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Modelo de Yale: o legado de David Swensen nos investimentos

Gestor morto este mês deixou retornos históricos extraordinários ao longo dos anos.

Tiago Reis

Em 5 de maio de 2021, o renomado investidor e gestor de portfólio norte-americano David Swensen, reconhecido por desenvolver o Yale Model, em conjunto com Dean Takahashi, faleceu depois de nove anos lutando contra um câncer.

Em homenagem a sua vida, abordaremos hoje a estratégia de investimento e alocação de capital do Yale Model ou Modelo de Yale. O Modelo de Yale é uma estratégia de alocação de recursos utilizada pelo fundo de Endowment da Universidade de Yale, o qual teve retornos históricos extraordinários ao longo dos anos.

Fundos de Endowment são fundos das faculdades norte-americanas que gerem recurso de doações de ex-alunos das universidades. Os dividendos e proventos das aplicações do fundo tem como função pagar despesas importantes da faculdade e financiar projetos.

Essa categoria de fundo tem um horizonte de investimento de longuíssimo prazo. Afinal, os recursos do fundo foram obtidos por meio de doações e não existe a expectativa de serem resgatados por aqueles que doaram. Nesse sentido, Swensen observou uma oportunidade de melhorar os retornos de longo prazo dos fundos de Endowment.

Antes dele ter desenvolvido o Modelo de Yale, os fundos das universidades americanas possuíam um perfil muito mais conservador – sendo compostos por parte relevante de seu capital em ativos de renda fixa.

Para Swensen havia uma oportunidade de melhora para esta estratégia. Ativos de renda variável apresentaram historicamente retornos superiores àqueles de renda fixa.

Para ilustrar esse fato, no livro “Stocks for the long run” (ações para o longo prazo), o autor Jeremy Siegel em seu estudo mostra que ações tiveram um retorno médio anualizado de 6,6% nos Estados Unidos entre 1802 e 2012, enquanto os títulos de renda fixa neste mesmo período retornaram cerca de 3,6% ao ano.

Assim, Swensen observou que para um fundo voltado para o longo prazo, talvez não faça tanto sentido alocar grande parte de seu capital em ativos de menor retorno esperado no longo prazo.

No entanto, havia um problema: ao mesmo tempo que ativos de renda variável possuem retornos esperados superiores, eles também têm uma volatilidade mais elevada. Dessa forma, em uma queda do mercado acionário, um fundo de Endowment poderia ver grande parte de seu patrimônio desvalorizando e ter dificuldade de financiar projetos e ajudar com os custos das universidades.

Restou a Swensen um desafio, portanto, de desenvolver um portfólio que ao mesmo tempo que aproveita dos retornos superiores dos ativos de renda variável se protege da volatilidade deles. Para isso, o investidor recorreu a um importante conceito nos investimentos: a diversificação.

David criou um portfólio composto por investimentos em ações americanas, ações globais, mercado imobiliário, venture capital, fundos de retorno absoluto, investimentos em recursos naturais, leveraged buyouts e uma pequena parcela em caixa e renda fixa.

Com essa diversificação e uma boa capacidade de escolha de fundos e ativos, o portfólio do fundo de Endowment de Yale entre 1985 e 2008, teve um retorno de 16,6% contra 12% do Dow Jones, sendo que o fundo de Yale apresentou uma menor volatilidade.

O sucesso de seu portfólio inspirou outros fundos de universidades americanas e investidores individuais, os quais a partir dos ensinamentos de Swensen observaram o poder dos retornos da renda variável no longo prazo e a importância da diversificação.

*A Suno é uma casa de análise especializada em conteúdo sobre investimentos e educação financeira para o pequeno investidor pessoa física.

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