Desde que as empresas brasileiras listadas na New York Stock Exchange (NYSE) expandiram suas operações para fora do Brasil, um mundo de oportunidades se abriu. Essa expansão não é apenas uma questão de crescimento, mas também uma estratégia para mitigar riscos e maximizar oportunidades em meio às flutuações do mercado.
Atualmente, mais de 500 empresas made in Brazil atuam nos Estados Unidos, em 29 setores.
Itaú-Unibanco: expansão estratégica
Para o Itaú-Unibanco, a internacionalização é uma estratégia de longo prazo que tem gerado grande valor. “Soubemos expandir nossa presença para além do Brasil”, afirma Milton Maluhy Filho, CEO do Itaú-Unibanco, no sexto e último episódio da série “Brasil em Wall Street”. Essa expansão permitiu ao banco diversificar suas operações e reduzir a exposição a riscos específicos do mercado brasileiro.
Gerdau: diversificação de mercados
A Gerdau atua em sete países e tem 32 unidades produtoras de aço. Com 28.350 colaboradores diretos e indiretos no mundo inteiro, esta que também é a maior recicladora de sucata ferrosa da América Latina destaca neste episódio a importância da sua presença no mercado americano para mitigar riscos e aproveitar oportunidades econômicas globais.
“Podemos aproveitar momentos em que, por ventura, a economia do Brasil não está tão bem, mas que a dos Estados Unidos está um pouco melhor. E vice-versa”, diz Rafael Japur, CFO da Gerdau.
Embraer: inovação e crescimento internacional
Daniel Moczydlower, CEO da Embraer-X, atribui o sucesso da fabricante de aeronaves ao seu processo contínuo de internacionalização. A criação dessa aceleradora da Embraer no Vale do Silício exemplifica essa estratégia. “O Vale do Silício atrai os melhores cérebros para criar novos negócios”, ressalta Moczydlower.
Além disso, a Embraer mantém um hub de inovação na Holanda e presença em regiões dinâmicas dos EUA, como Boston e Nova York, aproveitando os ecossistemas tecnológicos globais.
VTEX: expansão global no horizonte
A VTEX, que nasceu como uma startup a fim de permitir que grandes players do varejo realizassem atividades comerciais on-line, está de olho na expansão para os Estados Unidos e Europa, apesar de enxergar potencial de crescimento na América Latina.
“Os EUA e a Europa são gateways para outras regiões do mundo”, comenta Geraldo Thomaz, co-CEO da VTEX, o primeiro unicórnio brasileiro a realizar um IPO, em julho de 2021.
Segundo o executivo, a atuação da empresa na Europa foi importante para abrir mercado no Oriente Médio e na África, por exemplo.
Suzano: crescimento e relevância global
Marcelo Bacci, CFO da Suzano, aponta que a empresa vende seus produtos para mais de 100 países.
E que a Ásia, por conta do crescimento acelerado da região, tem se tornado cada vez mais relevante no portfólio de vendas da companhia – a ponto de hoje representar 45% das receitas.
A companhia centenária também deve se tornar mais global na sua produção – não só nas vendas.
A Suzano tem investido em novas frentes de produção, na internacionalização e entrada em novos produtos. Ela é hoje a maior produtora mundial de celulose de mercado.
Nubank: inovação centrada no cliente
David Vélez, fundador e CEO do Nubank, enfatiza a importância de ouvir de fato os clientes.
Com 100 milhões de clientes e operando em três países, a visão do banco digital é escutar àqueles que consomem seus serviços, saber fazer as perguntas certas e iniciar o processo de inovação a partir daí, segundo Vélez.
Lynn Martin, presidente da NYSE, ressalta a capacidade de inovação das empresas brasileiras e que, por isso, “Não é coincidência que mais de meio trilhão de dólares em valor de mercado seja composto por elas”.
A série “Brasil em Wall Street” tem seis episódios. Está disponível no canal do InvestNews no YouTube e na página exclusiva do site.
Confira abaixo: