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Economia

5 fatos para hoje: crise institucional, teto de gastos e corrida por startups

Entre maio de 2020 e junho deste ano, o número de acordos entre empresas tradicionais e startups praticamente dobrou.

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1- Governadores propõem encontro com Bolsonaro para tentar diminuir crise institucional

Em reunião na manhã da segunda-feira, em Brasília, os governadores decidiram pedir um encontro com o presidente Jair Bolsonaro para tentar a abertura de um diálogo que melhore o ambiente no país, diante do clima de tensão entre o Executivo e Judiciário e as constantes ameaças de ruptura por parte de Bolsonaro.

“A intenção é solicitar uma agenda com o presidente onde o objetivo é demonstrar a importância de o Brasil ter um ambiente de paz, de serenidade, onde possamos garantir uma forma de valorização da democracia, mas principalmente criar um ambiente de confiança que permita atração de investimentos, geração de empregos e renda“, disse Wellington Dias (PT) em entrevista depois da reunião.

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que tem um bom relacionamento com Bolsonaro, reafirmou a intenção de que os governadores sejam recebidos.

“Espero que o presidente, pelo nível que o país chegou nesse momento, com essa disputa institucional, receba os governadores. O que procuramos é o bem comum e vamos levar isso ao presidente. Dizer a ele que não tem ninguém contra ou a favor dele, mas queremos um ambiente de normalidade e discutir os reais interesses do povo“, afirmou o governador, apesar da animosidade declarada de Bolsonaro com alguns, como João Doria (PSDB), de São Paulo.

O encontro em Brasília já estava marcado e tinha como pauta temas econômicos, mas passou a incluir a última crise institucional causada pelos ataques mais recentes aos demais Poderes. Na semana passada, 13 governadores já haviam divulgado uma carta em defesa do Supremo Tribunal Federal (STF), mas sem citar Bolsonaro.

2- Grupos tradicionais aceleram parcerias com startups em busca de inovação

A aposta das empresas tradicionais em parcerias com startups para avançar no campo da inovação vem crescendo. Entre maio de 2020 e junho deste ano, o número de acordos desse tipo praticamente dobrou, saindo de 13.433 para 26.348. O valor total de contratos fechados subiu de R$ 800 milhões para R$ 2,2 bilhões – um crescimento de 175%, segundo a plataforma 100 Open Startups.

“A aproximação das empresas com os empreendedores vem crescendo ano após ano, mas ganhou ainda mais impulso com a pandemia e a necessidade de digitalização”, diz o cofundador da plataforma de inovação, Rafael Levy.

Esses números mostram uma clara mudança de perfil. Se, no passado, o desenvolvimento de novos produtos e de soluções vinham de programas de P&D e laboratórios criados dentro das companhias, hoje boa parte das inovações adotadas vem de fora.

A velocidade das mudanças tecnológicas tem sido um dos motores desse movimento. Nos últimos anos, as empresas entenderam que, se ficassem fechadas em seus ambientes, teriam mais dificuldades para inovar e poderiam perder competitividade diante dos concorrentes. Normalmente, o tempo e o dinheiro gastos dentro dos centros de pesquisa das empresas são maiores quando comparados à exploração do ecossistema de startups, formado por mais de 15 mil empresas, dizem especialistas.

Neste ano, o número de companhias que buscou startups para fazer parcerias saltou de 2.825 para 4.982 – aumento de 76%. “Ficamos bem impressionados com o crescimento. E agora percebemos que não são só multinacionais e grandes corporações. Começamos a ver médias empresas iniciando esse processo”, diz Levy.

Isso traz mais competitividade para o mercado, cria novas oportunidades e incentiva a abertura de startups. É um círculo virtuoso.

3- Biden não tem cronograma para decidir sobre presidente do Fed, diz Casa Branca

Porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki afirmou na segunda-feira que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, não tem um cronograma para decidir sobre o próximo presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Ela foi questionada sobre o tema, após reportagem da Bloomberg informar, a partir de fontes, que a secretária do Tesouro, Janet Yellen, defendia a recondução do atual presidente do Fed, Jerome Powell, para mais um mandato.

Psaki disse que não tinha nada a comentar sobre a reportagem e que o Departamento de Tesouro que deveria ser questionado sobre a eventual posição de Yellen.

O mandato de Powell à frente do BC tem fim previsto para fevereiro de 2022. O nome a ser indicado para o comando do Fed terá de receber o aval do Senado, mesmo que no caso de eventual recondução de Powell.

A porta-voz da Casa Branca também disse que Biden defende a estratégia da presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, para tentar aprovar um pacote de infraestrutura e também outro, com medidas de gasto mais abrangentes, no Congresso. Há uma divisão no Partido Democrata sobre o tema.

Em outro momento, Psaki disse que a Casa Branca não exige que seus funcionários sejam vacinados contra a covid-19.

O presidente tem defendido que empresas adotem essa medida, para pressionar seus funcionários a se imunizar contra o vírus.

4- Guedes critica “negacionistas” da economia

O ministro da Economia, Paulo Guedes, subiu o tom ao rechaçar avaliações negativas sobre as perspectivas para a economia brasileira, afirmando que economistas e membros da mídia “negacionistas” estão ignorando os sinais de avanços e criando crises artificiais.

Ele destacou que dados como o de consumo de energia e de combustível sinalizam o vigor da atividade e que os fundamentos estão melhorando, inclusive do lado fiscal, em que apontou queda de despesas e a “explosão” da arrecadação, incluindo o número de julho que será divulgado nesta semana.

“É importante não nos deixarmos abater pelos pessimistas, não deixarmos nos abater pelos que estão politizando. Primeiro subiram em cadáveres para fazer política, agora que a vacinação em massa está avançando estão criando crises também, uma atrás da outra, só enfatizam o que está dando errado”, disse durante evento virtual da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC).

“Ora, não podemos ser negacionistas em matéria econômica. Se o Brasil está crescendo 5,5%, se os investimentos estão aumentando, alguma coisa certa deve estar acontecendo também.”

5- Governo ‘já decidiu estourar o teto de gastos’, diz vice-presidente da Câmara

O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM), afirmou na segunda-feira (23) que o governo federal “já decidiu estourar o teto de gastos” e estaria, apenas, encontrando uma maneira de fazê-lo – que poderia ser por meio da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios.

Em evento do Secovi, sindicato patronal do mercado imobiliário, Ramos voltou a dizer que tem dificuldade em enxergar ambiente para aprovação da PEC dos Precatórios no Congresso Nacional.

“Não é de fácil aprovação”, cravou o parlamentar.

(*Com informações de Reuters e Estadão Conteúdo)

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