A Natura & Co (NTCO3) já foi avaliada em bolsa por cerca de R$ 80 bilhões. Hoje, a companhia de cuidado e beleza que detém 4 marcas em seu portfólio (Avon, The Body Shop, Aesop e Natura) estagnou na casa dos R$ 20 bilhões. Desde seu auge, em 12 de julho de 2021, que os papéis da holding derreteram 74% até meados de setembro. E isso fez R$ 60 bilhões desaparecerem. Logo, tem uma crise para ser revertida.
Para isso, foi feita uma troca de comando no grupo. Saiu Roberto Marques e entrou como CEO Fabio Barbosa. O executivo deve migrar a antiga missão da holding ser a quarta maior companhia de cosméticos do mundo para ser mais eficiente. Tamanho não é mais o foco, mas sim, resultados e leveza das operações.
Agora, o grupo segue mapeando cada país em que opera para assim decidir quais mercados deve abandonar, e nas regiões que permanecer, deverá enxugar a estrutura, uma vez que a atual é bem cara. Segundo divulgou o Capital Reset, o valor estaria entre R$ 500 milhões a R$ 700 milhões por ano. E este foi o estopim para o mercado penalizar as ações da gigante.
A América Latina é o coração da Natura. 60% da receita líquida total vem das operações dessa região, o que significa que dos R$ 17 bilhões levantados entre janeiro a junho, R$ 10 bilhões são da América Latina. E por isso que a integração entre Natura e Avon na região foi acelerada. O ponto negativo é que as operações devem ser enxugadas, o que levará a demissões, em especial, das consultoras de vendas. O atual CEO foi escolhido para ser cirúrgico quanto a corte de custos.
Para parte do mercado, a exemplo do JP Morgan, a operação da Avon Internacional deveria ser descontinuada ou então, reduzida. O entendimento dos analistas do banco americano é que não vale a pena gastar tempo e capital na recuperação dessa fatia. Logo, fica a questão: será que a Natura ao gerir quatro marcas – entre elas a gigante Avon – e querer globalizar as operações, se distraiu de gerir sua marca própria?
Samy Dana e Dony De Nuccio fazem uma análise profunda do grupo Natura, o atual cenário, e os planos da holding em deixar as operações mais leves e rentáveis.
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