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Economia

Brasil cria 306,1 mil vagas formais de emprego em fevereiro, mostra Caged

BRASÍLIA (Reuters) – O Brasil abriu 306.111 vagas formais de trabalho em fevereiro, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nesta quarta-feira pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

O resultado de fevereiro ficou bem acima da expectativa apontada em pesquisa da Reuters, de criação líquida de 245.000 empregos, e também superou o saldo positivo de 252.487 vagas registrado no mesmo mês de 2023. Foi também o maior número mensal desde fevereiro de 2022, quando foram criados 353.758 postos.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia antecipado mais cedo nesta quarta-feira que o número do Caged seria “bastante expressivo”, reiterando indicação dada na terça-feira pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, que definiu os dados como “extraordinários”.

Em fevereiro, o país registrou 2,249 milhões de admissões e 1,943 milhão de desligamentos no mercado de trabalho formal.

O saldo de vagas no mês passado foi positivo em todos os cinco grandes grupamentos de atividades econômicas, com o setor de serviços na liderança, com a criação de 193.127 postos, seguido pela indústria, com criação de 54.448 vagas.

Já no setor de construção, foram criados 35.053 postos e no de comércio, a criação foi de 19.724 vagas. Na agropecuária, porém, houve o menor saldo, com 3.759 vagas formais.

No total, 24 das 27 Unidades Federativas registraram saldos positivos em fevereiro, com destaque para São Paulo, com 101.163 postos criados. Alagoas teve o pior desempenho, com o fechamento de 2.886 vagas.

No mês passado, o salário médio de admissão foi de 2.082,79 reais, o que representa uma queda real de 2,36% frente a janeiro.

Em sua reunião na semana passada o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central disse ter debatido em profundidade o mercado de trabalho, avaliando que os aumentos salariais observados podem estar ligados, em alguma medida, a pressões nessa área.

“O Comitê demonstrou maior preocupação com possíveis efeitos da ampliação de ganhos reais no período mais recente e da aceleração de crescimento observada nos dados referentes à massa salarial sobre a dinâmica prospectiva da inflação de serviços”, disse o BC na ata da reunião.

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, no entanto criticou esse posicionamento e defendeu a continuidade do ciclo de redução da taxa Selic, atualmente em 10,75%.

De acordo com o ministro, a criação de empregos poderia chegar a aproximadamente dois milhões de vagas se o ciclo de cortes tivesse começado mais cedo e de forma mais agressiva.

“Está faltando (o Banco Central) estudar um pouco os fundamentos da economia”, disse Marinho.

(Reportagem de Victor Borges)

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