1 – Vamos compra frota de caminhões do Grupo Petrópolis por R$ 576 mi
A gestora de frotas de veículos pesados Vamos (VAMO3) fez acordo para comprar a frota de veículos do grupo em recuperação judicial Petrópolis por cerca de 576 milhões de reais à vista, segundo comunicado ao mercado na noite de quinta-feira.
A aquisição envolve 2.926 caminhões, dos quais 2.392 – 76% modelos de fabricação a partir de 2019 – serão locados pela Petrópolis da Vamos em contratos de locação de longo prazo, corrigidos anualmente por inflação, afirmou a companhia.
A Vamos afirmou ainda que os demais 534 caminhões a serem adquiridos da Petrópolis serão vendidos no mercado secundário pela companhia, somados a outros 589 caminhões, que serão substituídos por veículos novos. Com isso, a Vamos vai vender 1.123 caminhões seminovos ao longo dos próximos meses.
A conclusão da compra da frota da Petrópolis está prevista para ocorrer em até 90 dias, afirmou a Vamos.
O UBS anunciou após a operação corte no preço-alvo da ação da Vamos de 21,60 para 16,60 reais.
O negócio da Vamos com a Petrópolis, dona de rótulos como Itaipava, ocorre alguns dias depois que a gestora de frotas anunciou acordo com a Volkswagen Caminhões e Ônibus para comprar 140 caminhões novos, aproveitando-se do programa de renovação de veículos comerciais promovido pelo governo federal.
2 – Eletrobras faz acordo com Âmbar para comprar linhas de transmissão e vender térmica no RS
A Eletrobras (ELET3) anunciou nesta sexta-feira um acordo com o grupo Âmbar Energia, da J&F, para vender a usina termelétrica Candiota e comprar linhas de transmissão de energia, em mais uma operação para se desfazer de ativos não estratégicos e descruzar participações com empresas sócias.
O negócio prevê a venda da usina Candiota, localizada no Rio Grande do Sul, por 72 milhões de reais. Com 350 megawatts (MW) de capacidade instalada, Candiota era o único ativo de geração movido a carvão do portfólio da Eletrobras, e integrava um pacote de usinas que foram colocadas à venda pela companhia para sair das fontes fósseis, incluindo o gás natural.
“Candiota representa cerca de um terço das emissões totais da Eletrobras”, disse a companhia, em comunicado.
A alienação deverá gerar um impacto contábil negativo para a Eletrobras de cerca de 56 milhões de reais no balanço do terceiro trimestre deste ano, afirmou a companhia.
Em paralelo, a Eletrobras anunciou a compra de participações de 51% da Âmbar em dois ativos de transmissão, nos quais a Eletrobras já era sócia, por 574 milhões de reais.
As empresas de transmissão Vale do São Bartolomeu e Triângulo Mineiro Transmissora têm concessões que vão até 2043 e, juntas, somam uma receita anual permitida (RAP) de pouco mais de 100 milhões de reais. As unidades terão dívida líquida próxima a zero na data esperada da finalização da operação.
Segundo a Eletrobras, houve uma melhora dos termos, estabelecidos em 2013, para compra e venda desses ativos. A CELGpar, que também é sócia na Vale do São Bartolomeu, tem um período para exercer seu direito de preferência na transação, disse a Eletrobras.
O acordo com a Âmbar também envolveu a opção de compra, por um real, de 51% em sociedades de propósito específico (SPEs) de geração eólica. As SPEs do complexo Baleia não detêm ativos operacionais ou dívida e são detentoras de direito de recebimento em uma ação de cobrança de indenização securitária, disse a Eletrobras.
3- Japão reduz o PIB do 2º trimestre por gastos fracos e queda nos salários
A economia do Japão cresceu menos do que o inicialmente estimado no segundo trimestre e os salários caíram em julho, lançando dúvidas sobre as projeções do banco central de que a demanda interna sólida irá manter o país no rumo da recuperação.
As despesas de capital e o consumo privado caíram no período de abril a junho, de acordo com dados revisados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados nesta sexta-feira, ressaltando a situação frágil da economia japonesa, que já está enfrentando o enfraquecimento do crescimento da China e dos Estados Unidos.
Os salários reais ajustados pela inflação caíram em julho pelo 16º mês consecutivo, em um sinal de que as famílias continuaram a sentir o impacto do aumento dos preços, segundo dados separados, o que é um mau presságio para o consumo.
“As exportações fracas para a China podem estar deixando os fabricantes japoneses cautelosos em relação aos investimentos. A esperança é de que as empresas do setor de serviços possam compensar essa falta, embora o consumo lento possa desencorajá-las a gastar dinheiro também”, disse Takeshi Minami, economista-chefe do Instituto de Pesquisa Norinchukin.
A economia do Japão cresceu 4,8% em termos anualizados entre abril e junho, segundo os dados revisados, abaixo da estimativa preliminar de crescimento de 6,0% e das previsões do mercado para uma expansão de 5,5%.
O principal fator por trás da redução foi uma queda de 1,0% nos gastos de capital, em comparação com uma leitura preliminar estável, lançando dúvidas sobre a visão do Banco do Japão de que gastos corporativos robustos sustentarão a economia pós-pandemia do Japão. O declínio revisado foi maior do que a previsão do mercado de uma queda de 0,7%.
O consumo privado, que representa mais da metade da economia, caiu 0,6% em relação ao trimestre anterior no período de abril a junho, em comparação com uma queda preliminar de 0,5%.
As exportações permaneceram sólidas no segundo trimestre, com a demanda externa líquida contribuindo com 1,8 ponto para o crescimento do PIB, sem alterações em relação à leitura preliminar.
Mas os embarques para a China caíram 13,4% em julho, marcando o oitavo mês consecutivo de quedas. As exportações totais caíram 5,0% em relação ao ano anterior na primeira metade de agosto, após um declínio de 0,3% em julho, sugerindo que a desaceleração global está afetando a economia.
Como a demanda doméstica fraca levou a quedas nas importações, o superávit em conta corrente do Japão registrou um valor recorde para o mês de julho, segundo dados separados divulgados nesta sexta-feira.
“Não ficarei surpreso se o Japão sofrer dois trimestres consecutivos de contração durante o restante deste ano”, disse Minami, da Norinchukin. “A chance de um fim antecipado da política monetária ultrafrouxa está diminuindo.”
A economia do Japão teve uma recuperação tardia da pandemia de Covid-19 este ano, já que o aumento dos custos de vida e a da demanda global fraca obscurecem as perspectivas.
Diante de tais incertezas, as autoridades do Banco do Japão enfatizaram sua determinação de manter a política monetária ultrafrouxa até que a recente inflação impulsionada pelos custos se transforme em aumentos de preços impulsionados pela demanda doméstica e por um maior crescimento dos salários.
Veja também
- Eletrobras assina conversão de contratos de termelétricas compradas pela Âmbar
- A rotatividade no topo das empresas brasileiras é alta. Os headhunters tentam mudar isso
- Com dívida “impagável” e o maior furto de energia do país, Amazonas Energia abre o jogo
- Com R$ 18 bilhões de subsídios, empresas mergulham na corrida do hidrogênio verde
- Governo vai antecipar R$ 7,8 bilhões de recebíveis da Eletrobras para tentar baixar a conta de luz