Apenas um ano após terem seu tamanho reduzido no Nasdaq 100 por estarem grandes demais, as maiores empresas de tecnologia do mundo podem enfrentar outro ajuste quando o principal benchmark for reequilibrado esta semana.
Em questão, estão as regulamentações projetadas para limitar a influência dos maiores membros no índice — regras que têm sido colocadas à prova à medida que empresas como a Apple e a Microsoft atingem um tamanho sem precedentes. O Nasdaq já foi forçado a lidar com esse problema uma vez, em julho de 2023, quando reduziu as proporções de sete empresas para que voltassem à conformidade. No entanto, desde então, o crescimento foi tão significativo que o índice está novamente muito pesado, potencialmente exigindo outra redução.
LEIA MAIS: Com alta do bitcoin, Nasdaq inclui MicroStrategy no índice com 100 empresas mais negociadas
A maneira como o Nasdaq lida com o problema é prescrita nas regras do índice, que deixam espaço para interpretação. O regulamento que determinou o reequilíbrio de 2023 foi desencadeado por uma provisão um tanto bizantina, que é acionada quando todas as empresas que compõem mais de 4,5% do benchmark, respectivamente, somam juntas 48% ou mais. Isso aconteceu em 2023 — e aconteceu novamente recentemente, após a Broadcom subir o suficiente para ultrapassar o limite de 4,5%.
Para complicar a questão, está a iminência de um rebalanceamento anual, programado para o fechamento do mercado na sexta-feira (19), um protocolo que opera de acordo com regras de ponderação menos rigorosas e que não necessariamente exige uma redução dos maiores membros. Em qualquer caso, um porta-voz da Nasdaq afirmou que a ponderação desequilibrada será abordada no próximo rebalanceamento.
No fechamento de segunda-feira (16), oito membros — incluindo a Nvidia, Amazon.com, Meta Platforms, Tesla e Alphabet — cada um perfazia mais de 4,5% do Nasdaq 100, com uma participação total próxima a 52%. O documento metodológico do Nasdaq sugere que a proporção combinada pode ser reduzida para 40%.
Uma revisão significaria que fundos de rastreamento do índice, como o Invesco QQQ Trust (código QQQ), devem ajustar suas posições. Isso acrescenta uma complicação extra a um evento em que empresas como a MicroStrategy, Palantir Technologies e Axon Enterprise entrarão no índice da Nasdaq, substituindo Illumina, Super Micro Computer e Moderna.
A reorganização dos maiores componentes é uma consequência do rali incontrolável, impulsionado principalmente pelo otimismo em torno da inteligência artificial. O grupo avançou 79%, em média, no acumulado do ano, cerca de quatro vezes mais que a média das outras ações no restante do Nasdaq 100.
“O mercado parece ter a intenção de quebrar as regras do índice que existem há décadas e fazer com que os provedores repensem como eles lidam com um mundo de capitalização de mercado multitrilionário,” disse Todd Sohn, estrategista de ETFs na Strategas Securities. “Após uma pausa no verão [do hemisfério Norte], houve uma reaceleração da liderança dos peso-pesados de mega capitalização.”
Veja também
- Após corte de juros nos EUA, S&P e Nasdaq fecham o dia em alta; Dow Jones termina estável
- Índices futuros de ações nos EUA se recuperam após queda da última sessão
- Como a entrada na onda da IA fez as ações da Apple atingirem novo patamar recorde
- Valorização da Nvidia impulsiona alta recorde em Wall Street
- S&P e Nasdaq atingem máximas recordes após dados de inflação