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Cafeína

Investimento em vinhos raros teve retorno acima do Dow Jones em 2021

Assim como o Ibovespa ou o S&P 500, existem os índices Liv-ex Fine Wine, que representam os vinhos mais negociados do mundo.

Assim como existe o mercado de ações, existe também o mercado de vinhos finos – mas não para consumo, e sim, para investimento. Através de uma carteira diversificada de rótulos de diferentes nacionalidades, existem vinhos tão raros e escassos que acabam sendo uma oportunidade de investimento justamente por atingirem valores expressivos com o passar dos anos.

A relevância deste mercado na Europa é tanta que existe inclusive uma ‘bolsa de valores’ para a negociação desses ativos reais. Essa negociação acontece por meio de índices que acompanham o preço médio dos melhores vinhos. 

Então assim como o Ibovespa ou o S&P 500, esses índices contam com os rótulos dos vinhos finos mais negociados no mundo. Estes são os índices Liv-ex Fine Wine. Eles são calculados usando o preço médio entre a venda mais alta e a mais baixa do mercado em tempo real. Quem investe se expõe a uma diversidade geográfica e cambial, além de estar alocado em um ativo descorrelacionado ao mercado comum.

A referência líder da indústria, o índice Liv-ex Fine Wine 100, representa o movimento de preços de 100 dos vinhos finos mais procurados no mercado secundário da França, Itália, Estados Unidos, Austrália e Espanha. Esse índice registrou uma alta de 20,83% em 2021. No mesmo período, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, cresceu 14,43% e o ouro acumulou queda de 3,82%. Ou seja: superou com certa folga um dos principais índices americanos.  

Gestores de vinhos

Em países como no Reino Unido há administradoras de carteiras de vinho que funcionam como uma espécie fundos de investimento. E uma delas se atentou para o mercado brasileiro. É a Oeno Future. Para expor os investidores brasileiros a um portfólio de vinhos nobres, a empresa tem parceria com uma fintech focada na gestão de investimentos alternativos, que é também a responsável por fazer a captação via crowdfunding (financiamento coletivo).

Por vezes, a empresa britânica financia a produção e adquire o vinho antes do engarrafamento, com a bebida ainda nos barris – o chamado “en primeur”.

Rentabilidade do portfólio

As carteiras de vinhos costumam valorizar entre 10% e 20% ao ano, segundo a Oeno Future, porém, o retorno só começa a partir do terceiro ano, quando as garrafas começam a ser vendidas. Para investir hoje é preciso ter pelo menos R$ 5 mil iniciais. Tudo é feito via plataforma da fintech Bloxs. Porém, os vinhos ficam em Londres, na chamada “tax free zone”, que como o nome diz, é uma área livre de impostos.

Isso porque se os vinhos investidos fossem importados para o Brasil, o custo para isso seria entre 65 e 85% sobre o valor deles, para a cobertura de taxas, impostos internacionais, logística e seguro.  

Prós e contras de investir em vinhos

O ponto positivo do investimento é a baixa volatilidade, já que dificilmente o valor de uma garrafa será menor do que quando ela foi comprada. Quanto mais velho o vinho, mais caro fica. Além da rentabilidade que for alcançada, o investidor também conta com a valorização cambial.

Já o ponto negativo é a falta de liquidez. Se o investidor decidir sair da sua posição na carteira, terá de vender no mercado secundário. Só que para essa modalidade não existe um mercado organizado para isso.

Existe o acompanhamento da plataforma brasileira onde os investidores conversam entre si e podem fazer negociações. Mas é restrito a estes investidores. E mesmo quando é o caso de ter passado os três anos mínimos de investimento, quando os gestores decidem colocar um preço alvo no portfólio e fazer a venda para seus mais de 500 clientes no mundo inteiro (como clubes de vinhos, cassinos, iates, casas de leilões) isso tanto pode levar uma semana como um ano.

Apesar de estar acessível ao investidor pessoa física, e não apenas aos “Family Offices” ou investidores institucionais, o perfil de investidor nessa modalidade é o que tem um poder de compra maior e que já tem um portfólio de investimento muito diversificado. Os apaixonados por vinho também são maioria, já que o fato de conhecerem as regiões com as melhores uvas, os vinhos mais vendidos, e os de melhor crítica ajuda na alocação do portfólio.

Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.

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