Com a entrada cada vez maior de investidores pessoa física na bolsa de valores (B3) e o consequente aumento na produção de conteúdo sobre investimentos, aqueles que debutam no mercado financeiro buscam compreender as análises e relatórios disponíveis, em especial, quando o assunto é sobre uma recomendação de ação.
Essa análise é feita por analistas especializados cujas áreas abrangem desde os setores de commodities, energia, saneamento, varejo, tecnologia, entre outras. Em relatório são apontados o desempenho histórico, o potencial de valorização ou desvalorização de uma ação na bolsa, o caixa, despesas, receitas, ebitda. E nele, consta pelo menos três indicações: compra (buy), neutra (hold ou netral) e venda (sell).
Compra (buy)
De maneira objetiva, quando há uma recomendação de compra, o investidor pode direcionar seus investimentos para aquela determinada companhia, já que segundo a análise do especialista, há chances de valorização do papel em bolsa.
Neutra (hold)
Já quando a recomendação é neutra, se o investidor já tem posição na respectiva companhia, é indicado que ele mantenha a posição, mas sem fazer novos aportes. Já para quem ainda não tem as ações da empresa, não é recomendado investir nela.
Venda (sell)
Quando há uma recomendação de venda, é indicado que o investidor se desfaça dos papeis da companhia. Neste caso, os analistas tanto podem considerar que a empresa tenha ficado cara, ou que o cenário macroeconômico não seja favorável, ou ainda, uma possível mudança nos fundamentos da companhia.
Outras expressões
Quando em um relatório consta a expressão “outperform” significa que a ação tem previsão de desempenho acima do índice de referência (a exemplo do Ibovespa ou do índice de small caps). Existem também os termos “neutral” e “peer perform”, o que significa que a ação está em linha com as expectativas dos analistas. Tem ainda a expressão “underperform”, que é quando a expectativa de desempenho é inferior ao indicador em questão.
Preço alvo
Outro ponto de grande destaque nos relatórios de casas de análise é o preço alvo. Nele, é projetado o preço que uma ação pode alcançar em uma data específica. Geralmente ele é calculado usando a metodologia de fluxo de caixa descontado somado a outras projeções.
Aqui o objetivo é identificar o potencial de valorização ou desvalorização de uma ação. Então se o preço alvo for maior que o atual, significa que a ação vai se valorizar até chegar ao preço alvo projetado. Por outro lado, se o preço alvo for menor que o atual, a ação vai se desvalorizar, segundo a projeção do analista.
Para determinar o valor esperado para uma ação e saber qual o seu preço alvo, o analista projeta o fluxo de caixa da empresa para o ano, avaliando o quanto ela deve lucrar durante esse período. E esse lucro projetado da empresa é trazido para o valor presente. Então se chega ao lucro futuro, só que na data atual. E pelo valor que a empresa tem, calcula-se o valor de cada ação.
Porém, toda recomendação de uma ação é válida apenas até a data do preço alvo. Depois disso é necessário fazer uma nova análise para saber se a tendência será de queda ou de alta do ativo. Outra possibilidade é de o preço alvo ser atingido antes da data apontada pelos analistas. Sendo assim, o indicado é aguardar pelas revisões de recomendação.
A questão é que tem muitas divergências sobre como chegar ao preço alvo, e nem sempre os analistas concordam entre si. Neste Cafeína, Samy Dana e Dony De Nuccio falam sobre as particularidades de cada análise e se existe um ‘timing’ perfeito para a compra de uma ação.
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