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O que esperar da nova aposta de Mark Zuckerberg?

Neste mês, chega ao mercado a nova versão do Quest. Face tracking é uma das grandes novidades.

Mark Zuckerberg continua seguindo a sua trilha, desde a mudança do nome de Facebook (FBOK34) para Meta, em tornar a realidade virtual cada vez mais atraente e intuitiva, além de cada vez mais melhorar a experiência tentando aproximar o mundo virtual do real.

Entre as novidades, teremos o face tracking. Nas versões anteriores o seu avatar era composto por metade do seu corpo, ou seja, da cintura para cima e não havia qualquer expressão em seu rosto. Agora, você poderá perceber melhor as expressões faciais entre os avatares. 

Estávamos acostumados com as videoconferências que, geralmente, tínhamos que olhar para uma câmera enquanto falávamos, sem conseguir perceber corretamente as expressões das outras pessoas. Agora, através da tecnologia, poderemos ter uma melhor impressão, por exemplo, das feições das pessoas, uma vez que a nova tecnologia faz um trackeamento do rosto em tempo real.

A ideia de Zuckerberg é nos fazer sentir cada vez mais presentes através da sua plataforma. Roupas ou luvas hápticas permitirão cada vez mais termos sensações, desde um aperto de mão até mesmo em pegar um objeto digital colocado no ambiente – como uma bola de tênis e jogar de uma “mão” para outra e sentir o peso dela.

Analisando este contexto, podemos pensar que todos nós usaremos óculos de realidade virtual num futuro próximo, algo entre 3 a 5 anos, caso os preços se tornem acessíveis como aconteceu com os smartphones. A realidade aumentada e virtual parece seguir caminhos diferentes, mas elas estão cada vez mais entrelaçadas. 

Poderemos ter um Virtual Reality (VR) em casa, mais robusto e mais caro, para experiências e resoluções incríveis, mas também um óculos do dia a dia, que podemos transportar para qualquer lugar. Ao invés de um headset atual – talvez até um novo Ray-ban, que seja leve, estiloso e funcional, além de que permita através de comando de voz tirar fotos e gravar vídeos e postar imediatamente no Instagram. Já imaginou?

Por outro lado, você pode questionar como ficará a questão da privacidade. Os especialistas estudam formas de mostrar se o seu óculos está gravando alguém, de modo que haja uma luz na armação mostrando o status. Claro, sempre poderemos colocar uma silver tape e tentar passar despercebido. Sempre haverá em qualquer tecnologia a busca por controle e bloqueios por parte do fabricante e desenvolvedores, da mesma forma que sempre haverá hackers tentando quebrar ou ofuscar qualquer segurança. 

Podemos imaginar várias utilidades sempre que a tecnologia evolui. Além de socializar, ou seja, se encontrar com amigos ou desconhecidos em uma plataforma através do seu avatar, poder captar as suas reações e apertar as mãos, teríamos novas experiências através da holografia. Isto é: gravar um podcast sem estar presente fisicamente em um estúdio. 

Imagine: usar óculos de realidade aumentada e ter novas experiências para o mundo fitness; treinar boxe ou muay thai, sem se machucar e queimar as mesmas calorias como se estivesse treinando fisicamente numa academia. Será que o futuro está nos serviços de assinaturas para este segmento, onde instrutores fazem streaming ao vivo de suas aulas direto para os óculos das pessoas em casa?

No ano passado, visitando o meu filho nos Estados Unidos, fui até a academia do prédio e lá tinha uma bike com o serviço da Peloton, onde você fazia uma aula ao vivo direto da tela da sua bike e competindo com outras pessoas em tempo real. Trazendo para o mundo virtual, se eu tiver um óculos VR poderei estar dentro de um cenário e fazer curvas.

Será que em algum momento deixaremos de estar 2 ou 3 dias no escritório e passaremos a enviar a nossa holografia, sem termos que estar fisicamente lá? Quais os impactos nos sistemas de transporte público, fabricação de carros, seguradoras e no mercado imobiliário?

No final do dia, por mais que a tecnologia evolua e se torne acessível, nunca será igual a estar presente fisicamente. Aliás, Zuckerberg entende isso e o grande objetivo dele é melhorar a sensação de presença humana através de seus óculos e plataformas

Somente o tempo irá dizer se usaremos múltiplos devices, combinados ou não, integrados ou não. O importante é que a tecnologia torne o conhecimento e as experiências cada vez mais inclusivas, compartilhadas e democráticas.

Nos vemos do outro lado!

*Fernando Godoy é empreendedor serial há mais de 25 anos em tecnologia e inovação nos EUA e no Brasil, especialista em experiências imersivas e metaverso, pioneiro na utilização da realidade aumentada, virtual e mista. Fundador da Flex Interativa e Cervejaria Leuven, autor dos livros Metodologia Startup Village e Revolução Metaverso (breve lançamento), palestrante, professor, mentor e investidor de startups.

As informações desta coluna são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews e das instituições com as quais ele possui ligação. 

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