A redução de 4% no preço da gasolina anunciada na noite de quinta-feira (19) pela Petrobras (PETR4) consolida a avaliação de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) deverá mesmo ficar abaixo do teto da meta, de 4,75%, este ano. Salvo em caso de algum acidente – como uma disparada nos preços do petróleo -, economistas do mercado já consideram mais provável que a inflação fique abaixo do limite superior do alvo pela primeira vez desde 2020.
Instituições do mercado calculam que o corte nos preços da gasolina terá impacto negativo próximo de 0,10 ponto porcentual no IPCA do ano. Matematicamente, deve ser o bastante para fazer com que a inflação total seja menor do que o teto da meta, já que a mediana do último relatório Focus já indicava um IPCA de 4,75% em 2023.
“Este ano, salvo uma escalada nos preços de petróleo, devemos ficar abaixo do teto da meta”, disse o economista-chefe do Banco BMG, Flávio Serrano, que vê um impacto negativo de 0,10 a 0,12 ponto porcentual no IPCA com a redução dos preços de gasolina.
A estrategista de inflação da Warren Rena, Andréa Angelo, diminuiu de 4,60% para 4,50% a sua projeção de IPCA de 2023, em linha com o impacto negativo de 0,11 ponto porcentual calculado. Segundo a analista, tudo sugere que a inflação deste ano ficará abaixo do teto da meta.
A Petrobras informou que diminuirá o preço da gasolina nas refinarias em 4% a partir deste sábado (21), de R$ 2,93 para R$ 2,81 por litro. Já o diesel – que tem peso bem menor no IPCA – terá o custo do litro elevado em 6,6%, de R$ 3,80 para R$ 4,05.
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