Montar uma carteira de investimentos diversificada é fundamental para quem deseja aplicar seu dinheiro de forma mais segura e proteger seu patrimônio das oscilações que ocorrem diariamente no mercado.
Mas com tantas opções disponíveis, onde investir?
Um dos setores mais importantes da economia nacional e que vem trazendo crescentes oportunidades de investimento é o agronegócio. Os recentes resultados alcançados pelo setor não deixam dúvida sobre seu potencial: em 2021, o agronegócio foi responsável por 27,4% do PIB nacional (a maior participação registrada desde 2004), o que representa aproximadamente R$ 2,384 trilhões.
O Brasil é o quarto maior produtor de grãos do mundo, segundo dados da Embrapa. Além disso, somos líderes na produção e exportação de soja, com expectativa de colher 140,75 milhões de toneladas de grãos na atual safra, de acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
Podemos dizer que o agronegócio está na mesa de todos os brasileiros. E mais do que isso, está presente também no mundo todo. Então, por que não investir neste setor?
Com o passar do tempo, surgem novas maneiras de fazer isso. Há muitos anos é possível investir, por exemplo, nas ações de empresas do setor listadas na B3 ou optar pelos produtos como as LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) e CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio).
Recentemente, o leque de opções ficou ainda mais amplo. Uma das novidades introduzidas no mercado são os Fundos de Investimentos nas Cadeias Produtivas Agroindustriais, mais conhecidos como Fiagros.
Essa modalidade de fundos começou a ser negociada na B3 em agosto de 2021, com a proposta de ampliar a oferta de produtos relacionados ao agronegócio. Com isso, a iniciativa impulsiona um dos setores mais relevantes da nossa economia e ainda possibilita que o investidor diversifique sua carteira.
Na prática, os Fiagros funcionam de forma muito semelhante aos já conhecidos Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs), mas com o foco no desenvolvimento da atividade agrícola nacional.
O patrimônio do fundo é dividido em cotas, que são colocadas à disposição para negociação no mercado à vista da B3. O investidor pode comprar uma ou mais cotas, que podem registrar variação de valor ao longo do tempo, além de receber dividendos periódicos.
Uma das principais vantagens dos Fiagros é que os dividendos distribuídos são isentos de Imposto de Renda. O pagamento do imposto somente ocorre caso o investidor faça a venda de uma cota que se valorizou. Nesse caso, é necessário pagar a alíquota correspondente sobre o lucro obtido.
Outro atrativo é o preço médio das cotas dos Fiagros, que são negociadas a valores acessíveis, a partir de R$ 9 (dados dez/21). Com isso, fica muito mais fácil para o pequeno investidor incluir o ativo em sua carteira, sempre de acordo com seu perfil de risco e alinhado ao seu objetivo de investimento.
Desde o lançamento do primeiro Fiagro no Brasil, já são mais de 23 mil investidores neste mercado. A maior parte formada por pessoas físicas. Somente em seis meses, o crescimento do número de CPFs foi de 419%. A quantidade de Fiagros disponíveis no mercado também não para de crescer. Hoje, mais de 20 fundos estão listados na B3.
Com este movimento, todo o agronegócio brasileiro pode se beneficiar. De um lado, gerando mais liquidez para terras rurais e oportunidade de captação de recursos pelo produtor rural, utilizando suas terras ou sua produção agrícola. E, na outra ponta, criando oportunidades para que os pequenos e grandes investidores possam participar do crescimento do agronegócio.
E no Hub de Educação da B3 o investidor pode encontrar conteúdos gratuitos de qualidade sobre o funcionamento deste produto e do mercado. Afinal, um mercado em evolução está diretamente ligado a um investidor cada vez mais informado e atento aos novos produtos. Diante de todas essas oportunidades, que tal avaliar o agronegócio como uma possibilidade no próximo rebalanceamento da sua carteira de investimentos?
*Juca Andrade é vice-presidente de Produtos e Clientes da B3. |
As informações desta coluna são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews e das instituições com as quais ele possui ligação.
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