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O ESG vai acabar?

Colunista aponta que, em um futuro próximo, não será necessário colocar as 3 letras (ESG) para demonstrar que se trata de um investimento sustentável.

ESG

O título dessa coluna é uma pegadinha, faço essa pergunta em palestras ou em aulas para ensejar que o ESG se tornará uma premissa para realização de todo e qualquer tipo de projeto realizado por uma empresa. Em um futuro próximo, não haverá necessidade de se colocar as 3 letrinhas para se demonstrar que se trata de investimentos sustentáveis. 

Os projetos já virão com os aspectos sociais, ambientais e de governança incorporados. Por isso, podemos afirmar que o ESG acabará, podemos sim, o que será excelente para os negócios e consequentemente para os investidores, que se tornarão parte dessa nova jornada da humanidade para salvar o mundo. 

Os xiitas já diriam, esquece isso Alexandre, os grandes fundos estão se lixando para sustentabilidade, não pestanejam se tiverem que investir em uma empresa de petróleo para obter mais lucro. Mas eu mostraria os novos fatos, até tais organizações, como a Petrobras, que anunciou recentemente investimento de R$2,8 bilhões em projetos ESG, estão incorporando em todos os projetos os aspectos ambientais e sociais que antes eram projetos apartados, normalmente, realizados nas fundações ou em outras entidades filantrópicas.

Agora não, agora todos os projetos que movimentam os principais negócios da organização estão vindo com as características e aspectos ESG, desde sua concepção. Claro que isso é uma realidade para as maiores empresas nesse momento que estão se comprometendo com as metas ambientais e climáticas mundiais.

Mas, antes desses compromissos para captarem recursos, há anos elas têm que cumprir uma séria de itens de governança, além dos ambientais e sociais para mostrar que realmente são candidatas a receberem tais financiamentos.  Está virando uma premissa, portanto. Começa na matriz e depois vai para toda a sua cadeia, efeito dominó positivo.

E as garantias só tendem a aumentar, em primeiro lugar veio a governança corporativa, com suas práticas para reduzirem os riscos. Veio por conta do ataque terrorista de 11 de setembro de 2001 com a derrubada das torres gêmeas em Nova Iorque e trouxe a questão da contingência empresarial como algo a ser colocado a frente dos negócios, por vezes. O compliance, ou gestão de processos para redução dos riscos empresariais se tornaram prioridade nos anos seguintes nas empresas.

Depois disso, a gestão de risco para os investidores passou a se tornar pauta prioritária para sentar e fazer qualquer tipo de investimento em um projeto ou empresa. Se você quer captar recursos para um projeto de sua empresa, tem que ter um mínimo de atributos que o mercado aceite no quesito governança, se não tiver, esqueça, você não conseguirá um empréstimo na esquina para colocá-lo de pé.

Agora é a vez do ambiental e social para completarem as premissas. Naturalmente afirmo que se o acesso ao capital para as empresas impingir que seus projetos tenham todas as características sustentáveis, ou o ESG em seu âmago para se obter financiamento, o uso do termo ESG vai acabar. 

No final, empresa ESG será chamada apenas de empresa, ou projeto ESG, só por projeto ou finanças sustentáveis apenas parte integrante de uma só finanças, e, assim por diante até o ESG sair de nossa mente e se tornar premissa de tudo que façamos.

*Alexandre Furtado é Presidente do Comitê de Informações ESG da Fundação Getúlio Vargas, Sócio e Diretor de ESG da Grant Thornton.

As informações desta coluna são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews e das instituições com as quais ele possui ligação. 

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