Pergunta do leitor: É melhor eu investir na bolsa ou ir adiantando as prestações do financiamento da minha casa? Pago juros de 7% ao ano.
Resposta de Rejane Tamoto*:
O investimento em bolsa deve ser para realizar um objetivo de longo prazo dentro de uma estratégia de investimentos. Apesar de parecer frase feita, a razão é muito simples: o retorno das ações oscila bastante, podendo ser bastante positiva agora e bem negativa no mês seguinte. É difícil saber a hora certa de comprar e de vender uma ação. No longo prazo (cinco anos ou mais), a tendência é que esse tipo de aplicação ofereça uma rentabilidade maior.
Para isso, é preciso ter uma carteira bem diversificada, como a que os fundos de investimento oferecem. Mais importante ainda é ter uma parte de suas aplicações em renda fixa para a reserva de emergência. Assim, não corre o risco de precisar vender ações em um dia de baixa para cobrir um imprevisto.
Se a ideia é montar uma carteira de investimentos para quitar o financiamento imobiliário, será necessário atentar para essas regras e definir um prazo para que esse investimento cumpra o seu objetivo. Se você já tem aplicações, será preciso avaliar se a rentabilidade dos seus investimentos, como um todo, é superior aos juros do seu financiamento.
Para saber se vale a pena continuar com os recursos aplicados ou se é melhor amortizar, verifique o peso dessa prestação no seu orçamento mensal. Se for grande o suficiente a ponto de deixar suas contas no vermelho, exigindo o uso de cheque especial e a formação de outras dívidas, é melhor amortizar o financiamento com uma parte dos seus investimentos, lembrando de deixar em renda fixa uma reserva de emergência, que deve ser de no mínimo três meses de despesas.
Outras medidas ainda melhores são: diminuir sua taxa de juros e prestação por meio da portabilidade do crédito imobiliário, usar eventual saldo do FGTS para amortizar o financiamento e aproveitar essa reavaliação para revisar todo o seu orçamento, em busca de desperdícios e de oportunidade de redução de despesas. Assim, terá mais folga para investir mensalmente e realizar no futuro o sonho da casa própria. Fazer com que pessoas possam avançar em todas estas etapas, aliás, é o trabalho de um planejador fiduciário. Vale a pena ser acompanhado por alguém que atende os seus interesses, caso não tenha condições de executar as etapas individualmente
*Rejane Tamoto é Planejadora Fiduciária da Fiduc.
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