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Economia

3 fatos para hoje: acordo da Azul, minério de ferro cai e juros Europa

Companhia aérea fez acordo com arrendadores de aeronaves para efetuar pagamentos mais baixos.

1- Azul faz acordo de pagamento com lessores de aeronaves

A companhia aérea Azul (AZUL4) disse na noite de domingo (5) que chegou a acordos com arrendadores de aeronaves responsáveis ​​por 90% de seus passivos de arrendamento que dariam a eles ações e dívidas negociáveis ​​em troca de pagamentos mais baixos. Nesta segunda-feira (6), será divulgado o balanço do quarto trimestre de 2022.

A Azul disse que o acordo incluiu termos em que os arrendadores eliminaram diferimentos relacionados à pandemia, bem como a diferença entre suas taxas contratuais de arrendamento e as taxas atuais de mercado.

A companhia aérea emitirá uma nota negociável com vencimento em 2030 e ações para os arrendadores, cujo preço reflete sua melhor geração de caixa, estrutura de capital e risco de crédito reduzido, afirmou.

A empresa não identificou os credores envolvidos ou deu mais detalhes.

“As negociações continuam com os arrendadores e demais parceiros, como os OEMs (fabricantes de equipamentos), e estamos muito otimistas de que chegaremos a acordos com todos eles”, disse o vice-presidente financeiro da Azul, Alex Malfitani, em comunicado ao mercado.

2 – Minério de ferro cai após China buscar recomendação sobre alta recente dos preços

Os contratos futuros do minério de ferro nas bolsas de Dalian e Cingapura registraram perdas nesta segunda-feira, depois de o planejador estatal da China ter dito na semana passada que buscou aconselhamento de especialistas sobre medidas de política para lidar com a recente alta acelerada nos preços da matéria-prima.

O contrato futuro de minério de ferro para maio mais negociado na Dalian Commodity Exchange (DCE) da China encerrou as negociações diurnas com queda de 2,13%, a 897 iuanes (129,70 dólares) a tonelada.

Enquanto isso, na Bolsa de Cingapura, o contrato de referência do minério de ferro de abril era negociado em queda de 1,23%, a 123,85 dólares a tonelada.

A Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC) disse na noite de sexta-feira que sua unidade de monitoramento de preços se reuniu com especialistas que disseram que o aumento dos preços foi impulsionado por especulação e sugeriram que as autoridades deveriam fortalecer a supervisão do mercado.

Eles também aconselharam “reprimir” a disseminação de informações enganosas sobre preços, acumulação e especulação, de acordo com um post na conta oficial do WeChat do NDRC.

“Alguns participantes do mercado com posições compradas liquidaram suas posições hoje para garantir lucros devido a preocupações de que os preços possam enfrentar uma pressão de queda contínua após as notícias da NDRC”, disse Huang Jing, trader de minério de ferro da trading Shanghai Yongjiu.

Tangshan, principal centro siderúrgico da China, disse no sábado que iniciaria, a partir de 4 de março, outra rodada de resposta de emergência de nível 2 para lidar com a forte poluição do ar –a segunda vez em quinze dias que implementa tais medidas.

Algumas siderúrgicas locais foram impactadas pela mudança, disse a consultoria Mysteel em um relatório, sem dar detalhes. Ações de emergência normalmente exigem que as siderúrgicas reduzam a produção.

A decisão da China de estabelecer uma modesta meta de crescimento econômico de 5% para 2023, revelada na abertura do Parlamento no domingo, também pode ter derrubado parte do otimismo nos mercados de commodities.

A meta abaixo do esperado significa que as políticas de estímulo macroeconômico este ano podem não ser tão fortes quanto o esperado anteriormente, disseram analistas da Citic Futures em nota.

3 – BC da Europa quer juro alto por mais tempo

O Banco Central Europeu (BCE) iniciou um processo vigoroso de alta de juros para conter a inflação, que atingiu 8,5% (anuais) em fevereiro, e provoca desaceleração da economia da região. A presidente da instituição, Christine Lagarde, manifestou recentemente que o movimento é essencial para levar o índice de preços ao consumidor novamente à meta de 2,0% e para controlar a força do mercado de trabalho, sobretudo a alta dos salários.

“O BCE não quer que, no momento em que está conseguindo baixar a inflação, os salários se tornem um fator que eleve novamente os preços de serviços e de mercadorias”, comentou Marco Valli, economista-chefe para a Europa do banco UniCredit.

Apesar das boas condições do mercado de trabalho na Europa, alguns fatores impõem moderação às negociações salariais, ajudando o trabalho do BCE e aliviando a pressão desse item na inflação. A taxa de desemprego é maior do que em outras economias avançadas, como EUA e Japão, a competitividade das empresas do setor manufatureiro é muito baseada na contenção de custos e os preços de energia exercem um peso grande na produção das indústrias. Isso reduz as margens para elevação de salários, aponta Gregorio De Felice, economista-chefe do banco Intesa Sanpaolo.

Emprego

“O mercado de trabalho na Europa é apertado, mas suas condições atuais não devem gerar aumentos substanciais de salários a ponto de dificultar o trabalho do Banco Central Europeu para controlar a inflação”, comentou De Felice. Ele estima que a remuneração dos trabalhadores deverá apresentar uma elevação média de 2,8% neste ano, enquanto o índice de preços ao consumidor deve ter um aumento médio de 6%.

Esse é um dos elementos que ajudam o BCE a manter ancoradas as expectativas relativas à tendência dos índices de preços ao consumidor no médio prazo.

Outro fator importante é que os sindicatos dos trabalhadores perderam poder de negociação com as empresas nas últimas duas décadas, devido a vários motivos, especialmente a mudança de empresas para o leste do continente e para países asiáticos.

Juros altos

Ainda assim, a força da política monetária restritiva na Europa – a expectativa é de que o juro, hoje em 2,5%, alcance 3,75% – deverá continuar nos próximos meses. Yvan Mamalet, economista sênior do banco Societe Generale, aponta que a taxa de desemprego tende a subir dos atuais 6,6% para 6,8% no final do ano, marca que deverá ficar estável naquele nível até o encerramento de 2024.

Para ele, as companhias devem seguir buscando contratar, num contexto de crescimento esperado de 1% do PIB do continente em 2023 e de 1,1% em 2024.

Redução do juro deve ser lenta e só começar no 3º trimestre de 2024

O Banco Central Europeu (BCE) provavelmente só iniciará o lento processo de redução dos juros no início do terceiro trimestre de 2024, para que a inflação recue e atinja 2,3% (anuais) em dezembro do próximo ano, estima Marco Valli, economista-chefe para a Europa do UniCredit. Mas, para viabilizar tal redução do índice de preços ao consumidor, o banco central com sede em Frankfurt precisará ir devagar na distensão da política monetária. Ele espera que os juros apenas baixem 0,75 ponto porcentual no segundo semestre de 2024.

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