street
O índice S&P 500 encerrou em baixa nesta segunda-feira, conforme investidores avaliaram se o Federal Reserve pode interromper seus aumentos na taxa básica de juros em sua próxima reunião de política monetária, enquanto a Apple atingiu brevemente um nível recorde antes de perder terreno.
Segundo dados preliminares, o Dow Jones caiu 0,59%, para 33.562,6 pontos. O S&P 500 perdeu 0,20%, para 4.273,75 pontos. O Nasdaq cedeu 0,09%, para 13.229,43 pontos.
Europa
Os mercados de ações europeus se recuperaram nesta quinta-feira, conforme a publicação de dados que indicaram redução da inflação gerou um debate sobre a necessidade de novos aumentos da taxa de juros para além deste mês.
O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em alta de 0,78%, a 455,27 pontos, após fechar na mínima de dois meses na sessão anterior.
- Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,59%, a 7.490,27 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 1,21%, a 15.853,66 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,55%, a 7.137,43 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 2,01%, a 26.575,69 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 1,30%, a 9.167,50 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 1,27%, a 5.802,17 pontos.
Ásia e Pacífico
As ações blue chips da China caíram nesta segunda-feira, com as tensões com os Estados Unidos ofuscando o otimismo de uma pesquisa do setor privado que mostrou que a atividade de serviços na segunda maior economia do mundo acelerou no mês passado.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 2,20%, a 32.217 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 0,84%, a 19.108 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,07%, a 3.232 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,46%, a 3.844 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 0,54%, a 2.615 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 0,05%, a 16.714 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,72%, a 3.189 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 1,00%, a 7.216 pontos.
*Com informações da Reuters.
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