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Finanças

Morning Call: IBOV começa a precificar risco político e fiscal, a conta é cara!

Os principais fatos que podem impactar os mercados hoje e uma breve análise do índice Bovespa.

Cenário global: o destaque de hoje no mercado financeiro é o preço do petróleo no mercado internacional, que se valoriza cada vez que aumenta o impasse entre os países exportadores de petróleo (Opep), principalmente entre os sauditas e árabes, para definição de aumento da produção. O petróleo do tipo WTI é negociado no maior nível desde 2014. As ações de petrolíferas sobem na Europa, porém as montadoras são destaques de baixa e prevalecem sobre as bolsas do continente que operam em queda, após três pregões consecutivos de alta.

Pesa também, as encomendas à indústria na Alemanha, que caíram 3,7% em maio ante abril e o consenso era de + 1%, porém vieram dados bons nas vendas do varejo na zona do euro, que subiram 4,6% em maio ante abril (previsão era de + 4,2%). Investidores ficam na expectativa agora da divulgação amanhã da Ata do Fomc, de olho no programa de estímulos do Federal Reserve. Os índices acionários futuros estão de lado em Wall Street, na volta do feriado da Independência, os investidores ainda digerem os dados das últimas semanas, com viés positivo pelos sinais da recuperação econômica, além do mercado de trabalho. Os investidores estão à espera ainda da leitura final de junho do PMI composto (10h45).

Brasil: NY volta do feriado para dar liquidez aos mercados, não necessariamente para dar direção, já que os ativos domésticos estão sendo pressionados pelo ambiente político cada vez mais tenso. O mercado fica preocupado, pois com as recentes quedas de popularidade do governo, o poder Executivo tende a adotar medidas populistas, com prorrogação do auxílio emergencial até outubro e novo valor do bolsa família, o qual o governo faz malabarismo perigoso para financiar o programa, comprometendo uma reforma tributária eficaz e degradando ainda mais a situação fiscal do país.

Trata-se de um cenário bastante incerto, que antecipa o clima eleitoral e já pede cautela do investidor. No front econômico, o mercado interno fica atento à movimentação dos caminhoneiros, após a Petrobras anunciar ontem o primeiro reajuste de preços do diesel e da gasolina sob gestão de Luna e Silva, além disso é mais um alerta para a inflação, que ontem já foi revisada para acima de 6% nas estimativas do Relatório Focus para o IPCA em 2021, elevando por consequência a previsão da Selic ao final de 2022 a 6,75%. 

Ibovespa: ontem foi feriado nos Estados Unidos e a bolsa brasileira ficou sem a grande referência, adotando cautela, com ruídos no cenário político, além da crise hídrica. Nesse cenário de incerteza, o Ibovespa fechou em queda de 0,55%, aos 126.920,05 pontos, com giro fraco de R$ 23,6 bilhões. 

O IBOV segue em tendência de alta no longo prazo, porém sinais da correção foram dados e estão em andamento, após encontrar grandes dificuldades de seguir acima dos 130 mil pontos, atual resistência no gráfico e operar abaixo da média móvel curta (21 períodos). O Investidor estrangeiro ingressou com R$ 294,34 milhões na B3 em 2 de agosto, sexta-feira. No acumulado de julho, estrangeiro retirou R$ 453,87 milhões da B3; no ano, saldo é positivo em R $ 47,55 bilhões. 

Indicadores:
BC: Captação da poupança de junho (15h)
CNI / Indicadores industriais: faturamento real em maio (10h)
Zona do euro / Eurostat: vendas no varejo em maio (6h)
Alemanha / ZEW: índice de sentimento econômico de julho (6h)
França: OCDE divulga relatório sobre perspectivas de desenvolvimento global (11h)
EUA / IHS Markit: PMI composto final de junho e PMI de serviços (10h45)

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