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Economia

Crédito imobiliário: Caixa lança registro eletrônico para contrato habitacional

Medida deve reduzir burocracia em contratos de 45 para 5 dias; em 14 estados 1356 cartórios já integram a plataforma online

A Caixa Econômica Federal anunciou duas novas medidas para os financiamentos imobiliários nesta quinta-feira (2). O presidente do banco, Pedro Guimarães, informou em coletiva que o mês de junho foi o melhor mês para o financiamento imobiliário nos últimos 4 anos e teve R$ 11,1 bilhões de crédito contratado apenas neste período.

Os números surpreendem, em meio a pandemia e a redução de renda dos brasileiros. No primeiro semestre de 2020, foram realizados 2 mil contratos por dia e 873 mil pessoas conseguiram ter a casa própria. Em maio, o crescimento da participação de mercado da Caixa em financiamento imobiliário chegou a 46,4%, quase metade do mercado comparado com os concorrentes.

Novas medidas

Para potencializar este crescimento, Guimarães anunciou duas novas medidas para os financiamientos:

Os custos cartoriais e ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Imóveis), imposto que deve ser pago por quem compra um imóvel e serve para oficializar o ato de compra/venda, antes não eram inclusos no contrato de financiamento habitacional, mas agora passam a ser. A medida pretende facilitar o processo de contratação para os cidadãos, proporcionando uma liquidez de R$ 2,4 bilhões no bolso dos brasileiros para o segundo semestre de 2020.

A nova estratégia já foi aplicada em 3 mil contratos pilotos no mês de abril. Até junho, 55 mil unidades foram financiadas unificando ITBI e custas cartoriais. Segundo a Caixa, o custo destas despesas varia no Brasil entre 2% e 5% para cada estado. A nova modalidade permitirá financiar 4% destas custas para o Minha Casa Minha Vida e 5% para empreendimentos do SBPE (funding com poupança).

A segunda novidade é que a partir da segunda-feira (13), o registro do contrato habitacional será feito de forma eletrônica. Segundo Guimarães, 1356 cartórios em 14 estados já aderiram a estratégia. A medida deve reduzir a burocracia de registro muito comum nestes processos. O tempo que antes era de 45 dias para registrar um contrato, agora será de 5 dias.

Esta medida ainda não existe em outras instituições financeiras. “Esta medida era muito solicitada pelos empresários. E a pandemia nos ajudou a acelerar decisões, com os cartórios, trabalhando de forma online. Sabemos que os concorrentes devem seguir esta modalidade, ficamos felizes porquê concorrência é melhor para a sociedade. Mas, a Caixa saiu na frente”, comentou Guimarães em coletiva.

Para as construtoras

As construtoras também foram inclusas no leque de estratégias da Caixa Econômica. Até o momento, há 740 mil unidades habitacionais em construção que integram os 5603 empreendimentos com obras ativas a nivel nacional.

Entre as medidas estão:

  • Uso de recursos de repasses/recebíveis no pagamento de encargos de empreendimentos (para financiamentos no sistema SBPE). Com a estratégia, a expectativa é aumentar a liquidez das empresas utilizando os financiamentos para zerar o saldo devedor do empreendimento e também os encargos SBPE.
  • Flexibilizar a comercialização mínima de 30% para 15% em novos empreendimentos (Funding FGTS E SBPE). Esta era uma demanda do setor imobiliário antiga para aumentar o fluxo de venda e propiciar novos lançamentos.
  • Flexibilizar a exigência de 15% de obra em novos empreendimentos. (Funding FGTS E SBPE). Diminuindo assim o tempo que o empreendimento pode começar a venda das unidades.

RAIO-X do financiamento

Na coletiva, Guimarães também apresentou resultados do financiamento imobiliário no primeiro semestre de 2020.

De janeiro a junho deste ano, a Caixa teve R$ 48,21 bilhões em contratações de financiamento imobiliário. Um crescimento de 21,73%, comparado com o mesmo período de 2019 quando as contratações foram de R$ 39,61 bilhões.

Ainda neste primeiro semestre foram contratados R$ 29,6 bilhões em financiamentos com recursos do FGTS, um total de 172 mil unidades habitacionais.

As contratações utilizando recursos da poupança (SBPE) também cresceram em 2020. Comparando os períodos de janeiro a maio de 2020, com o mesmo intervalo em 2019, o crescimento foi de 78,4% para esta modalidade. As contratações com SBPE foram de R$ 14 bilhões nos 5 primeiros meses do ano.

O mês de junho também foi destaque para os financiamentos SBPE, que teve o maior resultado em 4 anos, com R$ 4,66 bilhões de contratos.

Guimarães atribuiu o bom desempenho as medidas aplicadas para financiamentos de pessoa física. Entre estas 2,4 milhões de contratos tiveram pausa nas prestações e 26 mil ganharam carência de 6 meses para o pagamento da 1ª prestação, aliviando assim os orçamentos das famílias. “Com estas medidas entregamos 156 mil moradias e geramos 485 mil empregos”, afirma o presidente da Caixa.

Durante a coletiva, Guimarães também destacou a força do setor de construção civil para a retomada da economia. Segundo dados do Caged, em maio de 2020, o setor de construção teve desemprego menor comparado com outros setores. E segundo um levantamento da FGV, a confiança do setor de construção civil é superior frente a outras fontes de geração de renda. “Junho nos mostrou que a retomada está funcionando, não apenas em financiamento imobiliário e sim em outros produtos da Caixa”, apontou Guimarães.

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