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Finanças

Conheça a investidora-anjo que aposta em startups lideradas por mulheres

Empresária explica que investir em negócios de mulheres é mais lucrativo e favorece a igualdade de gênero.

Disponibilizar aporte financeiro apenas para negócios de mulheres que oferecem serviços ou produtos exclusivamente para outras mulheres é a tese de investimento de Flávia Mello, investidora-anjo brasileira voltada para empreendimentos com propósito de impacto.

Segundo a investidora, aplicar em empresas com essa finalidade é mais lucrativo e gera mais oportunidades ao público feminino – que hoje é minoria no universo dos investimentos e empreendimentos. O percentual de investidoras-anjo representa, hoje, apenas 7% do total no Brasil, de acordo com a última pesquisa realizada pela Anjos do Brasil, rede de investidores e organização sem fins lucrativos. O dado reforça que a igualdade de gênero ainda está distante nesse contexto.

Entre as startups nas quais Flávia já investiu, estão a SafeSpace, que oferece soluções de tecnologia para identificar e resolver problemas de assédio; Oya Care, clínica virtual de saúde feminina; Feel, que cria fórmulas naturais para o bem-estar íntimo feminino; HerMoney, plataforma de automação financeira para empreendedoras; e The Feminist Tea, marca de bebidas voltada ao empoderamento feminino.

A tese de Flávia (apostar no empreendedorismo de mulheres) também ganhou novos espaços quando outras pessoas começaram a procurá-la para falar sobre o interesse que tinham pelo assunto. Por essa razão, a investidora decidiu criar um grupo para expandir o propósito.

Nesse grupo, que hoje se chama Sororitê, mulheres investidoras-anjo fazem encontros para trocas de experiências e mentorias, assim como analisam propostas de startups encabeçadas por outras mulheres. A iniciativa surgiu há quatro meses e já conta com 50 participantes – que já fizeram investimentos em cinco startups.

“Quero que mais mulheres se sintam convidadas a fazer parte desse mundo de investimento-anjo e, também, mais empreendedoras encontrem outras mulheres querendo apoiar o ecossistema de empreendedorismo feminino”, conta Flávia.

Investimento-anjo para mulheres dá mais retorno

Investir em negócios criados por mulheres gera quase três vezes mais retorno que financiar negócios desenvolvidos por homens. É o que aponta um estudo do Boston Consulting Group (BCG), em parceria com a MassChallenge.

De acordo com a pesquisa, que observou 350 empresas, a cada US$ 1 investido em uma organização fundada por uma mulher, o retorno foi de US$ 0,78, enquanto os homens geraram menos da metade, US$ 0,31.

O estudo também revelou outro dado importante: empresas formadas por mulheres tiveram menos da metade em aporte financeiro do que organizações formadas por homens. Por isso, resta a dúvida: por que as mulheres receberam menos investimentos?

Para Flávia, isso pode ser explicado pela desigualdade de gênero. Ela conta que um forte exemplo é a diferença de renda e patrimônio, que faz com que as mulheres tenham menos dinheiro para investir, assim como também sejam minoria nos empreendimentos.

Mello também ressalta que se mais mulheres tiverem a oportunidade de entrar nesse mercado de investimento e empreendedorismo, logo as coisas ficarão mais justas e igualitárias.

Como funciona o investimento-anjo?

Investimento-anjo é uma aplicação efetuada por uma pessoa física em uma empresa que deseja ingressar no mercado – ou, ainda, impulsionar os seus negócios –, como as startups.

O investimento-anjo não é uma atividade filantrópica, mas sim uma aplicação com o objetivo de alto retorno – porém, esse retorno geralmente é voltado para a sociedade, como a geração de novas oportunidades e giro econômico.

Os indivíduos que fazem esse tipo de investimento – que normalmente são profissionais ou empresários bem-sucedidos, porque a aplicação de recursos não costuma ser baixa –, ficam conhecidos como investidores-anjo.

Esses investidores não assumem uma posição executiva na empresa, mas ainda assim atuam de forma ativa nelas. Em geral, eles desempenham papéis como de conselheiros, portanto, fornecem apoio intelectual a partir de suas experiências e conhecimentos já adquiridos.

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Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.

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