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O que é ‘digital ID’? Tecnologia deve ser implementada em 2025

Apesar de pontos positivos, o recurso também pode trazer riscos.

A digital ID é como um documento que tem a função de provar que você é você mesmo, mas num formato digital. Do mesmo modo que temos a nossa carteira de motorista ou RG, ela é emitida pelo governo e requer informações biométricas para ser criada como reconhecimento facial ou impressão digital.

Diferentemente de um documento físico, uma digital ID será armazenada no seu celular ou computador, porém os dados serão armazenados na nuvem sendo gerenciados pelo governo ou por uma empresa privada contratada por ele. 

Ai que está a grande diferença. Imagine todas as informações que você possui hoje no seu RG, carteira de motorista, passaporte e carteirinha do seu plano de saúde inseridas em um único documento, o digital ID e tudo integrado a vários sistemas, listando os seus bens materiais, sistemas de votação, vacinação etc. Segundo alguns especialistas, isso trará mais eficiência para as pessoas, mas também poderá ser um grande problema dependendo do ponto de vista.

Imagine que o governo possa proibir o seu acesso a um determinado serviço ou compra de um determinado produto. Já parou para pensar nas consequências?

Mas de onde vem tudo isso? O digital ID faz parte das 17 ODS, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, das Nações Unidas, a serem atingidas até 2030 por todos os países membros. Espera-se que ela seja implementada já em 2025.

Testes já estão sendo feitos por alguns países, porém a adoção por parte das pessoas está apenas em torno de 10%.

Central Bank Digital Currency (CBDC)

Edifício-Sede do Banco Central em Brasília Crédito: Agência Brasil

Em breve os bancos centrais começarão a emitir a sua moeda digital ou CBDC – Central Bank Digital Currency. O que difere uma CBDC de uma criptomoeda? A primeira será desenvolvida, emitida e controlada pelo Banco Central de cada país. Uma cripto é privada e descentralizada. Em tese a ideia é que uma CBDC tenha a mesma função que uma moeda física, porém traga mais agilidade nas transações e possa reduzir o custo atual (impressão e gestão administrativa). Imagine eu fazer um Pix direto para um conta de uma pessoa nos EUA.

Talvez a primeira versão a ser testada de uma digital ID tenha sido durante a pandemia, onde nós tínhamos que apresentar o registro de vacinação para poder viajar ou entrar em determinados estabelecimentos. 

Não estou dizendo que isso será bom ou ruim, apenas que temos que analisar que toda mudança tem os seus prós e contras.

No final do dia a pergunta que fica é se o digital ID trará mais eficiência para a população ou se terá por objetivo controlar e vigiar todos os nossos passos. Poderemos no futuro comprar criptomoedas ou somente CBDC? O governo poderá inserir ou excluir alguma informação na minha digital ID sem o meu consentimento? 

A adoção da digital ID será voluntária ou obrigatória? Além do governo, quais organizações afiliadas terão acessos a todos estes dados? Vale lembrar que a mesma tecnologia que nos beneficia de tantas maneiras pode exercer o seu lado cruel na mão de controladores com segundas intenções. Não existe almoço de graça.

Fernando Godoy
*Fernando Godoy é empreendedor serial há mais de 25 anos em tecnologia e inovação nos EUA e no Brasil, especialista em experiências imersivas e metaverso, pioneiro na utilização da realidade aumentada, virtual e mista. Fundador da Flex Interativa e Cervejaria Leuven, autor dos livros Metodologia Startup Village e Revolução Metaverso (breve lançamento), palestrante, professor, mentor e investidor de startups.

As informações desta coluna são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews e das instituições com as quais ele possui ligação. 

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