A Eletrobras e a Suzano firmaram acordo para desenvolver conjuntamente soluções sustentáveis, como hidrogênio renovável e e-metanol, em pesquisas que vão definir a viabilidade de construção de uma unidade de produção de combustíveis sintéticos, disseram as empresas à Reuters nesta quinta-feira (27).
Pelo acordo, em discussão desde o ano passado, as companhias avaliarão a produção dos combustíveis “verdes” a partir do aproveitamento do CO2 biogênico, fruto do processo produtivo de celulose da Suzano.
Gerado a partir da queima de biomassa e licor negro provenientes da produção de celulose, o CO2 biogênico pode ser capturado e misturado com o hidrogênio renovável, produzido com eletrólise da água, para produzir combustíveis sintéticos e limpos, em rota de produção que apresenta “demanda potencial e escalabilidade”, segundo as empresas.
Uma das principais soluções na mira é o e-metanol, considerado uma alternativa promissora para descarbonizar o setor de transportes e logística.
“A produção de e-metanol…, que é um dos candidatos mais prováveis para substituir combustíveis fósseis na indústria marítima, por exemplo, contribuiria expressivamente para a transição energética e descarbonização global”, disse o diretor de Energia da Suzano, Paulo Squariz, em nota.
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“Esse acordo estabelece a base para o desenvolvimento de uma cooperação estratégica, com ênfase na produção de combustíveis sustentáveis, e visa atender à crescente demanda por hidrogênio de baixo carbono e derivados no mercado nacional e internacional”, acrescentou o vice-presidente de Comercialização e Soluções em Energia da Eletrobras, Ítalo Freitas.
Maior companhia de energia da América Latina, a Eletrobras vem aumentando sua aposta na área de novas soluções “verdes”, buscando aproveitar seu enorme parque gerador hidrelétrico para oferecer energia elétrica renovável e competitiva para futuros projetos de hidrogênio verde e outros.
Nos últimos meses, a companhia elétrica assinou uma série de memorandos de entendimento visando ampliar seus estudos em hidrogênio verde, com empresas como a Prumo no Rio de Janeiro, Green Energy Park no Piauí, e a Paul Wurth.
Já a Suzano é a maior produtora mundial de celulose e referência na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do eucalipto, como lignina, celulose microfibrilada (MFC) e outros. A companhia também é uma grande geradora de energia renovável a partir da biomassa, tendo atualmente uma capacidade instalada de 1,3 gigawatt (GW), que deverá subir para 1,7 GW com a plena operação do Projeto Cerrado, nova fábrica de celulose em construção em Ribas do Rio Pardo (MS).
O Brasil vem avançando com a aprovação de um marco legal para o hidrogênio de baixa emissão de carbono, o que deverá estimular a instalação no Brasil de uma indústria para a produção do combustível renovável em escala comercial. O Senado aprovou neste mês um projeto de lei sobre o tema, prevendo incentivos fiscais e financeiros da ordem de 18,3 bilhões de reais, mas o texto ainda retornará para nova apreciação da Câmara.
(Por Letícia Fucuchima)
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