BDRs de ETFS: como investir nos principais índices de bolsas globais?

Na última segunda-feira, 08, foi liberado pela B3 a negociação de 11 bdrs lastreados em cotas de fundos de índice, os ETFs para o investidor comum. Com isso, muitos investidores perguntam o que é e como faz para investir nessa modalidade, antes disponível apenas a investidores qualificados. 

Os ETFs são instrumentos que acompanham o desempenho de grandes índices globais de ações, que podem ser dos Estados Unidos, Japão, China, Europa. Já os BDRs são recibos de ações que os investidores podem comprar no mercado local, por meio da B3, quando estão interessados em investir em companhias estrangeiras. Assim, o BDR é uma forma de o brasileiro investir em empresas internacionais sem precisar necessariamente comprar ações lá fora. 

Embora os papéis sejam cotados em moeda estrangeira, os BDRs de ETFs são negociados no Brasil em moeda nacional (reais). Portanto, as variações do câmbio podem influenciar o preço dos ativos em reais e é por este motivo que a variação percentual do S&P 500 não será exatamente igual à do BDRs que copiam o índice aqui (BIVB39).  

Muitos se perguntam se não seria melhor investir diretamente em BDRs. Um exemplo prático que podemos comparar é com os fundos de ações, onde você investe em uma carteira pré-determinada por um gestor onde a sua rentabilidade vai replicar a da respectivas companhias que estão nesse fundo. No caso dos BDRs de ETFs, a sua carteira vai replicar um índice de um determinado país, assim como temos no Brasil o índice Ibovespa. Então se você, por exemplo, adquirir o BAAX 39, esse BDR de ETF vai replicar o índice asiático MSCI Asia JP. Se você optar pelo core S&P 500, os seus BDRs terão lastro no índice S&P 500. Isso significa que você terá uma gama muito maior de empresas listadas em um BDR de ETF do que se escolhesse apenas o BDR de uma determinada companhia. Sem contar que você terá uma exposição muito maior por um custo menor. 

E quais as vantagens e desvantagens nesse tipo de investimento?
Antes de tudo, é importante que o investidor se atente que ele está sujeito ao sobe e desce no preço do ativo, de acordo com as oscilações típicas do mercado. Além disso, a variação cambial também influencia os rendimentos dos BDRs.

Entre as maiores vantagens, está a possibilidade de poder investir em um índice de fora  sem a necessidade de abrir conta em um corretora estrangeira ou precisar fazer declaração de imposto de renda no exterior. 

Já entre as desvantagens, está o risco deste tipo de investimento, já que se trata de um investimento em renda variável. A facilidade em negociar os BDRs também depende da liquidez de cada ativo. Eles são negociados em bolsa – o que significa que não é possível garantir que o investidor que quiser vender seus papéis vá encontrar naquele momento outro investidor interessado em comprá-lo, impactando dessa forma no preço final. 

E como quase todo investimento, investir nessa modalidade tem os seus custos. A taxa de corretagem incide no momento da compra e da venda, e varia de acordo com a corretora. Pode ser cobrada como valor fixo por operação, percentual sobre o valor negociado ou os dois. 

Já a taxa de custódia é cobrada da corretora, e cabe a cada uma decidir se repassa ou não esse valor aos clientes. Há dois tipos de cobrança: uma de manutenção de conta (em que o valor depende da movimentação da conta e do tipo de ativo custodiado) e outra sobre o valor em custódia (calculada regressiva e cumulativamente sobre o valor da carteira no último dia útil do mês). 

Há também os emolumentos e a taxa de liquidação, cobrados pela entidade administradora de bolsa. 

Veja abaixo a lista completa com os 11 BDRs de ETFs e seus respectivos tickers disponibilizados pela B3. 

Os 11 BDRs de ETFs abertos ao investidor: