Siga nossas redes

Economia

A China não para: governo lança novo financiamento de US$ 112 bilhões para mercado de ações

Corretoras, gerentes de ativos e as seguradoras podem obter liquidez do banco central chinês

Pessoa caminha em passarela sobre quadro eletronico mostrando cotações da bolsa chinesa, em Xangai 06/01/2021 REUTERS/Aly Song

O banco central da China deu início a dois esquemas de financiamento nesta sexta-feira que inicialmente injetarão até 800 bilhões de iuanes (US$ 112,38 bilhões) no mercado de ações por meio de ferramentas de política monetária recém-criadas.

O Banco do Povo da China explicou os detalhes operacionais dos esquemas de swap e de empréstimos anunciados no final de setembro, com o objetivo de apoiar o “desenvolvimento estável” dos mercados de capitais.

A recente alta do mercado chinês vem perdendo força, já que a euforia se transformou em cautela quanto ao tamanho e à implementação das promessas de estímulo de Pequim.

LEIA MAIS: China vai aumentar para US$ 560 bilhões empréstimos a projetos habitacionais

O anúncio foi feito depois que os reguladores financeiros da China realizaram uma reunião com as principais instituições financeiras, instando-as a implementar rapidamente políticas expansionistas para apoiar a economia e os mercados de capitais.

De acordo com o esquema de swap, inicialmente no valor de 500 bilhões de iuanes (US$ 70 bilhões), as corretoras, os gerentes de ativos e as seguradoras podem obter liquidez do banco central por meio da garantia de ativos para comprar ações.

Atualmente, 20 empresas foram aprovadas para participar do esquema e as solicitações iniciais ultrapassaram 200 bilhões de iuanes (US$ 28 bilhões), informou o banco central.

“O esquema de swap se tornará um estabilizador do mercado”, já que a demanda pela ferramenta aumenta quando as ações são vendidas em excesso, mas o apetite naturalmente diminui quando o mercado se recupera, disse a Xinhua Financial em um artigo nesta sexta-feira.

Além disso, as instituições podem usar a ferramenta para acessar liquidez em uma queda no mercado de ações sem ter que vender ações, em uma espiral descendente.

LEIA MAIS: China passa a taxar investimentos de ultrarricos no exterior

De acordo com o mecanismo, os ativos, incluindo títulos, ETFs de ações e participações em componentes do índice CSI300, podem ser trocados por ativos de alta liquidez, como títulos do Tesouro e do banco central, facilitando o acesso dos participantes ao financiamento.

“Se forem implementados de forma eficaz, esses novos esforços poderão trazer fundos adicionais para o mercado e aumentar os retornos dos acionistas, impulsionando assim a reavaliação dos valores”, disse o BNP Paribas em uma nota aos clientes.

O banco central também lançou um programa de empréstimos, inicialmente no valor de 300 bilhões de iuanes (US$ 42 bilhões), que permitirá que as instituições financeiras tomem empréstimos do Banco do Povo da China para financiar a compra de ações por empresas listadas ou por seus principais acionistas.

A taxa de juros de um ano para o reempréstimo foi fixada em 1,75%, e 21 instituições financeiras qualificadas podem solicitar os empréstimos no início de cada trimestre, informou banco central.

As empresas listadas e seus principais acionistas podem, então, tomar empréstimos dos bancos a taxas de juros de até 2,25% para recompra e compra de ações. Trata-se de uma exceção às regras que proíbem o fluxo de empréstimos bancários para o mercado de ações.

(Reportagem de Ella Cao e Ryan Woo)

Abra sua conta! É Grátis

Já comecei o meu cadastro e quero continuar.