A Netflix (NFLX34) – gigante e pioneira do streamming – vem amargando quedas bruscas em suas ações. Os papeis listados na Nasdaq (NFLX) acumulam queda de 45% desde 19 de abril. O movimento de baixa foi logo após a divulgação dos resultados do primeiro trimestre.
A queda no número de assinantes (ao menos 200 mil contas em todo o mundo deixaram de assinar o serviço da companhia) apesar de representar 0,1% da sua base de assinantes no mundo, não agradou o mercado. Não fosse pela interrupção de serviços da plataforma na Rússia, que causou uma perda de 700 mil assinantes, excluído este efeito no balanço, seriam adicionadas 500 mil assinaturas no último trimestre. Porém, abaixo do que previa o mercado (2,7 milhões).
A queda de novas contas coincide com a concorrência acirrada, fim do isolamento social, inflação em alta e divisão das senhas de assinaturas da Netflix. Neste último caso, cerca de 1 em cada 10 adultos disseram que não assinam a Netflix, mas usam a senha de alguém que não mora na mesma casa para acessar o serviço, segundo divulgou a Morning Consult dias depois de divulgado o último balanço trimestral.
Já a Netflix estima que, analisando os Estados Unidos e Canadá, 30% dos lares usam senhas compartilhadas. No mundo, ao menos 100 milhões de lares usam senhas emprestadas. Ou seja: este é um problema que a própria companhia não resolveu antes e que está atrapalhando suas receitas, já que compartilhar uma conta de usuário com alguém que mora fora da casa vai contra os termos da companhia.
No entanto, em março, a empresa lançou um teste em ao menos três países para cobrar pelo compartilhamento de senhas fora de uma mesma casa. Os usuários no Chile, Costa Rica e Peru têm a opção de pagar uma taxa adicional entre dois e três dólares para compartilhar sua conta com alguém. Agora, se este programa fosse adotado globalmente, a Netflix poderia gerar 1,6 bilhão de dólares anualmente, de acordo com estimativas de analistas da Cowen & Co.
De olho no próximo trimestre, a Netflix já estima perder mais 2 milhões de assinantes, portanto, a empresa explora a ideia de oferecer uma assinatura bancada por anúncios publicitários, mas com preço mais baixo. Essa foi uma ideia que o atual CEO sempre rejeitou, já que considera que ninguém que pague um serviço pra ver filmes e séries queira ser interrompido por comerciais.
Segundo o analista Cesar Crivelli, da Nord Research, essa seria uma opção para baratear o plano para aqueles que hoje não assinam porque acham caro. Este assinante teria o ônus dos anúncios mas o bônus de ser um plano muito mais barato. Em contrapartida, a Netflix arrecadaria uma nova fonte de receita com os anunciantes.
Veja neste Cafeína os desafios a frente da Netflix e como a companhia está se movimentando para driblar todos eles.
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