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Economia

3 fatos para hoje: Ataque cibernético no Fleury; bancos puxam índice chinês

E mais: Petrobras vai ajudar a revitalizar a indústria de construção naval do Brasil, mas sem construir plataformas inteiras, segundo Carlos Travassos.

As principais bolsas mundiais abriram o dia em leve alta com o mercado de olho nos dados de inflação nos Estados Unidos e China, uma vez que o indicador que mede os preços ao consumidor será divulgado na quarta-feira (10). No Brasil, o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) de abril será conhecido na quarta-feira (12).

Do lado corporativo, o Itaú Unibanco (ITUB4) divulgou na manhã desta segunda seu balanço referente ao 1º trimestre de 2023. O banco registrou alta de 14,6% em seu lucro líquido recorrente na comparação com igual período do ano passado, a R$ 8,435 bilhões.

O resultado ficou em linha com as expectativas do mercado, de 8,42 bilhões de reais para o período, segundo dados da Refinitiv.

Já o BTG Pactual (BPAC11) registrou lucro líquido ajustado de R$ 2,26 bilhões para o primeiro trimestre, em linha com as expectativas do mercado, com receitas totais avançando dois dígitos em uma base anual.

O resultado final representa um aumento de 10% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo o banco liderado por André Esteves. Analistas tinham como previsão mediana lucro de R$ 2,22 bilhões, segundo dados da Refinitiv.

Estão previstos ainda para este segunda a divulgação de uma bateria de resultados trimestrais de companhias, como, Alliar, Banco Inter, Braskem, Caixa Seguridade, CBA, Direcional, Iochpe-Maxion, Natura&Co, Pague Menos, SBF, Tim e Totvs.

Veja abaixo mais 3 fatos para hoje:

1- Ações de bancos levam índice de Xangai a maior ganho diário em 2 meses

As ações da China e de Hong Kong subiram nesta segunda-feira, com as ações de bancos e de energia em alta na expectativa de que uma recuperação no consumo de serviços do país beneficiará os setores.

O Índice Hang Seng, de Hong Kong, avançou 1,24%. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, subiu 1,14%, enquanto o índice de Xangai teve alta de 1,81%. No início do pregão, o índice foi brevemente acima do nível de 3.400 – o mais alto em 10 meses e o maior ganho percentual diário em mais de dois meses.

“Bancos chineses e ações de seguradoras impulsionaram o índice de blue-chips de Xangai, com os investidores apostando na expectativa de que a recuperação do consumo da China beneficiará o lucro dos bancos este ano”, disse Kenny Ng, estrategista da China Everbright Securities International.

Bancos estatais listados em Xangai, como o Industrial and Commercial Bank of China e Agricultural Bank of China subiram 6,21% e 7,46%, respectivamente.

O forte desempenho ocorreu depois que os credores de médio porte China Bohai Bank, China Zheshang Bank e Hengfeng Bank reduziram na sexta-feira as taxas de juros de alguns depósitos em 10 pontos base e 30 pontos, seguindo pares menores.

2 – Ataque cibernético no Fleury

O Fleury (FLRY3) informou na manhã desta segunda-feira, 8, a ocorrência de um ataque cibernético em seu ambiente de tecnologia da informação na noite de domingo (7). A empresa afirma que desde o momento inicial das indisponibilidades, a companhia acionou seus protocolos de segurança e controle com o objetivo de minimizar os eventuais impactos em suas operações, contando com o apoio de empresas especializadas e de referência nessa área de atuação.

“Estamos gradualmente normalizando nossas operações de forma controlada, com os devidos testes de segurança sendo executados, priorizando a integração automática de sistemas em hospitais em nossos ambientes, que vem ocorrendo de forma gradativa. As Unidades seguem atendendo nossos clientes com sistemas já restabelecidos”, afirma a empresa em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A companhia diz que mantém atualizações frequentes e adota tecnologias disponíveis para preservar um adequado nível de proteção ao seu ambiente tecnológico, tendo inclusive investido substancialmente nos últimos três anos em sua estrutura de tecnologia, de forma a prevenir e proteger a segurança da informação, o que foi essencial para minimizar os efeitos de tal ataque em suas operações.

