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Economia

Com perfil conservador, Gil do Vigor diz investir em renda fixa

“Não lutei para ganhar e depois perder”, afirma o ex-BBB.

Gilberto Nogueira, o Gil do Vigor (Foto: Divulgação)

Se antes de participar do Big Brother Brasil 2021 o economista Gilberto Nogueira vivia “lascado”, o agora célebre Gil do Vigor deixou essa realidade para trás. Rico, como ele mesmo se define, já começou a aplicar o dinheiro que ganha com publicidade e trabalhos como influenciador em investimentos de renda fixa, mais conservadores. “Não lutei para ganhar e (depois) perder”, explica.

Em entrevista ao Estadão/Broadcast, Gil também fala sobre como poderá ser uma voz de conscientização nas eleições de 2022 e a importância de discutir a distribuição de recursos públicos. A seguir, os principais trechos da conversa.

Não podemos deixar de começar esta conversa sem recorrer ao seu bordão mais famoso durante o ‘BBB’. O Brasil está lascado na economia?

Sim, o Brasil está lascado. As consequências da segunda onda da pandemia sobre a economia, o desemprego, a inflação. Fica difícil conseguir imaginar como vai ser a saída. Tem (saída)? Tem. Temos pessoas extremamente qualificadas no Brasil, mas tudo isso passa por uma gestão política que precisa mudar. Vivemos um pesadelo que não acaba nunca, e cada vez mais parece que fica pior. Além de a gestão ser não qualificada, ainda passou por uma pandemia, então as coisas ficaram mais lascadas do que estariam por si.

Depois do ‘BBB’, muita gente pergunta se você vai conseguir focar nos estudos da pós-graduação. Vai ser difícil?

Vai ser é fácil! Estou é rico! Agora eu posso estudar, comer e estou de boa fé. Difícil era antes, pobre. Estudar pensando ‘se eu for jubilado, me lasquei, se não passar, me lasquei’. Existe uma pressão tão grande de quem abandona o emprego para viver de bolsa de estudos. Medo de perder a bolsa, medo de ser expulso do programa.

Você disse que está rico. Já conseguiu investir seu dinheiro?

Fiz o meu perfil (de investidor) e deu conservadoríssimo. Super conservador. Não lutei para ganhar e (depois) perder. Só quero é ganhar. Tenho renda fixa, CDB, títulos do Tesouro. Diversifiquei. Não dá para colocar os ovos todos numa cesta, porque a cesta cai, quebra os ovos, eu tenho um enfarte!

A pandemia trouxe para o debate a questão da desigualdade. Como ir do discurso à prática?

Precisa de fato de solução, mas ao mesmo tempo não pode tomar decisões que vão lascar ainda mais o cenário do nosso país. A gente está num momento em que temos pobreza, pessoas passando fome. Inicialmente não tem pra onde correr, precisa suprir o básico necessário. Esses programas sociais são o escape. De imediato, são a única alternativa de colocar comida na mesa das pessoas. Agora, a longo prazo, precisa de políticas que olhem o que realmente importa, que é sair de um cenário de país de remendos e conseguir ser um país de políticas efetivas.

Você tem abordado vários temas em suas redes sociais, como a polarização na política. Há polarização na economia?

A gente precisa analisar o que está sendo feito pelos políticos. Sair um pouquinho do viés do extremismo e começar a analisar projetos, o histórico de cada candidato, se o que ele está propondo é factível. Existe um grupo de pessoas que ainda continua apoiando, e essas pessoas na verdade estão se cegando. Não é questão de amar, de não amar, de dar o braço a torcer ou não. É analisar os fatos e dizer ‘dei um voto de confiança, não fez, vou ser sincero com o que acontece’. No presente está ruim, está errado, precisa ser mudado.

Logo no início do ‘BBB’, você começou a dar explicações de termos econômicos. Você sabia que criaria um nicho?

Nunca imaginei. Na verdade eu sou muito emocionado, falo tudo o que vem na minha cabeça. Dificilmente teria inteligência suficiente para criar uma estratégia. Economia está em todo lugar. Hoje estava com uma repórter conversando e ela disse que não gostava de arrumar a casa, pagava R$ 50 para a irmã arrumar. A irmã gostava, porque arrumava um dinheiro, e ela gostava porque não tinha de fazer. É um conceito econômico. A economia está (aí) todo dia. Só que tem termos tão complexos que parece difícil. E parece que as pessoas gostam de usar palavras difíceis para que pareça mais difícil do que é.

Você também já disse que a crise só acaba quando o presidente Bolsonaro sair do poder. Como vê sua voz nas eleições?

Não sei se vou ter muita voz não, mas tenho a minha própria. Não estou nem aí. Como pessoa, não penso em seguidores, em Twitter, nada. Penso em mim mesmo, porque eu já dava baile, já falava a cachorrada e vou continuar assim.

Mas vai apoiar políticos em especial ou vai ser um vetor de conscientização?

Quero ser um vetor de conscientização. Pretendo pegar propostas, estudar, analisar, se possível até em algum momento conversar com um, dois, três. Eu tenho, assim, uma paixão, né? Sou oriundo de escola pública, sou bolsista, nordestino. Vou me abrir para ler propostas de todo mundo, exceto um.

Presidente Bolsonaro?

(Risos) Olha, amiga, não tem nem o que fazer, né? Não tem nem o que dizer.

Medidas econômicas podem beneficiar o presidente em 2022 a ponto de a população esquecer o que aconteceu na pandemia?

Não, tá amarrado em nome de Jesus. Não apaga não. São quatro anos de sofrimento, né? Resultados econômicos não são vistos da noite para o dia. Temos de analisar o histórico do que aconteceu. Vidas foram perdidas. (A economia) não é capaz de interferir nos resultados. O brasileiro está muito consciente. A gente sabe o sufoco que passou nesse tempo. Não tem como favorecer a atual gestão, que é horrível.

O que políticos como Eduardo Leite, que se assumiu gay, representam para a comunidade LGBTQIA+?

Ter representatividade é importante, mas também ter pessoas que lutem pelas causas LGBTQIA+, que ele sabe por viver as repressões na pele.

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