Neste último final de semana, entre os dias 8 e 11 de julho, foi realizado o Festival da Velocidade de Goodwood, no sul da Inglaterra. Parece notícia velha, certo? Mas resolvi começar o texto de hoje com Goodwood para mostrar que os grandes eventos automotivos do mundo estão voltando.
Aliás, essa foi a primeira grande exibição do tipo a ser realizada desde que a pandemia teve início. A edição de 2020 havia sido cancelada exatamente por conta do coronavírus.
Segundo a nada modesta organização, o encontro, que acontece há quase 30 anos, teve “um returno triunfante”. Durante os três dias de atividades, milhares de pessoas foram vistas nas arquibancadas de uma pista improvisada, por onde desfilaram modelos clássicos de rua e de corrida.
Além dos carros antigos, algumas marcas aproveitaram a presença do público para mostrar novos modelos. A BMW mostrou o novo Série 2, enquanto a Lotus trouxe os inéditos Emira e Evija e a Volvo fez a primeira exibição do elétrico C40.
Como um sinal de que as coisas vão se ajeitando aos poucos, em breve, Goodwood não estará sozinho na lista dos eventos que retornaram após a pandemia (obviamente nas localidades em que a maior parte da população já está imunizada.
Salões confirmados
O próximo deles deve ser o IAA, maior salão de veículos da Alemanha, agendado para o início de setembro. Se você não está familiarizado com a sigla, vamos simplificar: esse é o antigo Salão de Frankfurt, que mudou de casa, e será realizado pela primeira vez em Munique.
Ainda que os grandes salões estejam em declínio, diversas fabricantes já confirmaram presença no Salão de Munique, que promete uma série de experiências a céu aberto – movimento que já estava previsto antes mesmo da recomendação de que as pessoas fiquem em áreas a céu aberto e mantenham o distanciamento.
Ainda em setembro, mas nos Estados Unidos, deve estrear o novo formato do antigo Salão de Detroit – agora chamado Motor Bella. Em vez dos pavilhões do Cobo Center, a organização levou o evento para um autódromo em Pontiac, a 50 km da Motor Town.
Lá, os visitantes poderão ver e experimentar os veículos em uma pista de 1,6 km de extensão.
Em um formato mais tradicional, o Salão de Los Angeles, historicamente menos relevante que Detroit, deve abrir as portas em novembro, como a principal mostra do país em 2021.
E o Brasil?
Com menos de um terço da população completamente imunizada, o Brasil ainda parece distante de receber qualquer grande evento – automotivo ou de qualquer outro gênero.
Até alguns meses atrás, havia a expectativa de que a Fenatran, uma das maiores feiras de transportes do mundo, pudesse acontecer em outubro no São Paulo Expo. Porém, como o Primeira Marcha antecipou em maio, as líderes de mercado entre caminhões e ônibus decidiram não participar do evento. Pouco tempo depois, a organização adiou oficialmente a Fenatran para 2022.
Antes disso, o Salão do Automóvel, antes marcado para esse ano, já havia sido adiado para o ano que vem.
O formato do evento, porém, segue incerto. Há quem diga que haverá uma mudança radical, e que a mostra será no Autódromo de Interlagos, com a possibilidade de o público poder experimentar parte dos veículos expostos.
* André Paixão é jornalista automotivo e editor do Primeira Marcha. |
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