“Além disso, a companhia continua a investigação e avaliação das circunstâncias do ataque e apuração da extensão do incidente, enquanto trabalha diligentemente para tomar todas as medidas necessárias para limitar os danos causados e restabelecer o pleno funcionamento do ambiente de tecnologia”, afirma.

Fachada de laboratório FLeury
Foto: Divulgação

3 – Petrobras não construirá plataformas inteiras no Brasil, diz diretor

A Petrobras (PETR4) vai ajudar a revitalizar a indústria de construção naval do Brasil, com contratos para descomissionar plataformas antigas ou fabricar módulos para novas embarcações, mas não para construir plataformas inteiras, disse à Reuters o diretor-executivo de Engenharia, Tecnologia e Inovação, Carlos Travassos.

Empregos criados pela indústria naval ancorados por contratos da Petrobras são um pilar fundamental para o programa político do presidente Luiz Inácio Lula da Silva desde sua primeira eleição em 2002.

Naquele ano, ele disse que as platformas poderiam ser construídas no Brasil, e ordenou a volta de duas que estavam no oceano Atlântico a caminho da Ásia para obras, argumentando que a Petrobras não poderia exportar esses empregos. Lula recentemente concluiu a alteração completa da alta cúpula da Petrobras.

Construção de plataforma de petróleo, em Angra dos Reis 24/02/2011 REUTERS/Sergio Moraes

No entanto, a companhia vê limitações para trazer para o Brasil trabalhos como a construção do casco, que normalmente é feito na Ásia, para as duas dúzias de plataformas do tipo FPSO que planeja até 2027, disse o diretor.

“Nenhum país faz o FPSO inteiro”, disse Travassos em Houston, usando a sigla para as plataformas flutuantes capazes de armazenar e transferir petróleo. “A indústria (naval) brasileira precisa apostar em suas vocações.”

Os cascos dessas embarcações são altamente customizados e qualquer país levaria anos na curva de aprendizagem antes de estabelecer uma linha de produção estável, disse ele. O processo inicial provavelmente resultaria em custos mais altos e entregas atrasadas.

Também adiaria os planos da empresa de aumentar sua produção em projetos liderados por ela em quase um quarto, para 4,7 milhões de barris por dia de petróleo e gás em 2027. Cada FPSO pode custar até 3 bilhões de dólares para ser construído.

A estratégia de construção naval da Petrobras põe à prova a disposição de Lula de usar a estatal para gerar empregos no país, estratégia que aplicou em seus dois primeiros mandatos, mas não sem polêmica.

Os sindicatos de metalúrgicos e da indústria naval, que apoiaram a eleição de Lula, enviaram cartas abertas no mês passado pressionando publicamente o governo para rever o processo de contratação da Petrobras, de forma a aumentar encomendas no Brasil.

Eles criticaram o sistema de contratações concentrado em apenas três estaleiros: EBR, Keppel Fels e Jurong, os dois últimos do mesmo grupo asiático.

“Vemos uma oportunidade muito boa para o mercado (naval) brasileiro, mas não é em casco de FPSO. Vemos em módulo, onde tem muita tecnologia abarcada,” disse Travassos.

Construir módulos é menos complexo, disse Travassos. Requer canteiros de obras menores, pode ser replicado mais facilmente e a experiência da força de trabalho pode ser transferida para a construção de plantas de refino, biodiesel ou hidrogênio.

“Uma vez que o Brasil se qualifique para construir módulos, terá uma oportunidade muito maior de perpetuar o negócio, em vez de aprender a fazer cascos de FPSO e competir com a Coreia, a China”, disse.

Os sindicatos da siderurgia e o lobby da construção naval pediram que a Petrobras elevasse voluntariamente o conteúdo local de pelo menos cinco plataformas, para os campos de Albacora, SEAP e Sépia e Atapu.

“O que eu tenho de conteúdo local colocado hoje não consegue ser atendido pelo mercado. Então não faz sentido elevá-lo”, disse Travassos.

Com Reuters e Estadão

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