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Versão teste do Real Digital deve ser lançada ainda neste mês

É o que diz o presidente do BC; o lançamento da CBDC brasileira ocorrerá em duas fases e trará um marco histórico para o país.

*ARTIGO

O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, anunciou recentemente que a versão de teste do Real Digital, a CBDC brasileira, será lançada ainda este mês, em março. Isso depois da conclusão da primeira fase em fevereiro.

O anúncio aconteceu durante o IDP Summit, evento do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa, como uma resposta do Banco Central do Brasil à crescente demanda por moedas digitais entre os brasileiros.

Durante o evento, o presidente do Banco Central do Brasil também destacou que a tokenização da economia é um movimento global inevitável, e que a nação verde-amarela está se preparando cada vez mais para essa nova forma de representação de valor.

Segundo dados do Atlantic Council’s Geoeconomic Centre, atualmente 114 países estão em progresso de sua CDBC, e 11 deles já implementaram completamente sua moeda digital, incluindo a China, onde o projeto piloto atingiu 260 milhões de pessoas e está previsto para se expandir para a maioria do país ainda em 2023. 

Além disso, Campos Neto também mencionou que o lançamento do Real Digital será feito em fases, sendo disponibilizado para grupos ou aplicações primeiro, e a “inauguração oficial” para toda população está prevista para acontecer até 2024.

Em outras palavras, isso significa que o Brasil está prestes a se juntar a uma seleta lista de países que têm sua própria moeda digital oficial e registrar mais um marco histórico.

Fases do lançamento do Real Digital

O processo de lançamento será acompanhado de uma ampla campanha de informação e esclarecimento para os usuários. E, para trazer mais segurança e eficiência ao sistema, o Banco Central brasileiro dividiu a implementação da CBDC nacional em duas fases: 

  • Na primeira, a moeda digital será disponibilizada para grupos ou aplicações específicas que participam do projeto, como pagamentos governamentais e transferências interbancárias.
  • Já na segunda, será disponibilizada para a população em geral, mas ainda com algumas restrições para evitar erros, panes e fraudes.

A previsão é que a liberação para todos os participantes do Sistema Brasileiro de Pagamentos ocorra em 2023, e o lançamento oficial do Real Digital para a população em 2024.

CBDC brasileira: mais do que parece

O Real Digital será uma espécie de “Pix inteligente”, permitindo transferências instantâneas de dinheiro entre usuários e, segundo Campos Neto, posteriormente até mesmo entre países

Além disso, terá outras funcionalidades, como:

  • Vinculação de transferências de dinheiro com o sistema de contratos inteligentes (smart contracts), permitindo, por exemplo, que um pagamento seja liberado automaticamente, mas só após o cumprimento de determinadas obrigações.
  • Oferta de descontos ou outras vantagens desbloqueadas com uma antecipação de pagamento, incluindo de contas básicas.
  • Possibilidade de utilizar a moeda digital em negociações com contrapartes estrangeiras, eliminando a necessidade de conversão de moedas e reduzindo os custos e prazos das transações.

O Real Digital pode ser fantástico, mas ele tem vários riscos

O lançamento do Real Digital é um importante passo para a modernização da economia brasileira, tornando as transações não só mais rápidas, como também mais seguras e eficientes.

As perspectivas futuras para a CBDC brasileira são promissoras, com o potencial de revolucionar o sistema financeiro verde-amarelo. Isso sem contar que o lançamento do Real Digital pode estimular a inovação e a concorrência entre as instituições financeiras, beneficiando o consumidor final.

Apesar disso, é importante destacar que o Real Digital não é uma criptomoeda e continua sendo uma moeda fiduciária, totalmente controlada pelo governo. Ou seja, ele não garante proteção contra confiscos ou outros riscos associados a uma moeda fiduciária, como a alta inflação.

Em resumo, o Real Digital é um marco histórico para o sistema financeiro brasileiro e traz diversas possibilidades. No entanto, é preciso que todos tenham consciência dos riscos envolvidos no uso de uma moeda fiduciária, seja ela em papel-moeda, seja ela digital.

Mayara é co-autora do livro “Trends – Mkt na Era Digital”, publicado pela editora Gente. Multidisciplinar, apaixonada por tecnologia, inovação, negócios e comportamento humano.

*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.

Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.

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