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O ESG vai te pegar em 2024

Colunista Alexandre Furtado aponta para tsunami de recursos proveniente de governos para projetos ESG.

Agora é real e concreto, não é só “onda”: pode começar a migrar com calma seus investimentos para aqueles que tragam retornos com as questões ambientais e sociais. Porém, tenha em mente que mesmo que você não faça nenhum movimento nesse sentido, de qualquer maneira, o ESG vai acabar te pegando em 2024.

Esse é o primeiro de um especial de 5 artigos com os temas mais quentes sobre investimentos sustentáveis que serão publicados nessa coluna, porque, como dizia Edgar Fiedler, economista famoso por suas frases sobre previsões feitas por nós economistas: “se você tiver que fazer previsões, faça previsões com frequência”.

Tsunami de incentivo para investimentos ESG

O número 1 da lista dos temas mais quentes em 2024 que vão fazer os investidores no mundo migrarem seus recursos para investimentos sustentáveis, será o tsunami de incentivos vindos dos governos para a realização de tais tipos de projetos ESG (do acrônimo em inglês para investimentos ambientais, sociais e de governança).

Isso gerará um efeito em cascata de incentivo ao desenvolvimento de projetos sustentáveis pelas empresas financiados por fundos de investimentos, bancos, seguradoras, fundos de pensão, gestoras de recursos e todos os mais relevantes agentes do mercado de capitais mundial para financiar a guerra contra o aumento da temperatura do planeta e seus efeitos nocivos.

Finalizamos o ano de 2023 com diversos movimentos geopolíticos para prever seguramente que os investimentos ESG vão ser muito incentivados pelos governos para serem o motor de financiamento e solução para os desafios climáticos. O efeito será em cascata para os demais protagonistas do mercado financeiro e de capitais que são diretamente beneficiados por esses incentivos, inclusive os investidores e a sociedade em geral.

Podemos identificar, por exemplo, um efeito em cascata de dois incentivos trazidos pelos resultados da COP28, conferência climática da ONU ocorrida no início de dezembro. O primeiro foi o destravamento do fundo de perdas e danos que permitiu que mais de US$ 400 milhões possam ser distribuídos pelo Banco Mundial para diversos países poderem se adaptar ou se tornarem mais resilientes à desastres ambientais. O segundo incentivo criado na COP28 foi a inclusão da transição energética de combustíveis fósseis para energia limpa como uma das metas para salvar o planeta.

O efeito desses dois incentivos vindos da decisão unânime de 197 países, além da União Europeia, trouxe um movimento já sentido de incentivo à criação de novas regulações e estratégias para desenvolvimento de diversos projetos sustentáveis pelo mundo. O que movimenta, por sua vez, outros incentivos ao mercado para uma economia cada vez mais verde e social que é onde estará o dinheiro.

Claro que estamos falando de muito recurso financeiro à mesa e todo país quer ficar com um naco desse bolo, mas você investidor tem que compreender que finanças sustentáveis são baseadas no equilíbrio trazido pelo “sistema de cap and trade” ou sistema de compensação, onde de um lado temos o incentivo e do outro lado a punição. Agora estamos no lado do incentivo.

Ou seja, se aproveitem desses incentivos, em breve eles se encerram, principalmente, quando os retornos financeiros dos projetos ESG diminuírem ou quando os custos de capital se tornarem mais caros para as empresas. De qualquer maneira, mesmo não fazendo nada, o ESG vai te pegar em 2024…    

Alexandre Furtado é Presidente do Comitê de Informações ESG da Fundação Getúlio Vargas, Sócio e Diretor de ESG da Grant Thornton.

As informações desta coluna são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews e das instituições com as quais ele possui ligação. 

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