O balanço da Disney divulgado nesta terça (7) trouxe uma boa notícia e outra nem tanto. Pela primeira vez desde que foi lançado, em 2019, o serviço de streaming direto ao consumidor, que inclui Disney+ e Hulu, registrou lucro, de US$ 47 milhões, com um aumento de 6 milhões de assinantes do Disney+ nos primeiros três meses do ano.
O que não foi tão bem: o segmento de parques, chamado de Experiences. Embora o lucro operacional dessa área tenha crescido nos três primeiros meses do ano, a expectativa anunciada pela empresa é de que o resultado deve ficar estável no trimestre que se encerrará em junho. Os parques respondem por 52% o lucro operacional da companhia.
A receita de parques e experiências nos Estados Unidos aumentou 7%, para US$ 5,96 bilhões, e as vendas internacionais subiram 29%, para US$ 1,52 bilhão, devido ao aumento da frequência e dos preços mais altos no Hong Kong Disneyland Resort. Porém, foi o segmento de entretenimento que foi o destaque do resultado, representando pouco mais de 40% da receita no tirmestre.
A perspectiva para os parques foi um banho de água fria e ofuscou os bons resultados dos streaming por assinatura, segmento em que a Disney tem tomado diversas medidas para melhorar a lucratividade. Assim como fez a Netflix, a Disney planeja começar a reprimir o compartilhamento de senhas a partir do próximo mês “em mercados muito selecionados”. A iniciativa deve ter alcance global a partir de setembro.
Para a Disney, o sucesso da Netflix na estratégia de uso de senhas é encorajador. Outras empresas de streaming tornaram-se mais rigorosas quanto ao compartilhamento de uma conta por pessoas diferentes. A crescente repressão é uma forma de melhorar a lucratividade nas unidades operacionais de consumo direto por meio do crescimento da receita média por usuário.
Na ‘guerra do streaming’, a Netflix conquistou 13,1 milhões de clientes nos últimos três meses de 2023, adicionando mais novos assinantes do que o esperado. Com isso, a rival deixou para trás a fase de perdas com senha compartilhada e focou na produção de conteúdo ao vivo como nova fonte para gerar receita.
“Estamos entusiasmados com os resultados que a Netflix apresentou na iniciativa de compartilhamento de senhas”
Bob Iger, CEO da Disney em teleconferência
Se for considerado o serviço total de streaming da Disney – que além de Disney+ e Hulu inclui a ESPN+ –, a companhia perdeu US$ 18 milhões, em comparação com um prejuízo de US$ 659 milhões no primeiro trimestre de 2023.
Ao The New York Times, o chief financial officer (CFO) da companhia, Hugh Johnston, disse que a expectativa é de que a divisão de streaming como um todo se torne lucrativa no trimestre a partir de setembro.
Em comentário, a Avenue destaca que o segmento de entretenimento foi o destaque no resultado da Disney, com o aumento de assinantes do Disney+ e a maior receita média por usuário contribuindo para um forte desempenho no segmento. Já o negócio de TV da Disney, que inclui a recém-adquirida ESPN, continuou para trás, avalia a Avenue, à medida que mais pessoas estão usando menos a chamada TV a cabo ou abandonando de vez o serviço.
Disputa acirrada com Netflix
No Brasil, a Netflix lidera com 27% a participação no mercado de cerca de 3,5 milhões de usuários, tendo mais que o dobro da Disney+, conforme dados do Justwatch, que compila mais de 40 milhões de assinaturas em 140 países.
Porém, quando combinadas as plataformas Disney+ e Star+, ambas da Disney, a participação da companhia no mercado brasileiro soma 22%, superando o Prime Video da Amazon, que tem participação de 18%. Vale lembrar que o Star+ será removido do Brasil, com todo o conteúdo sendo transportado para o Disney+ até o final deste trimestre.
Também na lista, estão o M@x da HBO (13%); Globoplay (11%) e Apple TV+ (6%), mostra o JustWatch.
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