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Economia

Dívida pública federal sobe e tem emissão recorde para o mês de janeiro

Alta foi de 0,99% no mês, a R$ 5,059 trilhões, segundo o Tesouro.

Moedas de real. 15/10/2010. REUTERS/Bruno Domingos

A dívida pública federal do Brasil subiu 0,99% em janeiro sobre dezembro, a R$ 5,059 trilhões, informou o Tesouro Nacional nesta quarta-feira (24).

No período, a dívida pública mobiliária interna teve avanço de 1,16%, a R$ 4,821 trilhões. A variação do estoque refletiu uma emissão líquida de R$ 6,81 bilhões e apropriação positiva de juros de R$ 42,94 bilhões.

Segundo o Tesouro, foi a primeira vez na série histórica em que se registrou emissão líquida em janeiro, mês que tipicamente concentra volumes maiores de vencimentos. As novas emissões somaram R$ 155,35 bilhões, valor recorde para o mês.

Já a dívida pública federal externa teve queda de 2,3%, encerrando o mês em R$ 238 bilhões.

Para o ano, a meta do Tesouro em seu Plano Anual de Financiamento (PAF) é de um estoque da dívida entre R$ 5,6 trilhões a R$ 5,9 trilhões.

Composição

No mês passado, os títulos que variam com a Selic, representados pelas LFTs, continuaram com maior peso na dívida pública federal, a 35,3% do total, ante 34,81% em dezembro de 2020. A participação está acima do intervalo da meta do PAF, de 28% a 32%.

Já os títulos prefixados recuaram a 33,7% da dívida, ante 34,8% no mês anterior, frente a uma meta de 38% a 42% para 2021.

Os papéis indexados à inflação, por sua vez, aumentaram a fatia sobre a dívida para 26% da dívida total, ante 25,3% em dezembro, sendo que a referência para este ano é de 24% a 28%.

Como previsto no PAF, o Tesouro passou a divulgar este mês informação sobre o nível do seu colchão de liquidez. A reserva de liquidez apresentou no mês redução, em termos nominais, de 8,58%, passando de R$ 881,3 bilhões em dezembro para R$ 805,7 bilhões em janeiro. Sobre janeiro de 2020, o colchão aumentou 8,84%.

A reserva atual é suficiente para o pagamento dos vencimentos de títulos da dívida pública pelos próximos seis meses, afirmou o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Luis Felipe Vital.

“No caso hipotético de o Tesouro não realizar nenhuma emissão, o que nós temos em caixa hoje seria suficiente para pagar os próximos seis meses, um pouco mais de seis meses, dos vencimentos da dívida pública à frente”, disse Vital.

Turbulência

Sobre a forte volatilidade observada nos mercados na segunda-feira (24), após a decisão do presidente Jair Bolsonaro de trocar o comando a Petrobras, Vital afirmou que o Tesouro não tem, neste momento, nenhuma alteração na programação prevista de leilões.

“Havendo qualquer mudança nas condições de mercado, o Tesouro pode, certamente irá, ajustar seu cronograma de emissões, estratégia de financiamento da dívida pública, para não só garantir o financiamento do Tesouro, mas também garantir que o mercado de títulos públicos esteja funcionando de forma adequada”, disse o técnico do Tesouro.

De acordo com Vital, o Tesouro observou na segunda-feira uma “deterioração” em diversos mercados, com um aumento nas taxas de juros, mas o movimento não necessariamente constitui um problema para o Tesouro.

“Em alguns momentos, quando a gente tem uma elevação nas taxas de juros, como é o caso que a gente acabou de ver, isso aumenta o apetite de alguns investidores por títulos mais longos.”

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