O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disputam o segundo turno das eleições para a Presidência da República neste domingo (30). Mais de 156 milhões de brasileiros podem votar.
No primeiro turno, em 2 de outubro, o petista recebeu 48,43% dos votos válidos (57.259.504 votos), enquanto o atual presidente, 43,20% (51.072.345 votos). Para vencer em primeiro turno, um dos candidatos deveria ter 50% dos votos válidos mais um. A taxa de abstenção ficou em 20,89%, o equivalente a cerca de 32,7 milhões de eleitores.
Além da votação para presidente, os eleitores de 12 estados também escolhem o próximo governador. Outros 14 estados e o Distrito Federal definiram os candidatos no primeiro turno. (Veja lista abaixo)
O início da votação será às 8h e o término, às 17h, no horário de Brasília. Diferentemente do que ocorreu em eleições passadas, desta vez, o horário de votação será uniformizado em todo o país. As regiões em que há fuso horário diferente vão ter que se adequar e seguir o horário de Brasília.
A Constituição brasileira determina a obrigatoriedade do voto para todos os cidadãos maiores de 18 anos. Já para quem tem entre 16 e 18 anos ou mais de 70 e os analfabetos, o voto é facultativo.
E continua proibido o uso de celulares na cabina de votação. O objetivo é manter o sigilo do voto. Após entregar o documento de identificação ou depois de mostrar a versão digital do e-Título pelo celular, o eleitor terá de deixar o aparelho de celular desligado com o mesário. O eleitor que se recusar, não poderá votar.
Campanha
A campanha entre Lula e Bolsonaro foi marcada por acusações e trocas de vídeos entre os dois candidatos que viralizaram nas redes sociais. Um deles associava o ex-presidente petista ao satanismo, enquanto um vídeo antigo mostra Bolsonaro em uma loja maçônica em que ele diz que a “maçonaria será maior do que o cristianismo no Brasil”, o que abalou sua credibilidade com seu eleitorado evangélico.
Em outro vídeo Bolsonaro, durante uma entrevista a um jornalista no New York Times em 2016, diz que comeria um indígena “sem problema nenhum” durante um ritual. Mas a repercussão mais negativa foi a entrevista do atual presidente a um podcast em que Bolsonaro diz que “pintou um clima” entre ele e refugiadas venezuelanas de 14 anos, o que sugere pedofilia.
Entre as propostas econômicas, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que iria desvincular o reajuste do salário-mínimo e as aposentadorias da inflação, enquanto a equipe do petista promete reajuste do mínimo acima da inflação. Ambos candidatos prometem manter o Auxílio Brasil, antigo Bolsa Família, em R$ 600. Para bancar o valor, Guedes diz que vai taxar os lucros e dividendos.
Lula também propõe Imposto de Renda zero para quem ganha até R$ 5 mil, que será acompanhado de uma reforma tributária, além da igualdade salarial para homens e mulheres que exerçam a mesma função.
Bolsonaro diz que vai corrigir em 31% na tabela do Imposto de Renda (IR) para pessoas físicas, “isentando todos os trabalhadores celetistas que recebessem até R$ 2,5 mil mensais”. O atual presidente também promete alavancar o Programa SIM Digital, que, em 4 meses, “já emprestou mais de R$ 2 bilhões para 2,8 milhões de microempresários”, de acordo com a campanha.
Transporte público
Todas as capitais do país e o Distrito Federal terão um esquema especial de gratuidade no transporte público neste domingo (30) para facilitar a locomoção dos eleitores no segundo turno das eleições.
Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para confirmar a decisão individual do ministro Luís Roberto Barroso que liberou o transporte público gratuito.
A ação, do partido Rede Sustentabilidade, foi para viabilizar aos eleitores o exercício do voto, obrigatório no país. Segundo o partido, muitos eleitores não têm condições de pagar a passagem até o local de votação, que em muitos casos é mais cara do que a multa pelo não comparecimento, cujo valor máximo é de R$ 3,51. A medida também pretende evitar alta abstenção de eleitores no dia da votação.
Quais estados terão 2º turno?
Alagoas
Paulo Dantas (MDB) x Rodrigo Cunha (União)
Amazonas
Wilson Lima (União) x Eduardo Braga (MDB)
Bahia
Jerônimo Rodrigues (PT) x ACM Neto (União)
Espírito Santo
Renato Casagrande (PSB) x Marato (PL)
Mato Grosso do Sul
Capitão Contar (PRTB) x Eduardo Riedel (PSDB)
Paraíba
João Azevêdo (PSB) x Pedro Cunha Lima (PSDB)
Pernambuco
Marília Arraes (Solidariedade) x Raquel Lyra (PSDB)
Rio Grande do Sul
Onyx Lorenzoni (PL) x Eduardo Leite (PSDB)
Rondônia
Coronel Marcos Rocha (União) x Marcos Rogerio (PL)
Santa Catarina
Jorginho Mello (PL) x Décio Lima (PT)
Sergipe
Rogério Carvalho (PT) x Fábio (PSD)
São Paulo
Tarcísio de Freitas (Republicanos) x Fernando Haddad (PT)
Qual a ordem de votação?
No segundo turno das eleições, o eleitor vai votar nos cargos que serão mostrados nesta ordem:
- governador (com dois dígitos)
- presidente da República (com dois dígitos)
Após digitar o números dos candidatos, o eleitor deve esperar os dados aparecerem na urna eletrônica e apertar a opção “confirma”.
Quais documentos devo levar para votar?
É obrigatório a apresentação de apenas um documento oficial com foto, como:
- Carteira Nacional de Habilitação (CNH);
- Carteira de identidade (RG);
- Carteira de trabalho;
- Certificado de reservista;
- e-Título (título de eleitor em meio digital);
- Passaporte.
A apresentação do título de eleitor, seja na versão impressa ou digital, não é exigida.
Como votar em branco?
O voto em branco significa que o eleitor opta por não votar em nenhum candidato. Para fazer isso, ele aperta a tecla “branco” na urna eletrônica e depois confirma. Na época da votação em papel, esse tipo de voto era contado quando o eleitor não preenchia a opção na cédula.
Como votar nulo?
Já o voto nulo ocorre quando o eleitor digita um número inexistente de candidato ou de legenda (no caso das eleições para deputado e vereador) e depois confirma. Para evitar anular o voto sem querer, é preciso conferir se a foto do candidato apareceu após digitar o número e só então confirmar.
Tanto o voto em branco como nulo são computados, mas não interferem na soma que elege quem obtiver mais votos válidos.
Posso votar no 2º turno se faltei ao primeiro?
Os eleitores que não votaram no primeiro turno têm direito de votar no segundo desde que o título de eleitor esteja regularizado.
Isso ocorre porque o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) trata cada turno como uma eleição independente. Dessa forma, o eleitor poderá votar se estiver em situação regular com a Justiça Eleitoral, ou seja, o título eleitoral não pode estar cancelado ou suspenso.
O título é cancelado quando o eleitor falta às urnas por três eleições seguidas e não justifica a ausência nem paga a multa. Já a suspensão ocorre quando não há cumprimento do serviço militar obrigatório, condenação criminal transitada em julgado ou condenação por improbidade administrativa.
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